• fly with me •

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— Não, nada, é só porque... deixa pra lá, vamos entrar.

A sensação de desconforto sumiu no segundo seguinte quando viu o sorriso de Minhyuk, e seus olhinhos acastanhados com orbes que eram capazes de atravessa-lo.

Changkyun não prestava atenção nas fotografias, se perdia na voz do Minhyuk e tentava manter o controle para não ser pego analisando cada centímetro daqueles lábios.

Ao chegar ao final da exposição, olhou para a ultima exposta, o fundo preto em contraste com os tons avermelhados e a posição do modelo.

— Quanta ousadia. — disse ao Minhyuk.

— Precisamos de mais pessoas ousadas assim, sabe?

Por instantes seus pensamentos viajaram, lembrou-se da discussão com seu pai, lembrou-se de todas as situações desconfortáveis que passou, lembrou da sua primeira paixão e como não entendia o motivo de ter se apaixonado por um menino, lembrou de como se maltratou por isso e as inúmeras vezes em que negou o que era, lembrou do possível desgosto de sua mãe, lembrou de quantas vezes se culpou, e lembrou de todas vezes que sorriu realizado quando encontrava um rapaz cujo o beijo encaixava ao seu, lembrou da euforia que foi descobrir o que era excitação, lembrou das sensações da sua primeira vez com um rapaz aleatório em uma boate, lembrou de como se sentiu completo, e se sentiu ele.

— Não há erro em sermos nós mesmos não é Minhyuk?

— Não... Não há. — respondeu com um sorriso satisfeito.

— Sabe Minhyuk, obrigada.

— Você só me agradece e eu nunca entendo os motivos dos seus agradecimentos.

— Um dia você irá entender.

— Você quer tomar um sorvete? Eu ainda não recebi meu salário então não posso lhe levar pra almoçar.

— Quero, e tive uma ideia, vamos almoçar no Jooheon, ele deve estar sozinho, e ele odeia ficar sozinho, ele é muito medroso.

Seguiram em direção a sorveteria mais próxima o que ficava umas 4 quadras do campus.

Em horário de almoço ela se encontra parcialmente vazia, as cadeiras acolchoadas de vermelho e o piso listrado deixava o ambiente com um ar tão aconchegante.

— Changkyun, me diz algo que você não gosta.

— Algo que eu não gosto? Mas em qual sentido? Comida?

— Pode ser também, mas você pode dizer o que quiser e que não gosta.

— Atualmente eu não tenho nada que eu não goste, mas já houve um tempo que eu não gostava de mim, tipo, não gostava mesmo, era confuso e estranho.

— Te entendo, acho que estamos sujeitos a isso sabe? Eu já não gosto de pepino, tenho pavor a pepino. Você gosta de pepino?

— Não. — riu.

— Tá vendo? Ninguém gosta. Eu não entendo qual a razão da existência dele.

Changkyun pediu o seu clássico sabor favorito vulgo morango, e Minhyuk pediu o seu de sabor menta com chiclete pois gostava do colorido e de contrastes.

O sol estava pino, e ambos caminhavam e falavam de coisas aleatórias e conversas de quem está se conhecendo.

Changkyun não gostava muito dessas conversas, pois elas aconteciam as pessoas entravam em sua vida e logo após saiam.

Achava perda de tempo, mas quando estava com o Minhyuk elas fluíam de forma tão suave e prazerosa que não se incomodava nenhum pouco nos clichês.

• Gravity • {2won}Where stories live. Discover now