FOI O SEU AMOR [COMPLETO]

CAPÍTULO 19 SEU OLHAR CRUZOU O MEU

"Tanto faz por dentro de ti me tranquei."

Ana Carolina

Pedro Riche era um jovem de 30 anos que adorava fotografar a natureza e tudo o que ela tinha de mais bonito. Desde bebê cresceu no orfanato sobre os cuidados do padre Anselmo e irmã Fátima. Ele nunca soube quem eram seus pais biológicos, cresceu sentindo esse vazio em seu peito, mas sempre nutrindo o desejo de conhecer seus pais. Padre Anselmo não sabia dizer a sua origem, pois ele havia sido encontrado em uma caixa de papelão em frente ao orfanato Paz dos Anjos. Tanto o padre quanto a irmã era muito amoroso com ele. E no fundo de seu coração ele os considerava como seus pais.

Depois que ele completou 18 anos deixou o orfanato indo morar nos Estudos Unidos para estudar engenharia, mas nunca exerceu a profissão, pois a sua maior paixão era fotografar momentos. Aos 5 anos de idade uma senhora que ele nunca havia conhecido lhe presenteou com uma câmara fotográfica. E desde então sua paixão por animais e a natureza só cresceu. Era sempre cotado para fotografar grandes eventos como casamentos, batizados, formaturas. Todos que o conheciam gostava dele, visto o seu charme e o seu carisma. Não havia se casado. Mas sempre foi apaixonado por uma jovem há anos atrás, mas ela não nutria os mesmos sentimentos por ele, tanto é que o abandonou para ficar com um outro homem que tinha mais dinheiro que ele. Aquilo partiu seu coração. Mas ele não deixava de acreditar no amor. Sabia que um dia a mulher da sua vida iria aparecer. Desejava que Renata fosse feliz.

Atualmente estava morando no Brasil. Ele e Edgar havia se conhecido na cidade de Nova York e haviam se tornado amigos, tanto é que quando soube que Pedro estava em solo brasileiro o convidou para passar alguns dias em sua casa. Pedro ficou feliz com o convite e aceitou prontamente. Ao chegar foi muito bem recebido pelo amigo, o pai do rapaz, Miguel foi muito cortês e disse que adorou o rapaz, Beatriz também foi cordial, apesar de debilitada por causa do avanço da doença. A antipatia foi recíproca com Alexandra, a esposa de Edgar. Não gostou nenhum um pouco da moça, e ela por sua vez não foi nenhum um pouco agradável. Edgar foi busca-lo na noite passada no aeroporto e prontamente hospedou em sua casa. Depois do café da manhã Edgar e Miguel foram para a empresa e ele saiu com o intuito de conhecer o lugar. Saiu com sua câmara fotográfica, que não se separava registrando cada pequena coisa que chamava a sua atenção e lhe encantava. 

Isabella andava distraída pelas ruas da cidade naquela hora tranquila pela manhã quando foi surpreendida pelo flash. Olhou na direção de onde tinha vindo o disparo, sendo recepcionada por um olhar doce e meigo e sorriso de alegria nos lábios. Ele sorria admirando a foto tirada. Ficou revoltada. Quem aquele estranho pensava que era para fotografá-la. Caminhou ligeiramente até o desconhecido e falou furiosa.

— Com que direito você me fotografa? Quem é você? — Ele a encarou e percebeu de perto o quanto ela era bonita. — E quem o permitiu tirar fotos minhas, apague isso agora! — Ordenou colocando as mãos na cintura.

— Você deve ser modelo, porque eu nunca vi algo tão mais belo e natural. — Ele comentava com naturalidade e aquilo a deixou irritada. Ele estava esnobando-a. Cínico. — Beleza como a sua deve ser registrada. — O estranho dizia com um sorriso. — Sabia que de todas as belezas que há na terra, você é a mais bela. — Ele disse analisando a foto tirada e olhando para ela. Tudo bem que havia tirado sem que percebesse, mas agora olhando atentamente a garota a sua frente era muito bonita.

— Isso não tem a menor graça. Apague isso, já! — A garota não parava de tagarelar e ele estava adorando vê-la furiosa. — Não lhe conheço e percebo que não mora nesta cidade.

— Desculpe a minha falta de cavalheirismo, senhorita. — Se desculpou. — Eu sou Pedro. — Estendeu a mão, que ficou vazia. — E a senhorita como se chama? — Ela permaneceu em silêncio encarando-o. — Ok, já que não vai me cumprimentar está em seu direito. Imaginei que as moças dessa cidade fossem mais educadas. — Ela continuava encarando e disse ainda mais furiosa.

— Não estou nem aí para sua opinião. Quero que apague a última fotografia que o senhor tirou.

— Não vou apagar! — Ele respondeu deixando a moça ainda mais raivosa. — Saiba que você fica ainda mais bonita assim brava. Uma gata brava... Mas, uma gata linda... Miau! — Se divertiu, mas continuou séria.

— Está tentando flertar comigo? Se for está perdendo o seu tempo tenho namorado. — Disse furiosa vendo que ele não parava de sorrir.

— Oh!! — Se fez de rogado. — Garota quem aqui está te pedindo em namoro?! — Ele se divertia com o olhar zangado da moça. Estava começando a gostar daquela cidade situada no fim do mundo.

— Então apague essa foto! — Ela disse meio que constrangida. Não precisava nada daquilo. O rapaz só estava fotografando alguns pontos turísticos e ela saiu sem querer. Sentiu-se envergonhada. Ela e Artur estava se acertando. Há poucos menos de dois meses que eles estavam namorando. Parecia que finalmente ia ficar com o homem que ela amava. Sentiu vergonha do rapaz por ter reagido daquela maneira. Ela havia tempestade em tapinha de xarope. Quem mal tinha ele ter registrado quando ela ia passando? Mas não ia pedir desculpas só queria sair dali o quanto antes.

— Não vou atender ao seu pedido. — Ele brincou. — Não costumo me desfazer de coisas tão belas. — Sorriu-lhe. — Mas não se preocupe seu namorado não vai saber dessa foto. — Se aproximou um pouco mais dela e disse em seu ouvido como se fosse uma confidência. — É um segredinho só nosso!

Então o homem se afastava com um sorriso de cinismo nos lábios e ela ficou totalmente estupefata, pensando como aquele rapaz era bonito. Ele ainda olhou para trás enquanto se afastava e sorriu ao ver que ela ainda o observava. Não pode deixar de perceber o quanto que ela realmente era bonita. Talvez fosse a mulher mais linda do mundo. Antes de virar o rosto ele ainda acenou ela bufou furiosa e foi embora pisando firme no chão.