– Então, você já está trabalhando? – Percebi que a música já estava acabando e não sei por que, dei graças a Deus.

– Estou sim, obrigada por se preocupar.

– Não por isso. Se precisar de qualquer coisa, é só me ligar. – Ele se afastou um pouco e me deu seu cartão. Trevor Turner, diretor executivo da Chrysler América. Que pretensioso. Sorri e quando estava me virando para ir embora, ouvi alguém chamar meu nome. Me virei e lá estava ele. Noah vestia um terno preto, camisa branca e gravata borboleta preta de seda que o deixou mais sensual que qualquer dançarino de strip-tease que eu já tivesse visto na vida (Não que fossem muitos).

Respirei fundo e juntei todo o autocontrole que existia dentro de mim, quando estava prestes a falar, torci para minha voz não sair falhada.

– Sr Parker. – Acenei com a cabeça educadamente e me virei para sair novamente antes que minhas pernas bambas despencassem na frente dele.

– Espera, Srta Grey. – Não deixei de notar o tom de ironia em sua voz, o que fez meu corpo arrepiar. Virei-me de novo e segurei meu vestido para ele não arrastar no chão.

– Não sabia que frequentava eventos beneficentes. Nunca a vi em Seattle quando estava com seus pais. – Ele pigarreou baixo e deu um gole em seu Uísque. Quando me olhou pelos cílios, seus olhos estavam pegando fogo.

– Não costumava frequentar este tipo de evento em Seattle, Sr Parker. – Desviei meus olhos dos dele. Aquele homem estava realmente mexendo com o meu psicológico. Ele não tinha o direito de chegar tão perfeito assim e questionar os tipos que evento que eu frequentava ou não. Aquilo era demais para assimilar. Ele deixou o copo na bandeja de um garçom que passava por ali e andou até mim. O ar ficou preso em minha garganta quando senti seu perfume.

– Me conceda uma dança. – Ele colocou uma mão atrás das costas e a outra esticou para pegar a minha. Fiquei olhando para sua mão e tentando raciocinar sobre aquilo. Olhei ao redor a tinham alguns pares de olhos em nós.

– Não posso, Sr Parker. O senhor é meu chefe. – Fiz menção de me virar novamente para sair, mas ele continuou na mesma posição, agora me olhando com curiosidade. Ele me encarou mais alguns segundos e balançou o braço devagar, estiquei a mão e segurei a sua. Um calor percorreu minhas veias quase que instantaneamente. A banda começou a cantar “Strangers In The Night”. Noah me guiou pelo salão, ele dançava tão bem que não tive dificuldade em lhe acompanhar, mas meu coração e minhas pernas bambas dificultaram um pouco seu trabalho, senti seu sorriso quando ele pousou um beijo delicado em meu pescoço e ficou com a boca ali. Fechei os olhos e deixe-me levar pela sensação do seu corpo no meu. Seu cheiro era amadeirado, não reconheci o perfume. Minhas entranhas viraram água quando ele passou os braços pela minha cintura e apertou meu corpo contra o dele. Ele afastou um pouco o rosto do meu pescoço e falou no meu ouvido:

– A respeito do seu comentário anterior, ninguém aqui sabe que você trabalha para mim. Então não precisa ficar preocupada com que os outros vão pensar, eles não são ninguém. – Noah beijou meu rosto antes de me olhar nos olhos.

Fiquei olhando embasbacada para ele, minha mente e meu corpo não reagiram a suas palavras e nem ao seu beijo carinhoso, se ele não estivesse me guiando pelo salão, eu teria travado no lugar. Limitei-me a encarar sua gravata e tenho certeza que meu rosto estava vermelho. Noah deslizou a mão pela minha cintura e nós rodamos devagar. Levantei os olhos e ele me encarava fixamente. Se ele não fosse tão gato e tão bom de cama, eu teria ficado com medo.

– Você está tímida hoje, Srta Grey. – Seus olhos azuis encaravam os meus e sua mão apertou a minha, ele desviou os olhos para minha mão que estava na sua, pegou o cartão de Trevor e olhou alguns segundos. Arqueou uma sobrancelha para mim e depois rasgou o cartão guardando-o no bolso. Pegou minha mão e voltou a dançar. Como assim ele pega uma coisa que é MINHA e rasga? Tentei soltar sua mão e ele me segurou.

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