O primeiro dia da primavera

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

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Floresce a ameixeira
e canta o rouxinol
mas estou só
(Issa)

Aburame Shino contemplou o nascer do sol pela janela, meio escurecido pelo óculos de lente preta

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Aburame Shino contemplou o nascer do sol pela janela, meio escurecido pelo óculos de lente preta. Costume que honrava todas as manhãs, enquanto os servos lhe serviam o café. Seguia uma rotina imutável e confortável, pelos últimos anos, dia após dia, um desfile previsível do qual nada esperava de novo. Do qual nada queria de novo.

Exceto uma vez no ano, no primeiro dia da primavera, quando era tradição em Konoha dar inicio ao plantio do arroz. A tradição exigia que os senhores feudais dessem uma volta pelo feudo, clamando as bênçãos dos deuses para mais uma safra de fartura.

Como um homem de costumes, Aburame Shino cumpria mais um ritual.

Nesse dia do ano também se dava inicio às celebrações do Matsuri, levando a população da vila em peso para reunir-se no centro, aproveitando das barraquinhas de comida e brincadeiras.

Animação e envolvimento ao qual Shino abandonou muito tempo atrás. Quase dez anos passados.

Mas se podia fugir do festival; de suas obrigações como senhor feudal e Alpha da família Aburame, não conseguiria se esquivar.

Calmamente se alimentou. Era um homem de hábitos comedidos, inclusive a alimentação. Fato que se refletia no pouco arroz branco, filé de salmão e salada regada com molho agridoce, algo muito menos farto do que se encontraria no desjejum de alguém em tão elevada posição social.

Mas a alegria de viver que se refletia nos menores gestos, inclusive nas refeições, havia desaparecido.

Terminou de comer rápido, pois queria sair logo para os campos de arroz e fazer a verificação anual. Isso demandava tempo, sua propriedade era extensa.

Iria a cavalo, para não se cansar demais. Ir a pé talvez levasse o dia todo.

O sol ainda não havia nascido por completo quando Aburame Shino trocou as vestimentas que cobriam seu corpo quase completamente por um traje formal clássico, todo em preto e cinza escuro. Dispensou a comitiva de servos que seria esperado o acompanhar no trajeto. Ninguém estranhou que ele escolhesse assim. No passar dos anos, a preferência pela solidão era característica marcante do Alpha senhor daquele feudo.

Sozinho, Shino recebeu o alazão branco das mãos de um cavalariço, montou e partiu.

Pretendia começar pelos campos mais distantes, e só então vir se aproximando da grande casa. Ajeitou o par de óculos escuro no rosto, para proteger os olhos fracos de qualquer mínima claridade.

O cavalo pôs-se a trote cadenciado, seguindo os breves toques dados no cabresto.

Avançou ao largo do belíssimo jardim oriental, bem cuidado e vistoso, lugar em que passava boa parte do dia a meditar. Saiu no terreno intermediário, de onde já podia divisar ao longe os primeiros campos a serem cultivados.

Marcas da Solidão (ShinoKiba)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora