FOI O SEU AMOR [COMPLETO]

CAPÍTULO 12 NOSSA HISTÓRIA ACABA AQUI

"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."

Martha Medeiros

Edgar não foi para a empresa aquela manhã. Estava tão absorto que andava a ermo pelas ruas. Tinha ido procurar por Valentina, mas ela havia se recusado a recebê-lo. Ele sabia que Valentina estava em casa quando foi procurar, ela só não quis conversar com ele. Sabia que tudo era muito recente, mas precisava resolver essa história logo com o seu amor.

Não quis voltar para casa, pois não suportava mais olhar para a cara de cínica de Alexandra e sua mãe ainda lhe dava apoio. Não havia tomado café da manhã, na verdade não queria comer nada enquanto não resolvesse aquela história.

Decidiu que a noite iria novamente tentar falar com Valentina. Precisava fazê-la entender que não tinha sido culpa sua. Ele não havia planejado nada daquilo. Aconteceu e pronto. E várias vezes ele tentava contar a verdade, mas nunca teve coragem. Precisava recuperar a sua confiança. Mas não sabia o que fazer a não ser dizer-lhe toda a verdade.

Valentina, por sua vez quando Isa foi embora permaneceu em seu quarto pensando no que ia fazer. Edgar havia lhe dito que ele não tinha culpa do que aconteceu, era uma noite em que eles havia bebido demais e acabaram dormindo juntos. Não tinha sido nada premeditado.

Ela o amava e sabia que ele também amava. Vira muitas vezes em seus olhos. E talvez fosse possível perdoá-lo. Na verdade ela queria perdoar. Para ser bem sincera ela já o havia perdoado. Amava muito. E nesse sentimento sublime e profundo não havia espaços para mágoas e rancor.

Sabia que naquele horário Edgar estaria na empresa e iria para lá para falar com ele. Ia abrir o seu coração e dizer que o amava e o perdoava. Sua mãe havia saído estava sozinha em casa. Logo ela se arrumou e marchou para a porta de saída. Quando abriu a porta quão grande foi a sua surpresa ao ver quem estava parada pronta para bater na porta quando ela abriu.

— Você?! — Piscou na tentativa que estivesse vendo uma miragem. O que ela estava fazendo ali parada na porta de sua casa?

— Podemos conversar? — Perguntou. Percebeu o quanto a sua voz estava apreensiva. E o quanto ela estava abatida. Parecia que havia chorado.

— Sobre? — Ergueu uma sobrancelha. — Que eu me lembre não tenho nada para conversar com você. — Queria que ela fosse logo embora. Ela precisava sair.

— Garanto que é muito importante! — Disse entrando sem que ela convidasse. — É sobre Edgar... — Fez uma pausa observando as suas reações. Valentina fechou a porta encarando com desconfiança.

— Não basta o escândalo de ontem à noite? — Ela perguntou.

— A culpa foi da bebida! — Disse encarando-a.

— Sempre a bebida? — Ela riu irônica. — Sabe, estou cansada de sempre ouvir isso. — Disse friamente. — Portanto...

— Eu não queria ter feito nada daquilo. — Ela disse fingindo arrependimento.

— Ah... — Ela não acreditava em nada do que lhe dizia.

— Pode não parecer eu não sou assim. — Fingia uma meiguice que estava longe de ser. — Eu e Edgar, só ficamos uma vez. E eu ainda era... — Desviou o olhar, Valentina notou que havia lágrimas em seus olhos. — Virgem... — Acrescentou. Valentina encarou atônita, sem nada a dizer.