Capítulo 37 - ares leves

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Akeelah

Sem dúvidas, eu estava precisando mesmo voltar, não tem como negar que o ambiente diferente faz-me voltar um pouco aos meus costumes, e me faz esquecer aos poucos de toda pressão psicológica que tenho passado nos últimos dias, mas estranho o facto de não ter visto Davon hoje, quer dizer, eu não fico por aí controlando se ele vem ou não, isso seria muito rídiculo da minha parte - claro que não - mas sei lá, acho que estou me habituando a ver ele, digamos, todos os dias. Ah Davon! Levantei da minha cadeira, e fechei a agenda pessoal que estava por cima da minha secretária, guardando-a na gaveta, e sai, precisava de comer algo, de preferência doce. Assim que sai, olhei para a mesa vazia do meu secretário, anotei mentalmente, que tinha que ligar para ele, perguntando se estava melhor, uma vez que ontém avisou-me que não compareceria hoje, por culpa de uma gripe.
Entro na cabine de elevador e primo para o rés do chão, onde localizava-se a lanchonete do edifício, mas durante o pequeno trajecto, o elevador para no 2° andar, e as portas abrem-se, entrando por elas Davon. Talvez seja exagero de minha parte, mas derrepente senti que o espaço que estavamos ficou pequeno demais, e o ar que partilhavamos não era suficiente para os 2. Passei a mão pelos meus cachos arrajando-os, e logo me senti rídicula por estar dando a impressão de estar me preocupando com a minha aparência, por ele estar alí.
Davon olhou-me com os seus olhos penetrantes , que por várias noites me tiraram o sono, e segundos depois posicionou-se do meu lado direito, enquanto as portas fechavam-se. Ficamos calados por um tempo, até ele decidir cortar o silêncio

- Oi - falou ele.

- Oi - respondi, sem virar-me pra ele. A verdade é que eu não sabia que reação eu devia esboçar, eu não sabia se sorria com ele ou não, não sabia tinha razões pra ser antipática ou não, então optei por ficar indiferente e olhar pra frente.
Ficamos alguns poucos segundos em silêncio, até que ele quebrou o silêncio, pois desde o hospita eu não sabia minha posição perante a ele, minimamente amigos ou simplesmente pai do meu filho?

- Então.. - começou ele - eu tinha combinado com o Noah de vir assistir um filme hoje com ele, só faltava saber com você, se não haverá nenhum problema se eu for? - perguntou. Pensei por segundos se haveria ou não algum problema, e então optei por responder a Davon que não havia nenhum problema. Talvez fosse melhor criar uma convivência mais calma entre nós, por Noah.

- Ahm.. claro, pode ir sem problema, que horas vai passar? - pergunto com uma calmaria que não me pertencia.

- Bom, entre as 6:00 e 7:00 da tarde. - fala deslizando a mão pela própria nuca. - se não se importar!

- Tudo bem, pode ir a vontade! - digo. Silêncio. - estou indo para a lanchonete, quer me acompanhar? - pergunto e me surpreendo comigo mesma, e percebo que ele não está diferente.

- Claro, estava mesmo indo pra lá - diz ao mesmo tempo em que a porta do elevador se abre, e saimos. As palavras até a lanchonete não foram muitas, o suficiente para deixar o ambiente constrangedor.

- Boa tarde, oque vão querer? - pergunta a garçonete simpática, de alguns dias atrás.

- Oi - sorrio - um café e..ahm surpreenda-me, algo doce de preferência! - falo simpática, e ela sorri afirmando com a cabeça.

- E o senhor? - pergunta virando-se para Davon.

- Só um café mesmo. -diz Davon, e ela retira-se.

- Linda ela neh! - comento a fim de meter papo.

- Pois é! - concorda, me fazendo lembrar do quanto ele sempre foi sincero, desde que nos conhecemos. Admitir para ele nunca foi problema, e acho que isso me fazia ter mais confiança nele. - Tem postura de modelo.

[PARADO, E POR REVISAR] Como o inverno do seu olharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora