Chapter XXVII

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Júlia e minha mãe passaram horas conversando sobre mim e sobre tudo que aconteceu no Rio, mas o ciúmes da Júlia não estava me dando local de fala, ela ficava me excluindo do assunto o tempo todo. Sinto o celular vibrar e pego de imediato para ler a mensagem.

Bo-Cat:

Às 20hrs na casa do Vini vai ser a festinha de boas vindas. Posso ir aí te ver antes de todos? Adoro ser a primeira e exclusiva.
18:49

Lembro que não contei que a Júlia viria comigo então decido fazer uma surpresa.

Camille Vieira:

Não, minha mãe tá brigando comigo aqui, já já a gente se vê na festa. Foi mal tirar sua exclusividade amor.
18:50


Como sei que a Júlia demora duas horas pra se arrumar por causa da sua enorme vaidade, a chamo para subirmos para tomarmos banho e ela segue brava. Cara, na moral, quando ela dá esses pitis eu sinto vontade de jogar ela do último andar de um prédio, eu não faço nada e a louca fica de ciuminho.

Me sento na cama enquanto ela procura o que vestir e assim que termina se põe a ir ao banheiro, quando me levanto para acompanhar ela se vira pondo a mão acima do meu peito me impedindo de continuar.

— Não vamos tomar banho juntas — diz com indiferença.

— Vamos amor, para de drama por favor — suplico e ela apenas se vira entrando no banheiro trancando a porta.

Reviro os olhos e desço a escada indo para cozinha pois minha mãe precisa saber que eu namoro uma mulher que é louca, mas também porque quero conselhos matrimoniais antes que eu cometa um crime de ódio. Assim que entro na cozinha, minha mãe me olha de cima a baixo e da um suspiro já percebendo minha frustração.

— O que houve Camille? — ela larga a colher fora da panela pondo a mão na cintura — foi aquilo que eu disse sobre trazer garotas aqui? — assinto.

– Mãe, não fala essas coisas de exs ou coisa do tipo perto da Júlia — pego um copo de água e bebo — a senhora tem que entender que ela morre de ciúmes e você falando isso me prejudica.

— Te prejudico como? — ela fala indignada — se não aguenta umas briguinhas com ela nem tente morar junto pois no primeiro ano isso é o que farão aos montes.

Bufo e vejo minha mãe parada de braços cruzados já vendo que viria o discurso do "não foi uma boa ideia fazer isso Camille" que ela me dá desde os meus treze anos.

— Brigar com a Júlia é suave, o ruim é a falta de sexo — sorrio travessa com a cara que minha mãe faz.

— Eu não quero saber sobre sua vida sexual — ela fala um pouco mais alto — agora sai daqui antes que eu jogue essa panela na sua cara — ela diz me dando tapas o que me faz correr pra sair do coro que ia levar.

Amo fazer isso com minha mãe, ela se sente muito desconfortável para falar sobre sexo e coisas do tipo comigo e para minha desgraça quem teve a tal conversa foi meu pai. Imagina um homem tentando falar com você sobre período fértil e coisas do tipo, horrível! Ele fez um desfavor me ensinando tudo errado, mas aprecio sua tentativa tendo em vista que minha mãe não tem coragem de dizer a palavra "sexo" na minha frente.

Entro no meu quarto e vejo Júlia seminua se maquiando na frente do espelho do meu quarto. Me aproximo e passo a mão em sua bunda me pondo atrás dela. Vejo ela sorrindo pelo reflexo do espelho e a conheço, vai me provocar para no final dizer que está naqueles dias e que não faremos nada. Beijo seu ombro enquanto passo a ponta dos meus dedos pelo seu ventre a deixando arrepiada.

The One That Got AwayWhere stories live. Discover now