28. like a Bob Marley fan

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Atenção: o final do capítulo é narrado pela mente de uma criatura extraordinária. Tente compreender a mente de um bêbado.

Geoff comentou algo mais cedo sobre uma viagem que iria fazer. Não me liguei muito, mas sabia que ele voltaria comigo.

- Geoff? Está na hora. Meu turno acabou! Você teria como, vir aqui? Não estou conseguindo dirigir.

- Ei, o que você têm de errado? - Não o respondo e ele continua. - Estou a caminho. 

Entro no carro no banco do carona e fico esperando Geoff aparecer. O estúdio não era muito longe, um pouco mais de 1 quilometro eu acho.

Minha cabeça gira e os olhos doem. Como se alguém tivesse esfiando um agulha enorme na minha pupila. Minhas mãos não tremem mais, mas meu coração ainda consegue estar mais acelerado do que jamais esteve.

Ela morreu. Vozes na minha cabeça, sussurram isso a cada local que eu olho. 

Pedi para Carl ligar para o necrotério. Já que o mesmo fazia questão de lidar com a frieza de Lewis pessoalmente.

Ouço batidas na janela. Geoff. Destranco a porta e ele entra, ligando e dando partida no carro. 

Estamos já na metade do caminho e não abri minha boca ainda. Não por medo, por que eu sei que não devemos temer a morte. Mas sim por que ainda não tenho coragem para escutar minha voz. 

- Quer me contar o que aconteceu?

Ele tenta mais uma vez e balanço minha cabeça negativamente. 

Olho para o horário 20h 19.

- Você sabia que cerca de 108 bilhões de pessoas já viveram na Terra? De acordo com a CIA, 55,3 milhões de pessoas morrem por ano. Ou seja, duas pessoas morrem a cada segundo. Agora mesmo, alguém acabou de morrer. - Geoff arqueia as sobrancelhas e solto um riso nasal quando percebo sua confusão. - Eu quis fazer um trabalho da faculdade baseado basicamente na morte de pacientes e acabei pesquisando algumas curiosidades. - Explico.

- Mas existe uma razão para você estar me contando isso. - Ele conclui.

- Eu fui o tempo, o segundo que matou Lea. Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona, Geoff. 

No caminho permiti sentir a brisa quente de Los Angeles bater em meus ombros e atingir meu rosto. 

Quando cheguei ao apartamento o barulho da chuva fraca, me fez sorrir por um momento. Me trazendo um aval de lembranças boas e momentos felizes. Mas o barulho do trovão me fez voltar a realidade.

Na porta da geladeira, uma foto minha com meus pais e Ella, me fez pensar em não quebrar tudo. Vou para o quarto com uma garrafa de água em mãos. Joguei a bolsa e o casaco em uma poltrona. A remoção de minha calça jeans é interrompida pelo toque do meu celular.

Começo a vasculhar os bolsos da minha bolsa. Imaginei que talvez fosse meu pai, lembrando da última vez que liguei para ele no meio da noite e ele não conseguiu dormir, foi engraçado depois e eu acabei sorrindo ao lembrar da situação, o mesmo sorriso morreu quando o vi número que brilhava na tela do aparelho.

Meu estômago embrulhou sutilmente e senti meu corpo inteiro começar a suar frio e tremer ao não reconhecer aquela complicada combinação de algorítimo.  

Demorei para desbloquear o celular para conseguir encarar o número que estava a minha frente, sou atingida por uma onda de indecisão. O número vinha de Toronto.

Deslizei o polegar pela tela, aceitando a ligação esperando a pessoa do outro lado da linha. 

- Filha? É a mamãe.

Life Youth • shawn mendes •Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon