XXXIV - Diana perde o controle

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***MINUTOS ANTES***

— VAI DEVAGAR, DIANA!

Diana dirigia descontroladamente pelas ruas de Los Angeles a umas 3 horas, virando aqui e ali me deixando com um frio na barriga desgraçado. Pegamos um caminho diferente do que viemos. Ao invés de passar por fora, Diana passou por dentro de Los Angeles. O que eu achei uma ideia muito impulsiva porque levaria mais tempo para chegarmos em casa. Mas Diana insistiu que passar por dentro de Los Angeles era mais seguro e mais fácil de despistar caso fosse preciso.
Me segurei com força na alça de segurança do carro quando Diana fez uma curva a 60km/h.

— Cara, você vai acabar atraindo polícias desse jeito.

— Eu sei, eu sei – ela se virou para me olhar – mas não posso deixar Lúcifer nos alcançar.

— Olha para frente, não para mim. DIANA O SINAL!

O carro freou bruscamente bem no limite da linha de pedestres. Uma idosa atravessava a rua devagar com seu andador despreocupadamente. Diana tamborilava os dedos freneticamente no volante enquanto esperava o sinal abrir. Soltei a alça do teto do carro e respirei fundo.

— Não precisa ficar nervosa. Não tem ninguém atrás de nós.

— Nervosa eu? – Ela deu um riso que eu tinha certeza que era de nervoso. – Por que eu estaria nervosa? Estamos com um livro demoníaco roubado de um museu de Los Angeles, que pode me transformar em um Cavaleiro Infernal com a possibilidade do Príncipe das Trevas estar atrás de nós. Não estou nervosa. EU ESTOU APAVORADA!

Diana começou a gritar que aquilo era loucura juntamente com palavrões dentro do carro  enquanto batia no volante repetidamente.
Lá fora o céu azul marinho e estrelado da noite deu lugar a um mais escuro chegando perto do preto. Nuvens densas se formaram em menos de segundos e trovões começaram a ribumbar ao longe. Poderia ser apenas coincidência mas minha intuição dizia que Diana de alguma forma estava provocando isso.

— Ei, ei, ei, – tirei o cinto e virei o rosto de Diana na minha direção ignorando o mal tempo que se formava lá fora – calma. Olha para mim. Diana. Diana! Foco, ok? Respira.

— Quem é que está gritando hein? – Perguntou Dyllan com a voz sonolenta se inclinando para frente chegando mais perto de nós.

— Diana. Ela está... nervosa.

— Ela sempre está nervosa.

— CALA A PORRA DA BOCA DYLLAN!

— Eu disse.

— Só... fica quietinho ai, Müller.

Dyllan se encostou no banco de trás novamente e olhou para a janela tendo interesse repentino no mal tempo lá fora.

— Como você está?

— Eu não consigo respirar, preciso sair desse carro.

O sinal abriu e Diana estacionou o carro no meio fio em frente a uma praça que estava cheia de famílias aproveitando a noite que a alguns minutos atrás era agradável e tranquila.
Diana se pôs para fora do carro e se apoiou nos próprios joelhos respirando com força pelo nariz e soltando pela boca. Sai logo em seguida com Dyllan fazendo a mesma coisa. Nós dois fomos até ela e a ajudamos a se encostar no capô do carro.

— O que você tem, maninha? Está começando a me deixar preocupado.

— Ei, olha para mim. Foca só em mim, ok? – Diana balançou a cabeça positivamente enquanto tentava respirar. – Esquece o Livro e foca apenas na minha voz.

Ela começou a puxar o ar mais suavemente e se acalmar. O tempo pareceu seguir os sentimentos de Diana e se acalmou também. O vento parou de soprar violentamente, as nuvens antes densas começaram a se dissipar e os trovões cessaram. Naquele momento percebi duas coisas: 1° Diana era o receptáculo do primeiro Cavaleiro Infernal, – o que explicava porque Lúcifer queria ela primeiro – o Cavaleiro Elementar, ou seja, ela tinha poder sob os 4 elementos. Ar, água, terra e fogo; 2° isso daria uma merda desgraçada.

Anjo MeuМесто, где живут истории. Откройте их для себя