Chapter II

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Dias Atuais

Rio sozinha com essas lembranças mas logo sinto meus olhos arderem com o choro que está vindo, não, eu não irei chorar por isso. Abaixo a cabeça fechando os olhos e balançando a cabeça, saio da varanda voltando pra dentro de casa, pego meu celular e vejo 7 ligações perdidas da Catarina, o que eu esqueci dessa vez? Ligo de volta pra que ela tenha a chance de me xingar, não me importo mais com isso aliás eu ultimamente estou tão na merda que esqueço de tudo.

– Oi meu amor, seja lá o que eu esqueci eu quero que saiba que eu te amo muito e que não irá se repetir, pelo menos essa semana. –digo humorada com esperança de fazê-la rir e desistir de brigar comigo.

– Você é um lixo mesmo – ela ri – tu não esqueceu nada não, só fiquei preocupada já que não respondeu minhas mensagens e nem estava com a Patrícia na festa de ontem.

– Não respondi porquê estava bêbada e não fui na festa porquê achei uma na qual a Patrícia não iria– coço minha cabeça e solto um suspiro já esperando o sermão que sempre levo.

– Caralho Camille, o que caralhos te impede de terminar com ela?

– Simples, ela. – rimos juntas.

– Okay, tenho que ir e pela milésima vez essa semana, termina com essa garota porque eu não aguento mais ela – ela desliga sem se despedir.

Jogo o celular longe e me deito na cama olhando pro teto, agora mais essa, terminar com a Patrícia, não que eu não goste dela é que ela tem o mesmo problema que todas as outras garotas com quem fico... Ela não é a Júlia.

– Três anos Camille, supera logo essa porra – digo pra mim mesma.

Escuto a campainha tocar, bufo e vou atender a porta. Puta que pariu o que essa garota tá fazendo aqui?

– Oi amor – ela me beija.

– Oi Patrícia, o que você tá fazendo aqui?

– Vim te ver, a Cat falou que você estava doente e por isso não foi na festa – disse entrando na minha casa na qual eu não lembro de a ter convidado pra entrar.

– Ela também te disse que odeia que chame ela assim – fecho o portão e a encaro.

– Tanto faz, não quero falar dela, eu vim aqui atrás e uma coisa e eu irei ter – andou até a mim e me beijou, sério, eu preciso terminar com ela.

Nunca disse que gostava dela ou que queria algo sério, nosso "relacionamento" era algo mais carnal. Como posso explicar? Eu estava bêbada numa festa e dei encima dela, no outro dia acordei ela estava na minha cama. Até aí tudo bem, o problema foi que na outra semana quando fui ao teatro todos estavam dizendo que estávamos namorando porque, pasmem, a própria princesa espalhou isso.

Termino o beijo e a olho, como farei isso? Sério, não sei terminar com ninguém e nesse momento tudo o que quero é estar longe de qualquer relacionamento, aliás, é relacionamento quando a pessoa força e diz pra todos que está contigo? Porque se for a Patrícia me enfiou em um.

– Olha, eu tô mal e eu não quero isso no momento, que tal vir um outro dia sei lá? – digo sem graça, confirmadíssimo, não consigo terminar.

– Está estranha comigo faz tempo Camille, se for por causa daquela garota me diz logo que eu saio da sua vida – como não pensei em dar essa desculpa?

Mas sim, a Patrícia sabia sobre a Júlia e não ficou nada feliz em descobrir que eu ainda tinha sentimentos por ela, sei que errei – e muito – em manter a relação com ela por nove meses amando outra, mas nunca disse que estava pronta pra isso e fui covarde demais pra dizer isso pra Patrícia.

– Isso – falo animada demais – quero dizer, é, é isso Patricia, eu ainda penso nela – sinto um tapa no meu rosto – que porra foi essa garota?

– Some da minha vida, eu tô cansada de ser seu capacho – diz gritando – você não sente nada por mim e ainda vive me fodendo? Incrível como é difícil achar uma garota que superou a primeira vagabunda com quem transou.

– Você não vai xingar ela na minha frente – falo entre dentes.

– O que foi? – ela se aproxima de mim – não goste que falem da vadiazinha que te abandonou?

– Sai da porra da minha casa ou eu te arrasto pra fora – aperto seu braço com força.

– Não precisa disso, já fui sua cachorra por muito tempo – dá um tranco puxando o braço.

Ando atrás dela até o portão, eu nunca estive com tanta raiva dessa garota na minha vida, agradeço a Deus que agora estou livre dela.

– Aliás Camille – se vira pra me olhar – vai se foder.

Entro e me jogo no sofá, mulherzinha filha da puta, fez minha vida um inferno por meses e agora vem na minha casa falar merda pra mim? Como se eu tivesse pedido ela em namoro ou feito promessas, eu deixei claro que não queria nada.

Tá, estou brava mas errei em ter expulsado ela daquele jeito. Isso me faz lembrar de quão calma e educada foi a Júlia quando "me expulsou" de sua casa após eu ser tão direta. Deveria tentar ser mais que nem ela, mais centrada e educada, mas só conseguia ter a melhor versão de mim perto dela.

The One That Got AwayWhere stories live. Discover now