CAPÍTULO 26 FELIZES

61 4 0
                                    

"Explicar as coisas que eu sinto é quase como explicar as cores para um cego."

Bob Marley

Finalmente a vida tinha resolvido dar uma outra chance para Valentina e Edgar. Cada dia mais próximos e mais apaixonados. Fazendo muitos planos para o futuro. Edgar e Valentina sonhava com o dia que o divórcio fosse homologado e eles finalmente podiam ficar juntos para sempre. Continuava sua turnê pelas cidades brasileiras. Em sua cidade ela ia tocar no teatro no dia 20 do próximo mês. Logo Júlio, Neusa e Alie viria ao Brasil para o show em sua cidade. Ela havia convidado os três para se hospedarem em sua casa e eles logo aceitaram. Victória também tinha um desejo especial em conhecer Neusa e os demais. Ela e Pedro havia se tornado amigos e ele pretendia ficar na cidade para ver Valentina tocando. Uma que não havia gostado da sua presença era Isabella, pois ambos viviam em clima de implicância. Artur estava decidido a esquecer Valentina e tinha pedido a mão de Isa em casamento. Ela estava feliz pois ia se casar com o homem que amava.

Os únicos que não viviam felizes com a união de ambos era Alexandra e Pietro. Para eles era o fim ver o casalzinho meloso juntos e felizes. Alexandra não via a hora de acabar com a felicidade do casal.

Pietro também não estava feliz com a possível vinda de Neusa Farias ao Brasil. Desde o primeiro momento não havia simpatizado com nenhum dos três. E aquela situação lhe tirava do sério. Mas não podia perder o controle, logo ele voltaria para Nova York com Valentina e esqueceria aquele fim de mundo.

Antoniel a cada dia sentia a consciência pesada por tudo o que havia feito no passado. Muitas vezes pensou em revelar toda a verdade e pedir perdão, mas sempre acabava desistindo. Não queria que eles soubesse tudo o que ele havia feito. Também havia deixado de chantagear Beatriz, visto que a cada dia ela vivia ainda mais fraca. Chegara algumas vezes ser novamente hospitalizada. O que afligia Edgar era que ela se recusava a buscar ajuda, sempre alegando que ela merecia tudo o que estava acontecendo.

A maior surpresa aconteceu naquela noite quando Valentina e Edgar estava juntos e Beatriz os procurou para conversar com a jovem. Quando Valentina sentou-se no restaurante percebeu o quanto aquela mulher havia mudado. Não era mais aquela pessoa soberba cheia de si e autoridade, querendo ser a dona da vida do filho e do marido. Quando ela pegou em sua mão para cumprimentá-la, sentiu muita pena daquela senhora. A doença estava acabando dia a dia com sua estabilidade física.

— Que bom que aceitou o meu convite para jantar. — Ela disse enquanto se sentava. Valentina olhou para Edgar e viu o quanto ele sofria ao ver a mãe naquele estado. — Fico muito agradecida.

— Confesso que ainda não entendi o porquê desse convite. — Valentina dizia calmamente. Apesar de tudo não tinha rancor de Beatriz. Ela era uma vítima da própria maldade. Seja quais fossem os seus erros ela estava pagando em vida.

— Creio que Edgar já tenha comentado que eu não irei mais me opor na união de vocês. — Disse tomando um gole de água.

— Sim. — Ela afirmou. De certa sentia-se aliviada por isso. Finalmente Beatriz havia entendido que eles se amavam e iam o filho reconstruir sua história. Não mais se intrometer e impor sua autoridade.

— É isso. — Ela sorriu. Fez uma pausa enquanto o garçom servia o jantar. Quando ele se retirou ela continuou a falar. — Eu sei que pode ser um pouco tarde para minha decisão. Mas eu queria te pedir perdão por todo mal que eu te causei. — Segurou suas mãos e ela percebeu o quanto estava sendo sincera. — Hoje percebo que você é a esposa certa para Edgar. — Acrescentou.

— Se o que irá deixar a senhora feliz, saiba que não tenho nenhuma mágoa da senhora. — Valentina disse com sinceridade.

