XXVIII - Estamos bem, ok?

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Eu sei o que você está pensando: estou indo rápido demais. Mas o que você chama de “dar em cima” eu chamo de reconhecer o terreno. E não, eu não estava dando em cima dela. Não ainda.
Soltei Diana e apoie meus braços um em cada lado do seu pescoço, estando bem próximo dela ainda.

— Você quer tentar? – Perguntei sussurrando.

— O que? – Ela tentou controlar a respiração.

— O treino diário. Quer?

— Si-sim, claro.

— Muito bem então.

Sai de cima dela, o que a fez fechar brevemente os olhos e soltar um suspiro de alívio. Já de pé, estendi minha mão para Diana a ajudando a levantar.

— O que foi isso?

— Você é impulsiva, sabia que me atacaria. Só dei um empurrãozinho.

— Impulsiva? Você me deixou nervosa.

— Então eu te deixo nervosa? – Andei até a cozinha.

— Sim. É um dos seus muitos dons.

— Hum, gosto disso. – Sorri. – Quer? – Mostrei a garrafa de água recém tirada da geladeira para ela.

— Não, obrigada. Então – disse ela vindo até a cozinha e se encostando no batente da porta – é isso que vamos fazer na manhã de sábado?

— Depois de ontem eu...

— Não foi culpa sua.

— Foi sim. Tinha que proteger você e não sair por ai.

— Ei, você não tinha como você saber.

— Mas sabia das consequências. Deveria ter imaginado, previsto esse tipo de coisa.

Larguei a garrafa de água em cima da pia e me apoiei no balcão olhando para a janela que dava para um mini canteiro de flores silvestres.
Senti o toque suave da mão de Diana sobre o meu ombro e fechei os olhos.

— Você não tem que se culpar. Está tudo bem agora.

— Até eu ser descuidado novamente.

— Você não vai me ensinar a esmagar umas cabeças? Não vai mais precisar se preocupar com isso. – Ela sorriu.

— Me desculpe, não devia ter te deixando sozinha. – Coloquei uma das minhas mãos por cima da mão de Diana.

— Está tudo bem, ok? Nós estamos bem.

Antes que eu pudesse responder, Diana  lançou seus braços em volta do meu pescoço.

— Você precisa parar de se exigir tanto. – Disse baixinho no meu ouvido.

— Não é questão de exigir, Diana. Eu tenho que proteger você porque...

— Por que eu sou sua missão?

— Não, – olhei nos olhos dela – porque eu não posso perder você.

— Lucas eu...

— Diana? Cheguei! Eu... uuuh, estou atrapalhando alguma coisa?

— É... n-não, Dyllan. – Diana soltou minha nuca e eu voltei a me virar para a janela. – Trouxe o que eu pedi?

— Trouxe e aliás, você me deve uma grana.

Dyllan começou a tirar umas coisas da sacola de compras tagarelando sem parar. Diana o ajudou, embora tinha certeza que o que eu tinha falado havia mexido com ela, podia sentir ela me olhando de vez em quando. Naquela manhã de sábado não houve mais treinos.

Anjo MeuWhere stories live. Discover now