Life Youth • shawn mendes •

18. the notice

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Lembra de quando você era apenas uma criança e no meio de suas aventuras e brincadeiras você caia? Bem, eu ia correndo falar com meus responsáveis... “ O beijo da mamãe sara!” era a frase que eu mais escutava, é uma pena que esse beijo de mãe não cura feridas internas. E mais pena ainda esse beijo de mãe ter causado mais feridas do que cicatrizado.

- Porque você está aqui? O que você está fazendo aqui? – Escuto a voz do meu pai abafada no andar de baixo, não se passava das 7:00am e minha aula começava apenas 8:40am.

- Eu só preciso vê-la! Por favor, só a chame para mim... – Ao escutar a voz de uma figura conhecida eu desço do jeito que estou e me deparo com duas pessoas que eram totalmente conhecidas por mim. Minha irmã estava com um casacão de frio que quase a engolia e cantarolava uma música em inglês baixo demais para ser reconhecida.

- Madiie!!!! – Minha irmãzinha grita e chama a atenção de todos naquela sala para mim. Fecho meus olhos no instante em que os olhos da megera pausa sobre mim. A pequena corre e se agarra em minhas pernas a pego no colo e sou tomada por dois braços pequenos e quentinhos no qual eu sentia muita falta.

- Hey! Minha pequena. – Falo e ela se aconchega mais seu rosto em meu pescoço. – Você está com saudade do Jack? – Pergunto e ela concorda freneticamente. – Então que tal você ir lá e acordá-lo com beijinhos? – Aponto para a porta do quarto e ela se desprende do meu colo e começa a subir as escadas. Eu espero ela desaparecer entre o corredor para direcionar meus olhos para frente.

- Então?  - Começo e ela vem me abraçar. Não posso negar que eu sinto falta dela, mesmo depois de tudo que foi feito. Eu sinto falta da minha mãe. Mas ela aqui em Toronto significa muitas coisas. Coisas que eu não estou preparada para enfrentar de uma vez. Retribuo seu abraço e me recuso a deixar essa lágrima solitária cair. – Acho que vocês precisam conversar! – Falo e meu pai concorda, me solto dos braços de minha mãe e volto para o meu quarto.

Fui em direção ao banheiro para sair daquele lugar, a única coisa diferente é que não iria a escola, não estava com cabeça.

Botei uma roupa não muito pesada, peguei dinheiro e entrei no quarto de Jack, que já estava acordado, minha irmã estava deitada ao lado dele contando tudo sobre o avião. Ele olha para mim fazendo uma pergunta silenciosa que não foi devidamente respondida.

- Não se atrase para a escola! – Falo depositando um beijo estalado na cabeça de Jack e da princesa que estava brincando de esconde- esconde com o edredom. – Não se preocupe mais tarde estou em casa. – Respondo a pergunta silenciosa do começo.

- Quer que eu avise alguém?  - Ele sabia que as únicas pessoas a serem avisadas eram Camila e Shawn, só que Camila está viajando então a pergunta seria. Quer que eu avise ao Shawn?

- Estou indo lá agora! Acho que ele não gostaria de entrar e dar de cara com a megera aqui. – Ele ri do termo e eu o ignoro.

- O que é megera? – Minha irmã pergunta e eu jogo um beijo no ar para os dois e movo minha boca ao som de um “Boa sorte!” e sou acertada com uma almofada.

Mando uma mensagem para o celular do meu pai, avisando para ele não ficar preocupado, pois iria ao meu lugar pra espairecer e voltaria ao anoitecer.

“Leva a câmera, você sempre fica inspirada nessas situações! Beijos!” é o que ele fala.

Peguei minha câmera na gaveta e ao levantar dou de cara com as milhares de fotos que eu tirei no Brasil e na primeira semana aqui em Toronto, para ter a total certeza que irei arrumá-las quando chegar, jogo todas as fotos em cima da cama e saio do quarto. Meus pais estavam na varanda o que facilitou minha saída.