A rotina se ajeita

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Exausto.

Shino sentia-se exausto! Mas... também se sentia empolgado. De um jeito que, talvez, nunca se sentiu antes.

Tentar acompanhar o ritmo de Inuzuka Kiba era um desafio e tanto. O garoto se saiu muito bem nos fundamentos das aulas de autodefesa, estava se achando um ninja nível experiente, querendo aprender golpes de lendas e derrotar inimigos que não existiam.

Shino entendeu que precisaria de uma paciência infinita com o Ômega. Mas o exaustivo mesmo era ter que moderar sua força. Kiba lutava com toda sua energia e isso, para Shino, era como enfrentar uma criança. Betas tinham certa resistência e podiam enfrentar um Alpha durante o treino sem grandes problemas.

Já um Ômega era um assunto totalmente diferente.

E Shino tinha que agir com muita parcimônia. Intuía fácil que Kiba não ia gostar nada de saber que o Alpha estava se controlando e usando apenas uma pequena parte de sua força enquanto o ensinava. Isso poderia melindrá-lo...

Também tiraram um momento para treinar shodo. Como Shino corretamente intuiu, Kiba não sabia ler nem escrever. Muito menos trabalhar com números.

Não teve pretensão de se tornar um sensei. Tampouco de ensinar tudo para ele, por isso jogou no ar a possibilidade de contratar um tutor e Kiba mostrou zero interesse nisso. Gostou apenas de aprender a escrever o próprio nome, o nome de Shino e o de Ino. Passaram horas na sala das cerejeiras treinando com grandes papiros e pinceis de tinta preta, riscando as letras rebuscadas do alfabeto.

Deram algumas voltas ao redor da casa principal, para que o terreno se tornasse familiar. A princípio, Shino pensou que poderia ensiná-lo a montar. Assim iriam a cavalo para a casa do Hokage. Mas Kiba era agressivo e estabanado demais para aprender em pouco tempo como dominar sua montaria. Os gestos amplos e voz alta assustavam o cavalo mais manso! E Shino desistiu da ideia.

Enfim, no dia do jantar com o Hokage, trajaram os kimono formais. O de Kiba era azul escuro com detalhes em preto e prata. O de Shino era cinza chumbo com os detalhes feitos em dourado e branco.

Ao invés de montar alazões, Shino preferiu que um servo os levasse de carruagem. Era infinitamente mais confortável.

A empolgação de Kiba era insuperável. Já tinha perguntado umas três vezes se estava bem no kimono, porque azul realmente combinava com a cor de seus olhos! E o caimento do tecido era tão macio e agradável! Um bonitão como ele ficaria muito bem vestido.

Shino se divertia com a personalidade peculiar. E sofria de pensar que o jeito expansivo, comunicativo e cheio de gestos teve que ser suprimido, sufocado; porque passar despercebido era questão de vida ou morte.

Compreendia que Kiba só conseguia agir tão naturalmente porque se sentia seguro. E compreender isso, para o lado Alpha de Shino, era o maior elogio. Polia seus brios e o fazia sentir-se atipicamente satisfeito por ter nascido em uma casta que podia proporcionar proteção aquele garoto.

Marcas da Solidão (ShinoKiba)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora