- Se você está beijando ele, ora - o garoto repetiu. 

- Não, não estou - respondi, minhas bochechas esquentando. Bem que eu queria estar. 

- Ufa - suspirou aliviado - isso não pode, dá sapinho. 

Eu ri e os puxei para mim em um abraço, então os soltei e suspirei.

- Estou perguntando isso porque... - engoli o nó na minha garganta - ...porque ele já faz parte da família. William é o pai de vocês.

- Igual o Michael? - Max interrogou, sua cabeça tombando para um lado. 

- Não, ele é o pai de vocês, de verdade. 

Eu soltei as palavras sem nem mesmo respirar antes e ali estava, um silêncio sepulcral. 

                                                                                   WILLIAM

Quanto mais os minutos passavam, mais eu ficava nervoso. Eu estava sentado no sofá, controlando-me para permanecer no lugar, eu não conseguia parar de mexer as pernas para cima e para baixo rapidamente. Eu nunca tinha sentido essa sensação, um medo de ser rejeitado. Eu os conhecia há alguns meses, mas eu não sabia como reagiriam ao descobrir que eu era o pai deles. Ficariam felizes? Desapontados? Enquanto estava sentado aqui na sala esperando que os meninos acordassem, eu tentei esquecer por um momento o motivo da minha visita. E então, Lucy disse que iria acorda-los e tudo veio para mim como uma bomba no meu bolso. Se eles não facilitassem as coisas para mim um pouco, eu não sabia nem por onde começar a conquista-los, eu não fui preparado para isso. 

No dia anterior, enquanto estava no meu quarto de apartamento, eu estava com raiva de Lucy por ter me escondido isso e queria esgana-la; porém, a ira voltou-se para mim mesmo, fui eu quem a afastou, eu também não voltaria para um homem que disse muitas coisas estúpidas na última vez que nos vimos. O barulho de pés nos degraus tiraram-me dos meus devaneios, mas congelaram-se no lugar, senti minha mandíbula apertar e voltei minha cabeça para encontrar os gêmeos parados do outro lado da sala. 

O clima tenso parecia diminuir o cômodo e eu afrouxei a gola da minha camisa, que parecia estar me sufocando. Ficamos nos encarando por um tempo prolongado, em silêncio. Arthur foi o primeiro a fazer alguma coisa, caminhou devagar até mim, meus olhos seguindo seus movimentos e permaneceu parado na minha frente. Então, ele subiu no sofá ao meu lado e rodeou seus bracinhos no meu pescoço. Eu consegui respirar finalmente. O puxei para mim e o sentei no meu colo, abraçando-o firmemente, assim como ele o tentava.

- É bom ter você aqui, papai - ele murmurou e um nó formou-se na minha garganta, dificultando uma réplica. Entretanto, não foi necessário, ele estava me abraçando novamente, seus olhos marejados e eu beijei-lhe o topo da cabeça. 

- É bom estar aqui - sussurrei assim que consegui recuperar minha voz. Voltei meus olhos para o menino que permanecia parado no lugar, seus olhos também avermelhados, que piscavam ferozmente para não deixar as lágrimas escaparem; depois de me observar por um minuto, ele ergueu o queixo e saiu correndo em direção de onde havia acabado de chegar. Desde o começo eu sabia que Max era o mais sério, maduro para sua idade e sabia que seria o mais difícil de conquistar. Sorri de lado quando reconheci como se parecia comigo. 

- Eu já volto - sussurrei e coloquei Arthur no chão, subindo a escada de dois em dois degraus. Alcancei o quarto dos meninos quando Lucy saía e fechava a porta atrás dela. 

- Uh - ela soltou quando nos esbarramos - Ah, oi Will. 

- Ele está ai dentro? - questionei. 

- Sim - ela abriu a porta novamente - não se exalte, nem nada. Max é um pouco mais difícil de lidar. 

Logo, eu estava dentro do quarto, encarando o garoto que estava sentado na beirada da cama, a cabeça baixa e o nariz fungando. Me aproximei devagar e agachei-me ao seu lado, tudo bem devagar. Se esse garoto tinha o meu gênio, então eu tinha que ser cauteloso ao lidar com ele. 

- Ei - falei baixo. Max virou o rosto, limpou as lágrimas e voltou para mim com o queixo erguido. Sim, Max com certeza havia puxado a mim.

- Oi - sua voz era quase inaudível. 

- Qual é o problema? - ele ficou me encarando antes de perguntar:

- A história do broche é verdadeira, não é? - a pergunta me pegou de surpresa, não era o que eu esperava.

- É sim - respondi e então ficamos calados. 

- Por que você não tava aqui antes? - perguntou - não queria a gente?

- Claro que sim - falei - eu apenas não sabia sobre vocês. 

- E agora que sabe?

- Continuo querendo - respondi e me aproximei mais dele - sabe, eu fiquei sabendo que você nasceu primeiro do que Arthur.

- Sim, alguns segundos, mas ainda sou mais velho - ele disse, orgulhoso.

 - Então, eu preciso de alguém para deixar isso aqui - toquei o broche preso na sua calça - e fico feliz que seja você. Um sorriso tímido puxou seus lábios para cima e ele a abaixou, para sumir tão rápido como apareceu. 

- Você vai nos deixar? - questionou - mamãe disse uma vez que você gosta de viajar. 

- Quando eu fizer, vocês vão comigo - prometi - e estava pensando se não gostariam de ir comigo, qualquer dia, viajar de navio. - ele arregalou os olhos.

- Sério?

- Claro - Max sorriu animado. 

- Jura de dedinho? - estendeu o dedo mindinho para mim e eu ri.

- Juro de dedinho - coloquei o meu dedo no dele e nós dois rimos. Ficamos quietos por um momento e o silêncio parecia ser tranquilizador. Eu ainda estava agachado e minhas pernas começavam a doer, quando eu estava levantando, Max o fez primeiro e me abraçou. Tudo estava bem.

- A mamãe vai com a gente? - ele perguntou ao se afastar.

- Se ela quiser. 

- E por que ela não iria querer? Vocês estão juntos, somos uma família agora, não é? - seus olhos brilhavam mais do que as estrelas no céu e um sorriso mostrava os dentinhos que ele já tinha, eu não queria que aquilo desaparecesse.

- Sim, somos uma família.

Olá meeus amoores

Sei que estou sumida há algum tempoo e me julgo culpada hahaha

A faculdade estava uma loucura, não que esteja melhor agora, mas resolvi voltar a postar

Espero que continuem por aqui 

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ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora