Baraquiel surgiu do feixe de luz e andou na nossa direção jogando sua inseparável moeda para cima.
— Você tem que ir? – Perguntou Diana voltando sua atenção para mim.
— Acho que sim. – Me afastei de Diana. – Fica aqui, eu já...
— Por Deus, você é linda! Baraquiel, as suas ordens. – Ele pegou a mão dela e beijou.
Dei um tapa na cabeça dele, o que fez meu irmão soltar a mão de Diana e olhar para mim.
— Se você beijar a mão dela mais uma vez, essa sua moeda vai parar em um lugar onde não ha luz do sol.
— Caçula, eu só estava me apresentando a...
—Não quero saber que merda você estava fazendo. O que quer?
— Deus quer falar com você.
— E ele não podia esperar eu chegar?
— Segundo ele, era importante. Então eu me ofereci para buscá-lo, queria conhecer a moça.
— Cara, eu não estava brincando sobre a moeda.
Ameacei andar na direção dele, mas Diana colocou a mão no meu peito. Nossos olhos se encontram e tivemos uma discussão silenciosa. Ela ganhou dessa vez. Revirei os olhos e me voltei para Baraquiel.— Só pode ser brincadeira... – Murmurei.
— Creio que não, meu caro caçula. Ele disse que era para você voltar imediatamente.
— Diana, eu...
— Tudo bem, eu entendo. Vai.
— l Vá na frente – disse para Baraquiel – já estou indo.
Baraquiel assentiu e então fez uma reverência para Diana.
— Com sua licença...
Então meu irmão ergueu a espada para o feixe de luz e sumiu.
— Ele é estranho.
— Nem me fale.
— É... a cho que não vamos nos ver tão cedo. - Disse Diana em um suspiro.
— Vou voltar antes que sinta minha falta. - Lhe dei um beijo rápido.
Conjurei Mortalha e a ergui para o céu. Um feixe de luz rompeu o lugar em um piscar de olhos eu estava de volta em casa.
***
— Que porcaria hein, pai. – Falei empurrando as portas de carvalho. – Não podia esperar um pouquinho?!
— Você me desobedeceu.
— Não é a primeira vez que isso acontece. – Afundei em uma das cadeiras da sala.
— Pensei sobre o que você me disse.
— E o senhor preparou outro sermão para me dizer que me proíbe de ver ela?
— Lucas...
— Desculpe pai, continue.
— Tomei uma decisão. Vou designa-lo para uma missão permanente.
— O que? – Me levantei da cadeira. – Pai, o senhor... – Deus ergueu o dedo indicador pedindo silêncio.
— Na Terra. Sinto que o Inferno está tramando outro ataque e não quero ser pego desprevenido mais uma vez. Você aceita?
— Posso ficar em qualquer lugar da Terra?
— Só vou ceder informações sobre a missão se você aceitá-la.
— Eu aceito a missão, pai.
— Muito bem – meu pai se levantou da cadeira e se pôs na minha frente – você poderá ficar em qualquer lugar do mundo. Embora que eu já saiba onde você vá ficar. Todo fim de ano mortal, você vai voltar para cá e me fazer um relatório da missão.
— Sim senhor. – Falei sério, embora quisesse esbanjar um sorriso.
— Dispensado Arcanjo. Pode ir.
— Começo agora?
— Se quiser esperar até o milênio que vem...
— Não, não senhor. Já estou indo. Tirei Mortalha com bainha e tudo mais das costas e estendi para meu pai.
— Leve-a. Foi um presente de Gabriel. E além disso, tenho a súbita impressão que você irá usá-la. Agora vá!
Coloquei Mortalha nas costas e fiz uma coisa que surpreendeu a mim e a meu pai, o abracei.
— Obrigado, pai.
— Espero que eu esteja fazendo a coisa certa. – Nos separamos do abraço. – Não se esqueça, o relatório deve ser feito...
— Todo fim de ano mortal, já sei.
Me despedi de meu pai e antes que eu saísse da sala ele disse:
— Lucas! Quando a criança nascer, porque ela vai nascer, cuide para que você esteja certo e ele destrua o Inferno ao invés de fazê-lo se erguer. E quando chegar a hora, conte a ele a verdade sobre ele.
Assenti para meu pai e as portas de carvalho se fecharam as minhas costas pela última vez em muito tempo.
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Anjo Meu
Fantasy🔹TRILOGIA ANJO MEU - LIVRO I🔹 "[...] ela estava concentradíssima em limpar meu ferimento. Seus olhos castanhos escuros estavam focados e sua expressão mesmo séria, não conseguia esconder a garota alegre e divertida que ela era; seus lábios, os qua...