– Vamos por ali. – Ele apontou para uma mesa vazia no fundo do bar, sem encostar nenhum dedo em mim. Sentei-me e quando me dei conta, Ivy estava no meio da multidão dançando com o amigo dela, aquilo fez meu sangue ferver e tomei nota mentalmente para não sair mais com ela quando ela está tão propensa a caça.

– Você quer beber o que, nervosinha? – Ele se sentou de frente para mim e estava com um sorriso brincando nos lábios.

– Água, por favor. – Minha voz foi fria e distante.

– Que isso. – Ele ergueu as sobrancelhas e depois riu de mim.

– Você é bem abusado, não acha? – Eu me inclinei para frente e o olhei mais de perto, tentando intimidá-lo, quando ele pousou os cotovelos na mesa e chegou mais perto também, eu que me senti intimidada e sem graça.

– Não, só estou tentando fazer você se divertir. É tão difícil assim se deixar levar? – Os olhos dele desgrudaram dos meus e foram de encontro a minha boca, que estava seca e entreaberta. Passei a língua pelos lábios tentando umidecê-los.

– É um pouco complicado. – Cheguei o corpo para trás e encostei-me no sofá.

– Por quê? – Ele continuou na mesma posição, me encarando com curiosidade.

– Minha amiga está ali, na pista de dança, toda solta com seu amigo. – Apontei com a mão aberta e minha voz saiu um pouco trêmula. – E eu nem sei quem são vocês.

– Mas é assim que se conhece gente nova. – Ele sorriu de novo.

– É assim que se morre também.

– Você acha que eu vou te matar? – Ele arqueou a sobrancelha e sua voz era um sussurro.

– Porra, eu sei lá.

– Pensa bem. Nós poderíamos ter levado vocês para outro lugar que não fosse esse bar, poderíamos ter feito qualquer coisa. O primeiro erro de vocês foi ter entrado naquele carro com um “desconhecido”, então, por favor, para de ficar se tremendo toda e encolhida ai, eu só quero conversar. – Sua voz foi dura, mas no fim ele amoleceu o olhar.

Bufei frustrada.

– Tudo bem. – Olhei para Ivy de novo, ela parecia estar se divertindo.

– Então vamos começar de novo. – Ele sorria tanto que parecia que seu rosto ia partir em dois. – O que você quer beber?

Pensei um segundo.

– Mojito, será que tem?

– Tem sim. Vou pegar para a gente. Quer ir dançar ou ficar aqui?

– Vou ficar aqui, obrigada. – Observei ele se afastar e escondi o rosto entre as mãos. Aquilo não podia estar acontecendo. Em outras ocasiões eu ficaria feliz e relaxada, mas esse não é o caso hoje. Ivy vem correndo até nossa mesa e joga o celular dela para mim, depois diz rápido antes de se afastar “caso a Marie ligue, diga aonde estamos e levanta essa bunda daí para vir dançar”

Que sutileza.

Ligo o celular e a duas chamadas perdidas e Marie, tento retornar, porém ele não atende. Marcus volta à mesa com meu Mojito e uma dose de uísque para ele.

– Por um acaso você está ligando para algum príncipe encantado vim te salvar? – Ele da um pequeno gole em sua bebida enquanto me fita.

Não, meu candidato mais próximo a príncipe está em Chicago, na verdade eu estou tentando ligar para uma doida Ninfomaníaca e a matar antes que qualquer um possa provar algo.

Limito-me a sorrir

– Não, estou preocupada com Marie. – Dou um gole na minha bebida e depois um maior, está maravilhosa e refrescante.

Playing With PleasureWhere stories live. Discover now