Estar mais uma vez aqui parada olhando pela varanda para aquela casa, depois de tantos anos ver mais uma família entrando nela e não sendo a família dela é bem estranho. Bom, mais estranho é eu estar falando isso sem você não saber de nada que aconteceu, bem foi assim...
Três anos atrás
Estava na rua rindo e conversando com os meus amigos até que ela apareceu, era uma garota baixinha que aparentava ser gótica – pelo menos foi o que pensei quando a vi de batom preto– não vou mentir, a achei bonita. Ela veio em nossa direção e puxou assunto já que ela conhecia apenas o Vinicius que a apresentou, Júlia, gostei dela assim que começamos a conversar, até que foi rápida a nossa conexão sabe? Só que depois que foi embora o Vinicius disse:
– Cuidado Cams, se eu fosse você manteria distância, ela gosta de garotas.
Fiquei pasma porque eu estava confusa com tudo dentro de mim, tendo pais evangélicos e sendo obrigada a ir pra igreja era bem difícil aceitar que gostava de garotas, ainda mais com o pensamento de que "Deus me odiava por apenas pensar em outras garotas" mas sinceramente, essa era a minha chance de tentar ficar com uma garota e acabar com esse "desejo" idiota.
No outro dia fui até a casa dela chamá-la pra conversar e descobrir mais sobre ela já que o Vinicius não sabia muita coisa porquê de acordo com ele "é difícil conhecer de verdade alguém que não estuda na mesma escola que a gente", em partes eu concordo, até porque todo mundo que mora aqui se conheceu e estudou na mesma escola. Estava tão nervosa que levei um pequeno susto quando ela abriu o portão, e quando a vi sob a luz do dia eu pude dizer, cara ela é linda.
– Oi, Júlia– sorri sem graça – cê quer ir comigo até a pracinha? É que ontem a gente mal se falou e seria legal te conhecer melhor, te achei tão bacana pelo pouco que conversamos.
– Eu adoraria, mas a minha mãe não está em casa e eu tenho que cuidar do meu irmão. – disse sorrindo de canto – desculpa.
– Tudo bem, um outro dia a gente se vê então – quando está a me preparando pra sair ela disse:
– Se você quiser entrar e ficar aqui até minha mãe chegar poderemos conversar.
– Claro – disse animada demais, como sou idiota – pode ser.
Meu Deus, primeira vez tentando me aproximar e dou esse fora, não podia parecer tão atirada – mesmo sabendo que sou – não queria que ela desconfiasse que queria... Sei lá o que queria.
– Então, você não estuda no Maya como todo mundo daqui, por que? – ah ótimo, nem sabia como puxar assunto com ela.
– Porque minha mãe acha que o Maya é uma péssima escola então ela me matriculou numa que fica no centro. Quer bolo de laranja? – sorriu simpática quando entramos na cozinha.
– Não, eu odeio laranja. – ri da cara confusa que ela fez – não te vejo muito na vizinhança, sai pouco né?
– Não gosto de dar motivos pra falarem, ainda mais tendo esse estilo – disse indiferente
– Ah, pensei que fosse por outro motivo.
– Qual? – me olhou confusa
– Você gostar de garotas – me olhou surpresa e logo vi que tinha deixado ela sem graça.
Porra fui muito direta...
Oi gente, essa é a primeira história que escrevo e espero que gostem do formato que planejei que será o seguinte: um capítulo terá o flashback e o outro será contando a vida atual da nossa querida Camille.
Obrigada por lerem, votem por favor e compartilhem, beijos.
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The One That Got Away
RomanceCamille era uma adolescente que duvidava da sua orientação sexual, na verdade ela sempre gostou de garotas mas tinha medo de assumir para todos e até mesmo pra sí. Até conhecer Júlia, uma garota que balançou seu mundo de uma maneira que ninguém ente...