— Sou muito grata. — Disse. — Você é uma pessoa sábia assim como a sua mãe. — Encarou. — Alguém a quem eu também prejudiquei muito.

— Como? — Valentina interrogou assustada. Não ouviu direito suas últimas palavras. O que ela estava querendo dizer? Beatriz pensou por um momento em seguida falou.

— Não é nada. — Percebeu naquele momento que Edgar e Valentina nada sabia do passado dos quatro. O que eles sabiam era apenas que Miguel e Victória foram namorados no passado, mas não sabia o porquê de não terem ficado juntos já que se amavam. — Vamos jantar. A comida está deliciosa.

Então o assunto morreu ali. Ainda conversaram durante o jantar, mas não falaram mais do passado. Logo mais Beatriz voltava para casa sozinha, Edgar ainda quis acompanhá-lo, mas sua mãe insistiu para que ele ficasse com Valentina. Alegando que ia lhe fazer bem ficar um pouco sozinha.

Quando Beatriz entrou na mansão Miguel já havia se recolhido, apenas Alexandra estava na sala.

— Titia?! — Disse de um jeito sarcástico ao vê-la ela entrar em casa. Fazia já alguns meses que a relação de ambas andava um pouco balanceada. Beatriz havia perdido a credibilidade na sobrinha. Não sabia dizer o motivo mas nos últimos anos notava o quanto a sobrinha era dissimulada e perigosa. Seu filho havia se casado com uma serpente. — Por onde andava? — Quis saber, embora já sabendo para onde ela tinha ido. Flagrara mais cedo uma conversa entre ela e Edgar, ambos falavam que iam sair para jantar e Beatriz pediu que convidasse Valentina.

— Fui ao um jantar. — Disse parando no centro da sala. — E você ainda acordada? — Indagou. — Bebendo ainda por cima. — Alexandra tinha um copo de bebida nas mãos.

— Pois é. — Ela falava ironicamente. — Os fantasmas do passado não me deixam dormir. A bebida adormece. — Percebia nitidamente o cinismo na voz.

— Não sabia que você tinha algum fantasma. — Beatriz comentou observando-a;

— Nada comparado aos seus. — Falou com ironia, Beatriz voltou-se para encará-la.

— O que disse? — Fingiu não ter ouvido.

— O que a senhora ouviu. — Ela disse rindo com sarcasmo. — Por mais que a senhora nos últimos meses tenha procurado se redimir. — Ela se aproximou e disse baixinho como se fosse uma confidência. — Não vai morar no céu. — Brincou. — E não adianta puxar o saco da sua futura norinha que os seus pecados não serão redimidos.

— Essa história de que você vai dar a separação para Edgar é tudo uma farsa, não é? — Ela questionou friamente. Conhecia pessoas como Alexandra. Era uma cobra peçonhenta. Sabia que estava preparando o bote.

— A.C.E.R.T.O.U!— Alexandra soletrou a palavra debochando. — Mas a senhora não vai contar nada disso, não é titia? — Perguntou segurando seu braço apertando fortemente.

— E se eu contar? — Enfrentou-a.

— Se eu fosse a senhora não faria isso. — Aconselhou-a.

— E se eu fizer? — Contra atacou — Eu não tenho muita coisa a perder não mais do que você.

— Se a senhora falar alguma coisa. — Ela apertou mais o seu braço. — Eu mato o seu filho e o grande amor da vida dele. — Ameaçou. Ela estava blefando. Alexandra podia ter todos os defeitos do mundo, mas jamais se tornaria assassina.

— Você está blefando. — Ela seria capaz de ir assim tão longe? Matar alguém?

— Vai querer pagar pra ver? — Ela perguntou feroz. Olhando para ela não teve nenhuma dúvidas do tanto que ela seria capaz. O silêncio dela foi a resposta, empurrou-a no sofá e subiu para o seu quarto com um sorriso diabólico nos lábios. — Bons sonhos, titia! — Completou antes de desaparecer na escada.

Beatriz ficou na sala esfregando o braço dolorido prestes a ter um novo ataque a sorte que o remédio estava na bolsa.

FOI O SEU AMOR [COMPLETO]Kde žijí příběhy. Začni objevovat