I14I - Uma mulher tem que tentar

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- Ele nunca casaria com uma humana. – Falou, seus olhos foram ao Lobo e depois para mim novamente. – Dia a ela Ray, diga o quanto detesta eles! São apenas terra debaixo das nossas garras, você é um Mestre Lobo, uma companheira humana não lhe faria jus.

- Não sei, Aysha me parece bem apta ao cargo. – Falou provocante, ele estava se divertindo com aquilo tudo! E não era o único, Aberlian parecia prestes a estourar em risos.

- Apta?! – Ela riu, uma risada louca. Estava a poucos passos de nós. – Ela quebrara o pescoço se cair de uma árvore e ainda mais seria como um alvo em suas costas, não tem como torna-la Dominante.

- Ela já é uma Dominante. - Afirmou.

Kohina andou até mim, seu rosto terrivelmente perto, os pelos dos meus braços se eriçaram. Se o que sentia era magia, ela teria muita dela. Ela me olhou da cabeça aos pés e estalou a língua.

- Como isso é possível? – Disse, estreitando os olhos.

- O que é possível? – Perguntei. O Lobo me puxou novamente para si, me segurando a sua frente. – Ei, não me faça de escudo. – Falei.

- Se isso é verdade porque não a marcou Raymond? Um tesouro como esse pode ser facilmente usurpado, conheço até alguns Mestres que matariam por ela. – Aberlian falou, ocupando nossa lateral.

Um pressentimento muito ruim tomou conta do meu corpo.

-Do que diabos estão falando?! – Perguntei. Eu queria me afastar dali, se possível sair correndo da casa, mas não parecia uma atitude muito digna e duvidava que Sr Musculoso permitisse, ele tinha se ocupado da porta.

- Aberlian. – Foi tudo que Kohina falou e de forma tão súbita ele apareceu a minha frente, segurando meu rosto, obrigando-me a ver seus olhos cinzentos, pra não dizer prateados da cor do aço da minha faca de caça.

Senti sua magia sendo passada pela minha pele, como se me envolvesse em tecidos delicados. Não era como a magia bruta do Lobo, era mais suave, elegante e límpida. Eu tentei fugir daquilo, tentei obedecer o aviso e desviar meu olhar, mas era impossível.

- Me beije. – Falou, soprando em meus lábios.

A compulsão se tornou esmagadora, o peso daqueles olhos prateados era como o peso da minha lamina enquanto eu corria, reconfortante e ao mesmo tempo angustiante. Levantei novamente aquela lamina, senti o sangue quente em meus dedos e cortei aquela compulsão com essa memória.

- Homens malditos! – Praguejei, socando o estomago de Aberlian.

Ele se afastou instantaneamente sendo pego de surpresa, cai de joelhos no chão e olhei para trás, para onde o Lobo estava de pé com braços cruzados.

- Foi por isso que não pôs uma marca sobre ela Raymond? – Kohina perguntou, inquietamente séria.

- Impressionante. – Aberlian falou. - Admito que estou com um pouco de inveja. – Provocou, levantei do chão.

- Já está satisfeita Kohina? – O Lobo perguntou.

- Não precisa ficar irritadinho Ray, apesar que seus olhos ficam mais formidáveis quando fica zangado. – Falou. – Agora que tenho certeza que ela é Dominante, isso me dá o direito de desafia-la.—Continuou, soando divertidamente alegre, olhei para ela, um sorriso genuíno tinha se formado em seus lábios.

- O que pretende com isso Kohina? – Ele perguntou, ambos se olharam sérios. Kohina foi até ele, sem dizer uma palavra.

Maldição o que podia ser agora?

- O que eu pretendo... – Falou, subindo uma de suas mãos pelo tórax dele até tocar seu rosto. O tom da sua voz irritante tinha caído para algo mais intimo. Ela virou o rosto para mim e deu um sorrisinho.

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