CAPÍTULO 10 ESTÁ TUDO SEM SENTIDO

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"Minha vida é uma colcha de retalhos. Todos da mesma cor."

Mário Quintana


Edgar seguiu, embora contra sua vontade. Queria ficar, abraçá-la e explicar tudo até ela o perdoar, mas ela não ia ouvi-lo, estava muito magoada. Assim que que Edgar se foi, Valentina permitiu-se chorar, colocando para fora toda a sua dor. Sentia a dor perfurando seu coração e adentrando a sua carne. Era uma dor era insuportável. Era tão mais fácil perdoar, mas infelizmente ela não conseguia esquecer que ele havia lhe traído e ficou ali permitindo sentir toda aquela dor e tristeza própria do ser humano quando percebe que há algumas coisas na vida que não são para acontecer.

Depois de secar todo o seu estoque de lágrimas permitiu-se adentrar a sua casa. Havia poucos resquícios da festa. O seu jantar de noivado. O dia que havia sido tão festivo, agora à noite se tornava escura e triste. Sua mãe e Isabella voltavam da cozinha. Todos já haviam se retirado apenas estavam ali os seus amigos Artur e Isa e sua mãe. Quando elas o viram imediatamente notou o olhar pesaroso em sua direção e aquilo acabou com ela.

— Como você está, meu anjo? — Sua mãe perguntou vindo em sua direção e abraçando prestando a sua solidariedade. Ela não respondeu e na verdade não precisava ela notava por si só. Estava despedaçada. Estava destruída.

— Val, se você precisar de alguém para desabafar. — Isa dizia abraçando fortemente.

— E de um ombro amigo para chorar, saiba que estou aqui! — Artur se aproximou delas beijando no alto de sua cabeça num gesto de ternura. Ela se derreteu vendo o carinho de todos eles. Mas naquele momento não queria a companhia de ninguém, apenas desejava ficar sozinha. Eles compreenderam a sua decisão e observaram enquanto ela caminhava lentamente até o seu quarto.

Logo mais os dois deixavam a casa da amiga se despedindo da amiga. Mas Isa prometeu que voltava no dia seguinte. Victória agradeceu os dois jovens e os mesmos se retiraram.

Entrou em seu quarto retirou as suas roupas e foi para o banheiro tomou um demorado banho e em seguida vestiu o seu pijama e deitou em sua cama com os olhos inchados de tanto chorar.

Se enrolou em suas cobertas, mas não conseguia adormecer, pois as lágrimas não parava de cair. Ouviu uma batida leve na porta, mas não se levantou. Era a sua mãe com uma xícara de chá.

— Trouxe um chá, acho...

— Não quero nada. — Disse com a voz embargada pelas lágrimas. — Só quero ficar sozinha com a minha dor.

— Eu entendo. — Victória disse com uma voz contida. Na verdade ela compreendia muito bem tudo aquilo que ela estava sentindo, pois um dia ela tinha experimentado na carne todo aquele dissabor. Mas não queria que sua filha passasse pela mesma dor que ela havia passado. Mas como evitar? Se são os filhos quem decide os próprios passos? Se aproximou da cama e sentou-se. Acariciou a sua face com ternura enxugando algumas de suas lágrimas. — Não precisa dizer nada, apenas me deixe cuidar de você. — Ela dizia maternalmente. — Como quando você era a minha menininha e ralava o joelho. Sei que agora a dor que você está sentindo não é no joelho, mas no coração, mas eu continuo sendo a sua mãe. — As palavras que ela lhe dizia a acalmava tanto. Ela começou a chorar. — Shhhhhhhhhhhh... Pode chorar a vontade eu sempre vou estar aqui. - Abraçou e começou a cantar para tentar diminuir a sua tristeza. Aos poucos ela foi adormecendo e finalmente dormiu. Victória também acabou dormindo ali ao seu lado, com ela em seus braços.

***

Artur acompanhou Isabella até a sua casa, pois já era tarde da noite. Mesmo que ela morasse a poucos quarteirões.

FOI O SEU AMOR [COMPLETO]Where stories live. Discover now