Pra quem vive na guerra...

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O almoço foi atípico para o que Shino conhecia de Kiba

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O almoço foi atípico para o que Shino conhecia de Kiba.

O Ômega não mostrou nada da voracidade costumeira, daquele afã de quem está sempre morrendo de fome. Pelo contrário, ele comia devagar, mastigando lento cada bocadinho da comida típica de Suna, pão assado, frango cozido com azeitonas e arroz frito. Tudo feito pela irmã! Queria degustar o máximo que pudesse! Não apenas devorar...

— Me conte mais sobre você — Hana pediu assistindo com carinho. Comia um pouco, apenas para acompanhar. A impossibilidade do acontecido tirando-lhe a fome — Seu companheiro disse que veio do leste. Não acredito que permitiram que viesse sozinho de tão longe.

O tom de voz traiu sua indignação. Sabia poucos detalhes, pois Shino contou apenas por alto. Mais cedo ou mais tarde teriam que contar toda a verdade. Mas nem Shino conhecia minucias da história daquele Ômega. E o que conhecia era o suficiente para assustar.

— Permitir não permitiram, né? — Kiba fisgou uma azeitona preta — Sai fugido de lá.

Hana balançou a cabeça. Fazia mais sentido.

— Imagino. Ômegas são valiosos, não seria fácil conseguir apoio para vir aqui atrás de uma família que você nem conhecia.

Kiba fez um som engraçado com a garganta.

— Vocês ficam falando isso e eu custei pra acreditar. Só fui baixar a guarda no feudo do Shino, porque ele me pegou no pulo do gato — nesse momento ele virou-se para o Alpha — Sabe que eu até que reagi bem? Analisando melhor, eu segui você com um pouco de medo, mas não muito. Acho que o lance de companheiros já estava acontecendo! Demorei pra entender...

Shino quase riu. Sim, Kiba demorou pra entender. E quem podia julgar?

— Custou para acreditar em quê? — Hana indagou.

— Que Ômegas são raros e tudo isso aí. No meus país não é assim não. No país que eu cresci, quer dizer. Eu nasci aqui, né? Lá tem Ômegas até demais e tratam a gente como estorvo. Todo Ômega é obrigado a ficar no distrito que eu te falei e não pode sair pra nada. Quando consegui escapar, fui pra longe e não olhei para trás.

Hana ergueu as sobrancelhas. Sabia que Ômegas tinham uma veia meio mimada, pelo tratamento que recebiam e os tornava mal acostumados, mas isso não combinava com Kiba, com a imagem que fez dele até o momento. O que seria "ruim" para um Ômega? Algum capricho não realizado? Ou um pedido egoísta? E um país com tal abundancia de Ômegas? Quando o resto do mundo morria aos poucos, com a raridade gradual da casta?

Ela não saia muito de casa, mas vivia em um país com fluxo inimaginável de turistas. Viajantes de todos os pontos passavam por Sunagakure, em busca do comércio variado, para reabastecer ou simplesmente por turismo. E nenhum viajante jamais contou vantagem sobre viver em um lugar com muitos Ômegas.

— Nunca mais volto para lá.

— Deve ter sido bem ruim — Hana falou condescendente. Mesmo o pior tratamento para um Ômega, na mente dela, seria infinitamente melhor do que qualquer Alpha ou Beta recebia.

Marcas da Solidão (ShinoKiba)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora