colo de mãe

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Pov narrador

A semana seguinte que se passou, foi como um pesadelo sem fim para nossas protagonistas. Principalmente, para Normani. No começo de tudo, quando ela acordou há uns meses atrás, num quarto em Las Vegas, descobrindo que estava casada com uma mulher, parecia ter sido o fim do mundo. Mas o tempo foi passando e, a medida que ela foi conhecendo Dinah minuciosamente, percebeu que ter casado com ela estava mais para um presente dos deuses.

Mas, infelizmente ela demorou para chegar a essa conclusão. E agora, Dinah já estava longe do seu corredor e de seus braços. Ela precisava pensar em algo rápido para não ter que precisar enfrentar aquele fórum e perder a loira de vez para si.

Durante esses dias que ficou longe de Dinah, a negra constatou uma coisa, que já deveria ter sacado muito antes: ela não gostava apenas da companhia da loira. Era mais que isso, ela gostava dela. Era ela. Dinah era a pessoa que faltava na sua vida. E não importava o fato dela ser uma mulher. Nem seus pais se importavam com isso.

Ela se sentia uma tremenda idiota por ter demorado a chegar a essa conclusão. Mas agora que chegou, o que poderia fazer? Dinah havia deixado bem claro que estava desistindo dela no momento que saiu pela porta. Mas ela não a culpava. A loira sempre deixou evidente seus sentimentos por ela e o que ela fez? Isso mesmo, nada! Ah, não! Ela fez. Oh, se fez! Saiu com um cara gato que tinha acabado de conhecer e estragou o jantar que a loira tinha preparado com todo carinho. E depois que as coisas estavam se encaixando, ela ficou bêbada e beijou outra mulher na frente dela, em seu próprio apartamento. Bom, as circunstâncias não estavam ao seu favor.

Porém ela não podia desistir. Dinah não desistiu quando ela dizia ser hetero, quando ela a menosprezava de tudo quanto é forma. Quando ela saiu com um cara e a deixou na mão. Pelo contrário, Dinah foi bem persistente. Agora era a sua vez de lutar. Ela precisava pelo menos tentar. Se não, não se perdoaria. Mas primeiro precisava consertar uma coisa. Ela contaria a verdade de tudo o que estava acontecendo para sua mãe e pediria a sua ajuda. Sabia que sua mãe nunca a deixaria na mão.

Pois bem! Assim que seu expediente terminou na sexta, girou a chave no carro e partiu para a casa da sua mãe. Ela precisava desabafar e de um ombro amigo, sem ser o das suas amigas. Até que gostava de ouvir os conselhos delas, mas hoje ela queria fazer diferente.

Se passava um pouco mais das 20h quando Normani chegou à casa dos seus pais e tocou a campainha. Não demorou mutio para que sua mãe atendesse a porta.

-Não sabia que você viria....- andrea disse oferecendo um sorriso amigável para filha e depois abraçando-a.- Se tivesse dito antes teria colocado mais un ligar na mesa. Entre!

-Onde está o papai?- Normani perguntou assim que entrou e não avistou sinal nenhum do homem mais velho.

-Seu pai está no trabalho e só chega mais tarde hoje.- explicou voltando para cozinha, sendo seguida pela filha.- Eu iria jantar sozinha, mas como você está aqui agora, não vou mais.

-Hum! Pelo cheiro me parece estar delicioso! O que é?- perguntou se acomodando na bancada da cozinha, assistindo sua mãe mexer a panela.

-Carne assada na panela com batatas coradas. E para sobremesa tem mousse.

-A senhora sabia que eu estava vindo para cá, né?- perguntou semicerrando os olhos na direção da mulher que deu de ombros gargalhando.

-O que eu posso fazer se coração de mãe sente!?- sua mãe terminou o que fazia na panela, e foi adicionar mais um prato a mesa.- O que te trás aqui, amor?

-É uma longa história, mama! Na hora da sobremesa eu te conto tudo. Agora vou te ajudar a terminar o jantar.

Normani retirou o suéter que estava vestindo, já que do lado de dentro da casa estava quentinho. Ajudou  sua mãe colocar a comida em vasilhas de vidro para deixar a mesa mais bonitinha. Depois de um tempo já estavam sentadas juntas e jantando.

A comida da sua mãe era cem vezes mais gostosa que a dela. Ela tinha certeza que sua mãe usava um tempero especial. Essa era a única explicação para a sua camida não se comparar a nenhuma outra. Depois do jantar, elas lavaram a louça juntas e agora estavam sentadas no sofá, apreciando o mousse de chocolate. Que também estava uma delicia.

-Agora já pode me contar o porquê da sua visita inesperada à sua humilde mãe?- a mais velha perguntou apontando a colher de forma acusadora na direção da filha.

-Então, sabe a Dinah?- começou de forma insegura.

-Claro, a sua esposa! Verdade, aonde ela está?- só agora lembrou que não havia perguntado antes sobre a nora.

-Mãe, então, na verdade a Dinah não é minha esposa e ela está agora em seu apartamento novo.

A mulher mais velha teve que parar a colher no meio do caminho até sua boca para não engasgar com o doce. Ela tinha a boca aberta em um perfeito O e uma expressão chocada no rosto.

-Como assim ela não é sua esposa? Me explique esse história direitinho, pois agora eu estou confusa. Você me chega aqui com uma mulher dizendo que é sua esposa. Logo você, que nunca demonstrou interesse nenhum por mulheres. E agora me diz que na verdade vocês não são casadas de verdade. Me explica isso, filha!

-Eu vou te contar tudo, mãe.- depositou sua vasilha com o mousse na mesinha de centro. Respirou fundo antes de continuar.- Quando nós estávamos em Las Vegas, teve uma noite em que nós duas ultrapassamos dos limites na bebida e acabamos nós casando. Foi tudo muito rápido. Assim que acordamos e descobrimos que estávamos casadas, Ally e Lauren nos explicaram que podíamos reverter a situação depois de seis meses com um divórcio. As coisas de Dinah estavam na minha casa porque ela acabou vendendo o seu apartamento. Só que agora a gente se desentendeu, ela comprou um novo apartamento e foi embora.

-Caraca, Normani! Eu não fazia ideia que por trás desse casamento havia tanta coisa envolvida. Meu Deus, filha! Mas porque você mentiu para mim e para o seu pai?

-Tecnicamente não foi uma mentira total, mãe. Eu só achei mais fácil te contar essa história do que ter que explicar tudo.

-Mas por que você está me explicando isso agora?

-Porque eu acho que me apaixonei pela Dinah e não sei o que fazer.- disse enterrando o rosto nas mãos.- Pensei que a senhora poderia me ajudar com isso. É tudo novo para mim, sabe, mãe? Eu nunca me apaixonei por uma mulher antes. E Dinah é diferente de qualquer outra pessoa que eu já tenha me relacionado. E eu acho que acabei jogando tudo pelo ralo.

-Mas porque você acha isso filha?- a mãe perguntou puxando o corpo da filha para mais perto do seu.

-Ela foi embora porque me viu beijando outra na sala de casa.

-COMO É QUE VOCÊ ME FAZ ISSO, NORMANI?

-Mãe, eu estava bêbada, ok!? E me arrependo até agora por ter feito. Pensar em nunca mais ter a Dinah por perto é um sofrimento para mim.

-Seu pai sempre diz: a gente só dá valor as coisas quando perdemos.

-O que eu faço agora, mãe?- perguntou em tom de suplica.

-Mostre à ela que você mudou e que está disposta a ter o seu amor.

-Mas e se ela não quiser mais o meu amor?

-Você só vai saber a reposta se tentar, amor!

Normani balançou a cabeça em concordância, sentindo a primeira lagrima descer dos seus olhos.

-Não chore, meu amor! Se a Dinah te ama mesmo ela vai te perdoar. Quem ama perdoa!

-Eu espero mesmo por isso!

Todos nós estamos na expectativa, Mani...

Eaê galera, perdoa ou não perdoa?

Beijos e até a próxima.

Casadas in Las Vegas (correção)Where stories live. Discover now