Capítulo 41 - nada a perder

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- A mama? - pergunto em tom de brincadeira, e a mesma ri.

- Tonta! - diz ela - mas voltando a seriedade, terá de começar a usar esse coração para alguma coisa Akeelah. Deve já estar enferrujado, e como eu já havia dito, não tem nada a perder.

- Mas como começar? Nem sequer sei por onde começar!

- Convida-o para sair! - fala simplesmente, fazendo com que eu fique surpresa.

- Está falando sério? - pergunto

- Porque estaria brincando? - responde com outra pergunta. - ele quer que o surpreenda. Faça isso Akeelah.

Não respondi, apenas fiquei pensando nas palavras dela. Talvez devesse começar a seguir seus conselhos.

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Fazia já um tempinho que estava na agência, e já se fazia tarde, havia pouco movimento do lado de fora. Havia me comprometido a ir para minha galeria assim que saisse, não piso lá, já há um bom tempo.
Assim que cheguei, decidi ir comprar alguns doces na lanchonete. Havia contado para mim, Noah e Athena, uma vez que Levi havia avisado-me hoje de manhã, que só poderá voltar amanhã logo de manhã, por conta do trabalho que teria hoje. Eram vários modelos assim que nem ele, e era um vasto evento segundo ele.
Havia visto Davon na lanchonete, estava acompanhada de sua secretária, Ursula, e pareciam estar em uma conversa divertida, embora os notebook's em cima da mesa, mostrassem que estavam trabalhando. Lembro-me que por algum motivo, Davon olhou para minha direcção, e tornou a conversar com Ursula, como se eu não me encontrasse alí. Doeu sim, mas eu sabia que não era tempo para me corroer, nem para sentir ciúmes, tinha que agir, e como Ayllah disse, agir mais com o coração, do que com a mente.

Sai da lanchonete apressadamente com as saquetas dos doces em mãos, dei uma última olhada para onde estava Davon com sua secretária, e foi impossível não me virem a cabeça as palavras de Athena. Aquela mulher era bonita, e já havia deixado claro que queria mais que uma simples relação de chefe-secretária para com Davon.

Já do lado de fora, fazia de tudo para aquecer-me, enquanto esperava um taxi. O frio estava insuportável, mas permiti-me esperar mais. Se não me aquecesse logo, corria risco de apanhar um resfriado, e eu sabia disso. Tentava ao maximo aquecer as minhas mãos em meus bolsos, e podia sentir o ar frio bater sem dó a cara. Fico andando em vai e vem no local onde estava, para tentar aquecer-me em vão, e fiquei tentada a entrar e pedir a Adam que me levasse para casa, mas lembrei que o mesmo despediu-me dizendo que já estava indo embora.
Decido sentar-me nos bancos de pedra que enfeitavam a rua, e passou-me pela cabeça, ir apanhar o metro, o caminho até lá, era bem distante, e provavelmente os meus sapatos colassem ao chão, de tão congelados que estavam. Levantei-me, e decidi iniciar a rigorosa caminhada em direcção ao metro.
Ando a passos rápidos e largos, e aperto a minha bolsa, e pasta onde estava a minha máquina fotográfica e o meu notebook, sobre mim. Penso procurar os fones para poder me destrair durante o trajecto, mas elimino logo a ideia, uma vez que parar, abrir a pasta, e procurar tais auriculares que provavelmente estariam lá no fundo da pasta, era levar mais tempo atoa naquele frio.
Continuo com as passadas firme, mas paro quando oiço uma buzina, e um Jaguar preto ao meu lado. A janela é aberta até a metade, e me surpreendo ao ver Davon lá dentro.

- Entre. - diz ele seriamente. Não penso muito, e dou a volta, entrando rapidamente no carro, e sentindo-me acolhida pelo aquecedor ligado.

- Obrigada. - digo olhando para o mesmo, cuja visão em nenhum momento deslocou-se da estrada. Imaginei que não quisesse olhar para mim, e mais uma vez, as palavras de Ayllah me vieram a mente, precisava de agir. Então, decidi começar uma conversa.

[PARADO, E POR REVISAR] Como o inverno do seu olharWhere stories live. Discover now