Caminhei até a porta e abri, apontando com a cabeça, indicando para que ele saísse. Bufando e pisando firme, Will saiu e ouvi seus passos descendo rapidamente as escadas. Deitei na cama e me forcei a não chorar, eu tinha feito o correto, eu não seria apenas mais um brinquedinho que seria usado e jogado fora. Caminhei até o espelho e alisei meus cabelos.
- Você é uma mulher de fibra, Lucy. Continue assim - falei para mim mesma, respirando fundo. Uma batida forte soou na porta e a mesma se abriu sem esperar resposta.
- Os meninos já acordaram e estou levando-os - falou, seu rosto sério e inexpressivo.
- Tudo bem - minha voz quase não saiu, mal esperou minha resposta e fechou a porta.
Me despedi dos garotos e eles se foram, deixando-me sozinha naquela casa, eu e meus malditos pensamentos.
WILLIAM
Depois do fatídico dia em que fui dispensado e jogado para fora praticamente a ponta pés, Lucy havia me ignorado sempre que pode. A única ligação que havia entre nós eram Max e Arthur, porém, quando eu me aproximava ou tentava puxar algum tipo de conversa, ela me proporcionava respostas curtas e faziam alguns dias que eu não via um sorriso dela. E eu não sabia o motivo de ser ignorado por ela me atormentava tanto.
- Você está bem? - Emily perguntou, passando os dedos levemente nas minhas costas.
- Claro, por quê? - questionei, apoiando-me em um cotovelo na cama para olha-la.
- Não sei, você parece tão distante - ela se inclinou e selou nossos lábios laconicamente - e eu te conheço não é de hoje.
Suspirei e deixei minha cabeça cair nos travesseiros novamente, agora estava de barriga para cima, um lençol cobrindo-me da cintura para baixo.
- Estava apenas pensando, não é nada.
- Com certeza é, não é qualquer coisa que te deixa tão aéreo - falou, agora ela apoiou-se em um cotovelo e passou os dedos nos meus cabelos.
- É só que... eu estava pensando na Luciana - Emy arregalou os olhos e arqueou uma sobrancelha em seguida.
- E no que exatamente estava pensando?
- Eu a beijei alguns dias atrás e...
- Oh, não termine, prefiro saber apenas dos nossos casos sexuais.
- Ai que está, não rolou nada.
- Não rolou? - ela parecia bem surpresa - essa mulher está de parabéns, resistir a você é praticamente impossível - falou com a voz baixa e beijou meu pescoço.
- Ela disse que dormiria comigo apenas se eu me entregasse, de corpo e alma, que fizesse amor com ela - fechei os olhos e passei a mão em meu rosto.
- E o que você quer? - ela perguntou.
- Esse não sou eu, sabe disso - falei - tenho minhas regras.
- Regras são feitas para serem quebradas, Will. Até hoje não aprendeu isso?
- Não as minhas - falei friamente. Emily me observou por um tempo, calada e com os olhos estreitos.
- Você gosta dela - disse, enfim. Eu não sabia o que estava sentindo e ouvir Emy dizer isso fez algo acontecer dentro de mim.
Eu sabia que Lucy era diferente de qualquer outra mulher desde o momento em que eu a vi naquele baile, ela mexeu comigo de um modo que me sufocou quando eu a perdi. Eu estava tentando proteger o meu coração e sabia disso. Entretanto, sempre que eu via Lucy, não conseguia desviar o olhar, seu perfume invadia meu sistema e eu queria agarra-la e leva-la para um quarto. Eu podia não admitir, mas Lucy mexia comigo de um modo que mulher alguma havia feito.
- O seu silêncio já me disse tudo, Will, não negue - Emily disse, arrancando-me dos meus pensamentos - não acha que já está na hora de parar com essa vida de garotão e se ajustar? Eu sei que você gosta disso, já que pode ter qualquer mulher, mas...
- Está certa, Emily, eu gosto da vida que eu levo e não quero mudar - a cortei, minha expressão séria.
- Ela é a mãe dos seus filhos, por que não sossega com ela? - estava cansado daquela conversa, então me levantei e comecei a me vestir.
- Não vai acontecer - disse seco. Depois que me vesti, olhei no relógio e ainda era 22:00.
- Apenas pense no que eu disse - Emily sussurrou no meu ouvido enquanto nos despedíamos.
Eu não queria pensar e eu queria tirar os pensamentos que rodearam minha cabeça mais cedo e que ainda rodeava. Resolvi ir para uma boate e encontrar alguma mulher que conseguiria me levar para a cama. Cheguei e o lugar estava abarrotado de gente, a música estava alta e muita gente dançava. Andei, passando pelas pessoas e notei os olhares maliciosos das mulheres sobre mim. Sentei no bar e pedi uma bebida, observando a pista de dança. Notei as mulheres me encarando e sorrindo, me fazendo saber que eu poderia ter qualquer uma ali sem dificuldades, era só escolher.
Depois de alguns copos estava começando a me animar, mas não estava bêbado. Uma mulher loira parou na minha frente, agarrou-me pela camiseta e me beijou. Retribui, agarrando-a pela cintura fortemente.
- Vem comigo - ela sussurrou no meu ouvido e quando eu estava levantando, ouvi uma voz conhecida.
- Uma água, por favor - olhei para trás no momento em que Júlia surgia - e uma vodka - ela gritou.
- Meninas - cumprimentei, abraçando a loira pela cintura.
- Oi Will - falaram em uníssonos e sorriram - você está bem? - perguntou Diana.
- Sim e você?
- Também - ela disse e pegou a água que o barman havia colocado ali, dando um longo gole.
- Me vê uma tequila também - Júlia gritou e eu arqueei uma sobrancelha, a encarando.
- O quê? - ela perguntou rindo - não é para mim.
- Vou fingir que acredito - falei cético e senti a boca da loira ao meu lado na minha orelha - eu vou indo, até logo meninas.
- Até logo - elas gritaram e vi quando Júlia caminhou para a pista com suas bebidas. Fiquei observando para ver ela virar as duas doses, mas resfoleguei quando vi uma mulher ruiva dançando com ela.
- Estou louca por você desde a hora que chegou - a mulher murmurou e agarrou-me pela cintura. Me soltei e sem encara-la, sussurrei:
- Eu preciso ir - meus pés se moveram como se tivessem vida própria até a pista.
- Lucy? - questionei e ela virou para mim. Me observou por um tempo como se eu fosse uma aparição e então abriu um largo sorriso.
- Wiiiiiiiiiill - ela gritou, sua voz embargada e jogou os braços ao meu redor. Ela estava visivelmente bêbada, beeeem mais para lá do que para cá.
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ღ Perigosa Atração
RomanceLuciana Hamilton, filha do poderoso duque de Westwick, era a favorita do papai e por isso sempre foi mantida presa na enorme casa da família ou vigiada de perto por inúmeros guardas-costas, longe dos olhares famintos dos homenzarrões da cidade. Poré...
Capítulo 63
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