Capítulo 34 - Bônus "Athena"

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Athena

Espero não ter transparecido minha raiva para nenhum deles, pois oque está tomando conta de mim nesse momento é raiva. Escutar a voz de minha avó ao celular, dizendo que eu precisava voltar para casa, e ficar com aquela que é realmente minha família, me fez ver vermelho, talvez ela tenha esquecido que foi ela mesmo que me tirou daquela, um dia depois de eu o ter perdido..

- Ai, que raiva! - solto um grunhido - eu não volto pra lá nem morta! - falo comigo mesmo, enquanto desço do taxi, e entrego o dinheiro ao velho motorista de cara fechada, que fez o trajecto comigo. De tão erritada que eu estava, nem me preocupei em levar o troco, e o velhinho nem se preocupou em me lembrar dos meus trocos. Aproveitador.
Retiro-me do taxi, e vou caminhando em direcção a lanchonete do clube marítmo, um dos lugares que mais gostei aqui em Nova york. Sim, eu não queria ir ao Shopping, precisava mesmo era de apanhar um ar, se eu fosse provavelmente carregaria um monte de coisas lá, e no dia seguinte me arrependeria de ter gastado meu dinheiro com coisas que provavelmente eu nem venha a usar. A minha avó não tem noção do quanto vir para cá me fez esquecer de muita coisa, e voltar para Londres, só faria tudo aquilo que eu guardo no fundo do meu peito, voltar atoa. Eu juro que nesses anos, depois da morte dele, eu tentei me desligar de várias coisas que me fizessem lembrar do ocorrido, e lembrar só das partes boas, procurei até um acompanhamento, que por acaso me fez bem, mas eu sinto aquilo como se tivesse acontecido ontém, e voltar para os meus avós controladores, só me faria lembrar de tanta coisa que há muito tempo eu tento afugentar de minha mente, e para isso oque eu fiz? Segui o conselho da minha psicóloga, curtir mais a minha vida, e arrumar tudo que tenha relação com ele. Eu me recusei, claramente, aquele pedido para mim foi um absurdo, pois ela praticamente estava pedindo para eu esquece-lo, mas com o tempo eu percebi que ela tinha razão, pois eu estava demasiado apegada a Ross ainda, e aquilo não estava me fazendo bem, nem psicologicamente, e nem fisicamente,
já que eu havia emagrecido muito. Me desfiz de tudo que me lembrasse de Ross, deixando apenas um album de nossas fotos, e seu fio de pescoço. Uma das coisas que a psicóloga me aconselhou a fazer, era mudar um pouco o visual, pois eu deveria me sentir uma Athena renovada, e foi isso que fiz, começando pelo cabelo que anos atrás mantinha-se curto, e que agora está quase na metade de minhas costas.

- Oi, ahm, um batido de morango por favor! - peço no balcão, a pequena atendente que estava lá.

- Ok! Só isso? - pergunta-me a menina, e eu assinto com a cabeça.

- Sim, só isso! - respondo, vendo ela pegar um copo ornamentado, e colocando o batido para mim. - Obrigada - digo levando o copo, e saindo da lanchonete. Fiquei andando pelo clube marítmo tantas vezes, que quando me dei conta, já estava completamente escuro. A escuridão do local não me assustou nem um pouco, pois já havia me habituado durante esses dias em que eu morava aqui, com o pouco movimento das pessoas, quando a lua chega, sem esquecer que eu ainda não havia apanhado ar suficiente para poder voltar para casa. O céu hoje não estava tão brilhante como os outros dias, não havia nenhuma estrela, mas a vista a minha frente, era algo bonito para os meus olhos. Caminhei até um dos barcos em repouso, e sentei-me por lá, provavelmente seria chutada se o dono me encontrasse por lá. Em meio a meus pensamentos, escuto um leve ruído, no pequeno local onde vinha escrito "BILHETERIA" com letras de cor encarnada, e pelo leve estado de decomposição, dava perceber que o local já não era usado. Minha curiosidade me fez levantar do velho barco onde eu estava sentada, e seguir até lá lentamente. Repousei o meu batido de lado de fora da porta, e abri a mesma, e me arrependo no exacto momento de ter realizado tal acto, ao ver um corpo nu, e sem vida, com cortes profundos em todo, arrepiei-me toda, e o grito saiu instantaneamente por minha boca.

- A-ai meu D-Deus, ai meu Deus! - falo em gaguejos me preparando para correr daquele lugar de uma vez por todas. Ai meu Deus quem era aquela mulher, oque fizeram com ela. Quando viro meus calcanhares fazendo-os correr até a porta, sou parada por um homem, cuja a cara era possível de ser identificada devido a posição onde ele se encontrava. Pela respiração que o homem tomou assim que me viu, percebi que este estava com raiva, e nesse momento senti toda minha espinha congelar, e minha respiração acelerar.

- É hoje que eu vou de vez - pensei para mim mesma assim que vi o homem vindo avançando contra mim.

- VADIA! - gritou ele, me atirando contra a parede, e senti um forte impacto contra minha cabeça que começou logo a latejar - Oque está fazendo aqui hein? OQUE ESTÁ FAZENDO AQUI SUA VADIA? - gritou mais nervoso ainda, e vindo me puxar pelos cabelos com toda sua força, que eu juro ter sentido uma boa quantidade de fios de cabelo, sairem de meu couro.

- Por favor, não me faz mal! - pedi enquanto as lágrimas carregadas de desespero molhavam meu rosto, e eu tentava inutilmente me soltar de seu aperto maldoso. - SOCORRO! - gritei tirando de mim, todas as forças que ainda restavam. Senti, o sangue em minha testa, deslizando da minha boca até meu pescoço, e o gosto de ferrugem desse me encomodou - por favor me solta - peço sussurando em meio ao choro, quando sinto ele me fazendo embater contra a parede novamente. Chorei ainda mais, e gemendo de dor, que dominava todo meu corpo.

- Você viu tudo neh? Você viu oque eu fiz com aquela vagabunda neh? Fala maldita! - grita ele, e devido a dor e ao enchaço dos olhos por causa dos socos, eu já não conseguia enchergar nada. - FALA MERDA! - fala me despertando

- Eu juro, juro que não vi nada - falo entre soluços sem nenhuma força para falar - eu juro!

- Você viu sim, e não vai saor daqui viva - fala dando um sorriso malicioso, e rasgando minha roupa, e eu percebi oque ele queria fazer. Com as forças que aindae restavam, eu tentei lutar para que aquilo não acontecesse, mas foi em vão, senti meu eu ser invadido por um estranho qualquer, me fazendo perceber que aquele seria o meu fim, e eu nem sequer havia me despedido de Akeelah, Levi e Noah. Como eles ficariam quando no dia seguinte meu corpo e da mulher ao lado, seriam achados em um contentor qualquer? Me senti sem mais forças para nada, pois já havia me contentado com o fim, uma vez que só conseguia me sentir imunda naquele momento, sendo estuprada, e o resto de dignidade que ainda havia em mim, evaporando aos ares. Sem mais nada oque fazer, fechei os olhos, esperando tudo aquilo acabar, e o fim me levar.

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Olá minhas meninas! Sei que todas queriam saber oque aconteceu com a Athena, e aí esta o bônus dela, muito triste eu sei, mas enfim, vamos agradecer que ele esta viva certo? ;)
Quero ver os vossos comentários meninas, já estamos em mais que metade do livro, e se você chegou até aqui, provavelmente esta gostando da minha obra.
Então, até ao próximo capítulo!

BJS
- JENNIE

[PARADO, E POR REVISAR] Como o inverno do seu olharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora