Capítulo 39

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Quando eu era pequena costumava achar que minha mãe tinha o super poder de ler mentes. Ela sempre sabia o que eu estava pensando ou sentido mesmo quando eu fazia de tudo pra esconder, não havia como mentir pra ela ou ter segredos. Essa super habilidade dela já me meteu em mais problemas do que eu posso contar. E agora, uma semana depois de eu ter saído do escritório de Benett, isso não era algo bem vindo pra mim. Mais ela era mãe, e pedir pra ela ficar quieta era quase um pecado .  

-Evelyn?!- disse minha mãe do outro lado da mesa-você  está bem querida?

Os grandes olhos amêndoas da minha mãe me encaravam como se quisessem me arrancar a verdade sem que eu precisa-se falar. Mantive meus olhos baixos pra que ela não percebe-se a mentira estampada nele e confirmei com um aceno.

_estou ótima, mãe- falei mexendo na comida - por que a pergunta?

-esta remexendo a comida no prato desde a hora que ela chegou- disse ela com expressão contrariada e preocupada.

-apenas não estou com fome- de ombros e coloquei o garfo de volta na mesa.

Minha mãe deu uma risada, mais parou assim que me viu seria.

-querida, me conte o que aconteceu-ela deixou a comida de lado e se encostou na cadeira- por que algo deve ter acontecido pra te deixar sem apetite, você sempre está com fome, e agora estou preocupada de verdade.

Suspirei sabendo que ela não ia parar de fazer perguntas até que eu lhe desse alguma coisa.

-são apenas problemas no trabalho- dei de ombros como se não fosse nada e tentei sorrir, acho que pareceu mais uma careta- meu setor teve alguns problemas.

Norma me lançou um olhar cético. Ela sabia que eu estava mentindo e eu estava ferrada. Ali estava a surper mãe pronta pra dar uma bronca na folha que nunca aprendeu a mentir direito.

- me poupe Evelyn-ela revirou os olhos, uma das várias manias que temos em comum- na última semana você anda dispersa, com os olhos vermelhos de quem chora no banheiro e mal encosta na comida.  Se fossem problemas no seu setor não teriam te dado uma semana de folga. Então a menos que aprenda a mentir direito, pode me falar o que há de errado com você.

Maldita intuição maternal. Contei pra ela o que aconteceu desde o começo me esforçando pra não chorar. Odiar Benett era cansativo, fugir dele era mais ainda. Na última semana eu procurei passar longe de qualquer lugar que ele costume frequentar ou qualquer lugar perto dos mesmos. Tirei uma semana de folga que era pra ficar com a minha mãe, mais nos primeiros dias foram apenas pra que eu pudesse vegetar em casa e me acabar em chocolates e sorvete. Meus amigos me ajudaram mantendo a minha mãe ocupada e longe de mim por dois dias, mais depois disso ficou difícil me esconder. 

-como você passa quase dois meses transando com um cara que se diz apaixonado por você e diz que não estão namorando?- a expressão da minha mãe parece divertida- Pelo amor de Deus Evelyn, sua insegurança ainda vai te matar.

-eu conto essa história maluca e tudo que você tem pra me dizer é que sou insegura mãe?- revirei os olhos.

-bom, você foi idiota em fugir da primeira vez, em fingir durante o tempo em que ficaram juntos que não tinham nada e em jogar na cara dele que não iria apresentar ele a sua mãe.- a cada sentença eunme sentia uma tremenda idiota- mas, ele também errou em muitas coisas, cenas de ciúmes, deixar você continuar com essa bobagem de não deixar nada na casa dele e depois de uma briga a toa procurar uma sósia sua.

-isso não tá ajudando mãe-resmunguei

- o fato é que um erro não anula o outro- disse ela- mais você gosta dele filha isso tá na cara e mesmo que eu não fosse sua mãe eu saberia disso. A questão é segura o bastante dos seus sentimentos e dos dele pra perdoar isso.

- nós começamos de uma forma tão errada que talvez não tenha concerto, mãe.

-tudo tem concerto querida- disse ela sorrindo de forma doce- basta um pouco de tempo. Que pelo que vi a alguns dias ele está fazendo de tudo pra te dar.- ela voltou a comer como se nada tivesse acontecido.

-como assim?- perguntei confusa.

-eu vi um rapaz bonito na portaria esses dias, parecia que ele estava tentando subornar o porteiro pra subir, parecia meio bêbado- ela virou um gole de vinho- mais quando ele foi embora que eu perguntei ao porteiro, na verdade ele paga pra não deixa-lo subir, e me falou que ele é amigo seu. 

Acabei sorrindo sem querer. Talvez seja como minha mãe disse, precisamos de tempo pra entender como nós consertar. Pra recomeçar, só que dessa vez do jeito certo, sem acordos. Apenas por que nós dois queremos tentar de novo, e dessa vez sem a droga da minha insegurança sussurrando paranóias no meu ouvido ou me mandando fugir.

-que bom que decidiu passar esses dias comigo mãe- sorri pra ela, de verdade dessa vez.

***

Desculpem a demora. Eu sei que não parece um capítulo muito importante, mais é pra vcs saberem como a nossa queria Evelyn se sente nesses últimos dias.

Queria agradecer a vcs pelos comentários do capítulo anterior. No começo essa história era apenas pra tentar melhorar minha escrita, não achei que a história teria tantas visualizações e pessoas acompanhando. Vcs são demais. Juro que vou tentar fazer com que os capítulos não demorem tango agora que estamos mais perto do final.

PS: não se esqueçam de deixar o comentário e as estrelinha.

O Acordo Perfeito (Em Revisão)Where stories live. Discover now