Quando meus dedos empurraam uma parte da capa do Livro o fechando, pensei que entraria em combustão ou algo do tipo. Por isso fiquei surpreso ao ver que ainda estava inteiro. Antes de tirar o Livro do monumento, olhei ao redor – com um olho aberto e outro fechado – procurando nervosamente demônios ou até mesmo meu irmão mais velho, Lúcifer. Mas nada aconteceu. Relutante, peguei o Livro e coloque de baixo do meu braço esquerdo e comecei a caminhar, mas algo estava errado. Na minha mão, Mortalha zumbia incansavelmente (o que particularmente estava me deixando louco), segurar o Livro fazia eu me sentir esquisito, com sensações de poder e dominação que não eram minhas. Sentia vontade de ler aquelas páginas, liberar e dominar os poderes contidos nelas e... pisquei com força e balancei a cabeça negativamente para voltar a mim. Que merda estava acontecendo?
Estava quase entrando em colapso nervoso quando senti um aperto na minha mão firme mas gentil e suave ao mesmo tempo. Diana. Ela estava começando a ficar preocupada. Precisava voltar. Tentava me concentrar, mas o zumbido de Mortalha me tirava toda a atenção. Minha cabeça começou a doer. Me ajoelhei no piso do museu sucumbindo a dor. Minha cabeça latejava tanto que parecia que tinha alguém chutando ela de dentro para fora. Meu campo de visão escureceu por um segundo e quando voltei a enxergar, ecarei o piso branco do museu. Segundos depois, voltou a ficar tudo escuro e eu só consegui pensar uma coisa antes de apagar de vez: Diana.***
Acordei em um solavanco trazendo ar aos meus pulmões com dificuldade com Mortalha na mão direita e o Livro na esquerda. Diana deu um salto no banco do motorista quando o Livro de tamanho médio se materializou na minha mão, onde a mão dela estava a segundos antes.
Olhei em volta assustado. Não tinha como eu ter voltado, não solicitei a volta para o meu corpo por mais que fosse tudo que eu quisesse quando estava dentro do museu.— Você está bem? – Me sentei rapidamente no banco de trás embainhando Mortalha.
— Sim, estou. Como conseguiu que ele viesse junto? – Diana apontou para o Livro.
— Longa história te explico depois. E Dyllan?
— Dormiu dois minutos depois que você apagou. Ele achou que você estava meditando, não viu o troço que você faz com os olhos.
— Melhor assim. Vamos, agora.
— Lucas, o que...
Não esperei Diana terminar. Saí do carro e abri a porta do carona. Dyllan parecia estar tendo belos sonhos. Peguei ele no colo exatamente como um bárbaro faz: colocando ele no ombro e o levando até o banco de trás.
— Lucas, que merda! Quer fazer a porra do favor de me explicar porque você está apavorado desse jeito.
— Não estou apavorado e não da tempo, Diana. Merda, merda, merda, merda. – Fechei a porta do banco de trás.
— Por que? LUCAS!
Diana saiu do carro, o que me fez parar de fazer o que eu estava fazendo e olhá-la.
— Não consegui me trazer de volta do museu porque Mortalha não parava de zumbir e o Livro, essa droga de Livro tem um certo poder sobre mim. – Dei a volta no carro novamente e sentei no banco do carona. – O que importa é que minha cabeça começou a doer tanto que eu estava quase desmaiando.
— Mas você disse que o Transporte de Conciência era doloroso e... espera. Você não se trouxe de volta? – Diana entrou no carro novamente.
— Não Diana, eu não me trouxe de volta.
— Se você não se trouxe então... ai meu Deus, não me diga que Lúcifer trouxe você de volta.
— Infelizmente desconfio que seja.
— Eu disse para não dizer. – Diana apoiou a cabeça no volante.
– O Monumento no qual o Livro estava contido, de alguma forma não deixava a Chave se manifestar. Não o deixava ser encontrado.
— Então, quando você tirou o Livro da “prisão domiciliar”...
— Eu liberei a áurea dele. O que pode fazer Lúcifer encontrá-lo. – Completei.
— Tudo bem, o passei a Cidade dos Anjos acabou. – Diana se ajeitou no banco do motorista e olhou para mim. – Põe o cinto.
JE LEEST
Anjo Meu
Fantasy🔹TRILOGIA ANJO MEU - LIVRO I🔹 "[...] ela estava concentradíssima em limpar meu ferimento. Seus olhos castanhos escuros estavam focados e sua expressão mesmo séria, não conseguia esconder a garota alegre e divertida que ela era; seus lábios, os qua...