O passado que nos molda...

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Julho chegou trazendo consigo o calor típico do verão. Os dias ficaram mais claros e mais longos. Letárgicos. E terminavam com chuvas amenas, que ajudavam a refrescar um pouco a inclemência do poente.

Pela manhã, as visitas à Hana eram sagradas. Kiba aproveitava cada segundo ao lado da irmã. Vez ou outra até ficava para almoçar com ela. Impressionado em ver como a cada visita a casa dela ganhava mais aparência de lar, logo uma ou outra gaiola com animais adoecidos aparecendo na área destinada para tratamento.

E quando voltava para casa, encontrava Shino a esperá-lo para as lições que se estendiam por boa parte da tarde. Até a hora de dividir um chá, geralmente coincidindo com as primeiras gotas da chuva de verão.

Era confortável sentar-se a varanda, lado a lado, para ver o céu azul chorar suas mágoas no lago das carpas-comum, molhando todo o gramado viçoso. Obrigando Akamaru a ficar preso na casinha lá no jardim oriental, porque o animalzinho não gostava muito de se molhar...

Quase tão confortável quanto Kiba reclinar-se um pouco e encostar no companheiro. Podiam viver assim para sempre, no momento de intimidade silencioso em que somente o encontro de almas, o encontro de Alpha e Ômega bastava para preencher e dar significado à existência deles. Kiba tinha a sensação de que sobrava apenas eles dois no mundo todo, congelados na apreciação de uma cena singela e pontuada por beleza. A natureza seguindo seu ciclo. Não que ele quisesse que as outras pessoas desaparecessem! Era só... tão agradável ficar juntinho de Shino... não sabia explicar!

E para finalizar da melhor forma possível, as noites se encerravam com a intimidade do amor.

Era assim que estavam agora, deitados no futon do quarto de ambos, com Kiba deitado sobre o peito de Shino. A respiração um tanto ofegante denunciava o cansaço, um bom cansaço. No quarto o cheiro do sexo, misturado ao cheiro dos dois. Algo que instigava o Alpha, mais do que jamais pensou ser possível. Às vezes, no silêncio de tais momentos, Shino se perguntava como conseguiu viver sem aquele garoto por todos aqueles anos.

— Boa noite — Kiba disse depois de algum tempo, bocejando preguiçoso. A mão de Shino deslizava por suas costas desnudas, numa carícia que o enchia de sono. Depois da satisfação do orgasmo, o relaxamento era natural.

— Boa noite — Shino respondeu com voz distante.

Kiba se ajeitou melhor, como se fosse um gato e o corpo do Alpha, uma mantinha para se acomodar. O ar de sonolência chegava ao homem e o contagiava. Mas os olhos dele vagavam pelo quarto, perdidos no tempo.

Observava todos os pergaminhos espalhados pelas paredes decoradas com gencianas. Vários ideogramas rebuscados na caligrafia do Ômega.

Vários "Inuzuka Kiba".

Incontáveis "Aburame Shino".

Um "Inuzuka Hana" escondidinho em algum lugar, porque Kiba ficava um tanto envergonhado em ter o nome da irmã ali, no recanto onde partilhavam tanta intimidade.

Marcas da Solidão (ShinoKiba)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora