• Gravity • {2won}

• honestly •

Wonho ao retornar para o apartamento de Hyungwon encontrou o mesmo sentado sob a cama, Shownu posicionado ao seu lado lhe auxiliando a beber um copo com água, Hoseok estava com o coração partido por encontrar ele daquela forma, sentia-se culpado, acreditava sabia que o moreno havia sofrido por sua causa.

— Me perdoe, me perdoe, eu não deveria ter te deixado sozinho, eu deveria estar lá com você, eu deveria te proteger... — disso Wonho abraçando Hyungwon.

Lágrimas quentes caiam sobre o ombro de Hyungwon, que passava lentamente a mão nas costas do loiro tentando acalentar aquele sentimento.

— Não se preocupe, eu estou bem, você não teve culpa, se tem algum culpado nessa história essa pessoa é Changkyun.

Shownu vendo a necessidade que os rapazes tinham de conversar saiu do quarto, dando privacidade.

— Eu não deveria ter te envolvido nisso, se você não estivesse comigo isso não teria acontecido. — diz Hoseok fragilizado com essa situação.

— Ei... Ei... Olha pra mim. — Disse Hyungwon tomando o rosto do menor sob suas mãos. — Não foi sua culpa, e não vai ser isso que vai me afastar de você, vamos passar por isso juntos, eu não vou te deixar.

O peso das palavras de Hyungwon expressavam o quão sério o moreno falava, com os braços entrelaçados se mantinham juntos, um consolando o outro.

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A noite adentrara, o céu se encontrava repleto de estrelas, e Changkyun continuava sob a cobertura, sentado no chão e coberto por suas lágrimas.

Jooheon se aproxima do rapaz e senta ao lado dele, em silêncio permanecem por alguns minutos até que o mesmo decide quebrar a calada que prevalecia.

— Changkyun, você está bem? — pergunta Jooheon tocando o ombro do companheiro.

— Não Jooheon, se tem uma coisa que eu não estou é bem, poxa, cara eu nem sei o que eu vi naquele cara, eu gosto dele, mas não posso ficar com ele, e agora ele está com outro rapaz, aquele magricelo calouro. Eu sei, eu sei, pode me dar um sermão, pode dizer que o que eu fiz não foi certo, e eu não deveria ter batido nele. — disse Changkyun chorando, sentindo o peso de suas atitudes.

— Chang... eu imagino o quão machucado você esteja, principalmente depois da confusão com seus pais. — disse Jooheon enquanto abraçava o amigo. — Mas você não devia ter feito aquilo, se você ama o Wonho, deve desejar que ele seja feliz, ainda que não esteja com você.

As palavras ditas pelo Jooheon apesar de simples soavam como tapas na cara de Changkyun, sentia a gravidade daquilo lhe atingir de forma tão intensa que suas lembranças ruins vinham à tona como uma ferida aberta sendo mexida constantemente.

FLASH BACK ON

— Changkyun, precisamos conversar. — disse seu pai por uma chamada ao telefone comunicando que em alguns minutos estaria na faculdade.

Os pensamentos de Changkyun estavam atônitos, não saberia ao certo o motivo da ida de seu pai na faculdade, mas boa coisa não deveria ser.

Ao avista-lo não houve conversa, não ouve questionamento, o mesmo se dirigia para Changkyun com uma raiva voraz, acertando-lhe o lado direito do rosto com um soco.

— O que aconteceu? O que eu fiz? — pergunta Changkyun ao chão, sem entender o motivo de tal atrocidade.

— Você ainda pergunta, seu moleque malcriado, sabia que ser mimado demais pela sua mãe só me traria problemas. — disse seu pai, tirando da bolsa algumas fotografias. — Então era isso que você estava fazendo em Boston? Foi pra isso que eu paguei aquela sua viagem? Para sair por aí trocando carícias com outros homens? Você desonra nossa família, sorte sua isso não ter ido parar nos ouvidos da sua mãe. Já imaginou o desgosto dela? Ao saber que tem um filho que gosta de outros homens? Só de olhar para essas fotos eu sinto nojo.

Changkyun estava em choque, como seu pai descobrira aquilo, como aquelas fotos estavam lá, como tudo aquilo veio a tona.

— Como o senhor s-soube? — pergunta Changkyun assustado, seus olhos fitavam o chão, não tinha forças para encarar seu pai.

— Como eu fiquei sabendo? Você acha mesmo que eu já não estava suspeitando? Coloquei um detetive na sua cola por meses até ele me aparecer com isso, que vergonha... só sinto vergonha de ter você como filho.

As palavras o atingiam como pedras, eram penetrantes, o deixavam agonizante de estar naquela situação, mas não possuía forças para revidar, simplesmente não conseguia.

— Olha Changkyun, só vou dizer isso essa vez, não quero mais saber de nada relacionado a você com outros homens, se eu sonhar, se eu só sonhar... te coloco para fora de casa sem mais nem menos, sua mãe não vai poder fazer nada. Você vai estar sendo vigiado, esteja sob aviso.

Viu a figura paterna virando as costas para si, permanecia no chão, tentando digerir tudo que ouvira, mas não conseguia, a repressão de si mesmo era torturante, e agora estava sendo vigiado, seu peito doía e não havia remédios para amenizar.

Palavras não conseguiriam expressar tudo que estava sentia, e pôs-se a chorar... as lágrimas desciam pelo rosto e caiam ao chão, não poder ser quem ele queria ser o dilacerava por dentro.

FLASH BACK OFF

As palavras de Jooheon o faziam recordar toda a dor que outrora sentia e voltava à tona, principalmente na calada da noite, não compreendia qual o seu pecado ou porque nascera assim.

Entendia que havia cometido um grande erro, mas não sabia como iria reparar, sentia-se igualado a pessoa que havia lhe batido e rejeitado, não queria ser assim, não aceitava o fato de haver se tornado um agressor.

— Chang, você sabe o que tem que fazer não sabe? — disse Jooheon ao amigo.

— Sim sei, não sei de onde vou tirar coragem, mas irei fazer. Não sei o que seria de mim sem sua amizade. — disse Changkyun com um sorriso de lábios cerrados, passando a mão no rosto e enxugando as lágrimas.

— Ótimo, estou aqui para te ajudar, sempre que precisar é só contar comigo. — disse Jooheon levantando o amigo daquela posição e o puxando pelo braço.

Em horas como aquela entendia o porquê a amizade de Jooheon com ele durara tanto tempo, apesar das atitudes egoístas e impulsivas, sempre que ele precisasse de ajuda para se erguer, Jooheon estaria lá, com a mão esticada e pronta para o amparar.

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