– Porque? É a primeira vez dela nesse tipo de lugar?

– Na verdade eu não sei, mas não quero descobrir. – Sorrio de novo e agora é a minha vez de perguntar. – E você? Sempre frequenta aquele tipo de lugar?

– Sim e não. – Ele bebe mais um gole no seu uísque e se encosta na cadeira. Ele é sexy.

– Sim? Não? Não entendi.

– Sim, eu frequento e não, eu não participo de nada daquilo.

– Então você é voyeur?

– Na verdade não, vou lá para fazer companhia. O sexo, Phoebe. – Marcus apoiou os cotovelos na mesa, o seu copo de uísque pende na mão esquerda enquanto ele me olha nos olhos. Seu olhar é tão vidrado que não consigo desviar o meu. Sinto minha respiração entrecortar. – é uma arte. Uma arte que poucos dominam. Não basta você entrar em um tipo de clube e transar ou bater em dez mulheres numa noite, o que vai julgar o sexo bom e bem feito, é você se sentir saciado e sua parceira também. O brilho no olhar, as pernas trêmulas, a voz rouca, tudo isso é uma combinação e tanto para uma noite inesquecível. – Passo a língua pelos lábios e seu olhar é atraído para minha boca.

Pigarreio e coloco a mão trêmula na testa alguns segundos tentando manter meu foco, por fim respiro fundo.

– Quer ir dançar, Marcus?

Ele sorri e vira o resto de sua bebida.

– Vamos, eu te acompanho. – Ele se levantou e esticou a mão para mim novamente. Antes que eu perceba, o resto do mojito esta passando pela minha garganta amortecendo meu corpo e meu senso.

A pista de dança não estava muito cheia, alguns casais se roçavam, algumas poucas mulheres dançavam sozinhas e tinha Ivy com seu desconhecido, virei os olhos quando vi que ela se roçava nele, fazendo toda uma pose sensual. A batida sensual da música não demorou muito para se agarrar em minhas entranhas e me fazer esquecer de tudo que estava ao meu redor. Senti uma mão na minha cintura e continuei dançando, com os cabelos balançando para todos os lados e os braços para cima, totalmente entregue ao som envolvente.

Depois de três músicas e uma Ivy descontrolada, voltei para a mesa sozinha. Marcus sumiu na metade da segunda música e não tinha voltado ainda quando acabou a terceira, respirei fundo algumas vezes para tentar acalmar meu coração e minha respiração. Liguei o celular de Ivy e vi que tinha uma chamada perdida e Marie e uma mensagem.

“Ivy, estou numa furada. Me liga o mais rápido possível”

Merda! Merda! Merda! O que ela fez agora? Um gemido de protesto escapou dos meus lábios, sem hesitar, liguei para o celular. Enquanto chamava observei Ivy rir e conversar com Niall, descobri seu nome quando ela deu um gritinho satisfeito entre uma música e outra.

– IVY, QUE MERDA! DEMOROU TANTO POR QUÊ? – A voz de Marie me trouxe de volta para a realidade e porque ela estava gritando tanto?

– É a Phoebe, Marie. Ivy não está no momento. Você está bem?

– BEM? EU TO FODIDA, PHOEBE! – Ela gritava e dava para ouvir seu choro pelo telefone.

– Calma. Me fala o que aconteceu. – Tentei parecer calma, mas a sensação de algo errado tomou conta de mim de novo. Ouvi Marie respirar fundo algumas vezes e ainda com a voz trêmula falar:

– Eu estou na delegacia.

– O QUE? – agora foi minha vez de gritar.

– Eu tive uma briga com o cara do clube, ele me bateu e eu bati de volta. O dono do clube nos mandou para cá, mas merda Phoebe, ele foi pro hospital. – Ela chorava de novo.

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