Casadas in Las Vegas (correção)

Estou casada

Pov narrador

-Dinah, você não vai comer?- Normani chamou a atenção da sua "esposa provisória", que não havia tocado em sua comida.

Dinah até então estava alheia a toda conversa que acontecia ao seu redor. Sua mente estava fervendo como num caldeirão de pensamentos. Talvez, essa viajem para Las Vegas não deveria ter acontecido. Ao invés de sair beneficiada ou satisfeita, ela só tinha ganhado prejuízos e um casamento maluco.

-Eu não estou com muita fome!- Dinah lançou um sorriso para a outra em agradecimento, encolheeu os ombros e afundou-se na cadeira. Logo após, tomou um gole de seu vinho.

-Mas você precisa comer, Dinah..- Normani insistiu.- Eu sei que essa situação é complicada demais. Mas nem por isso temos que deixar de comer. O nosso corpo precisa de energias, e a comida é a melhor forma de obter essa energia.

-Você está falando como nutricionista ou como uma mulher que se preocupa com sua esposa?- perguntou com a sobrancelha arqueada.

-Estou falando como sua amiga!- respondeu de imediato.- Mas se não quiser comer, o problema é seu.

-Quem morrerá serei eu mesma!- disse revirando os olhos.- Não sei porque está se importando. Se eu morrer seu problema está resolvido.

-Cala a boca, sua idiota!

Normani resolveu ignorar a loira. Dinah já estava começando a lhe dar nos nervos. Por que tinha que ser tão infantil? Custava fazer sua refeição como todas as outras? Não sei onde estava com a cabeça quando pedi essa mulher em casamento, Normani se questionou. "Eu deveria estar muito louca para cometer tal atrocidade".

-Vocês querem ver as fotos do casamento de vocês?- Camila perguntou, estendendo o celular na direção dos duas. Dinah negou, não estava com cabeça para isso. Normani quis ver, já estava na merda mesmo.

-Como assim eu me casei de jeans!?- Normani perguntou gargalhando.

Na tela do celular, uma foto sua segurando Dinah pelo braço e um buquê improvisado na outra mão, era exibida. Na foto, as duas estavam sorrindo uma para a outra, de frente à um altar, com um senhor lá atrás. Era o juiz que realizou seu casamento.

Foi passando o dedo pela tela, analisando cada uma das fotos. Bom, pelo menos nas fotos elas pareciam felizes. Seus olhos se arregalaram, assim que encarou uma foto em específica. Ela tinha seus braços envolta do pescoço de Dinah, enquanto ela, tinha seus braços entorno de sua cintura. E detalhe, elas estavam se beijando. E o beijo não parecia ser um simples selinho. O rosto da negra rapidamente esquentou.

-Eu vou fumar um cigarro. Já volto!- Dinah anunciou já se levantando da mesa.

Não costumava fumar com frequência, apenas quando estava nervosa ou muito ansiosa. E na situação que estava, um bom trago no cigarro ajudaria aliviar todo aquele estresse.

Abriu sua carteira, onde tinham um maço de cigarro quase cheio, retirou um e acendeu com o esqueiro. Deu uma longa tragada, sentindo o gosto da nicotina invadir seu corpo. Uma sensação de paz a atingiu instantaneamente. Assoprou a fumaça para o alto, tragando mais uma vez o seu cigarro.

Seu celular vibrou na bolsa, a tirando dos seus pensamentos. Pegou o aparelho em mãos e sorriu ao ver quem era. Kehlani, sua melhor amiga. Elas já tiveram um rolo há um tempo, mas nada muito sério.

"Oi, gata!"- Dinah disse sorrindo, assim que atendeu o celular.

"Oi, amor. Está tudo bem?"- perguntou preocupada. Fazendo Dinah suspirar baixo.

"Mas ou menos. Mas e você, como está?"

"Estou namorando, Dj"- Dinah sorriu. Deu para perceber o quanto a amiga estava feliz só pelo telefone. "O que aconteceu com você? Esse mas ou menos é suspeito!"

"Eu me casei!"- fingiu empolgação. Kehlani soltou um gritinho do outro lado da linha. Mas logo se calou.

"Como assim se casou? Você nem me chamou para o casamento! Que tipo de amiga você é?"

"Não estava nos meus planos."- tragou mais uma vez o cigarro, dessa vez sentiu a fumaça queimar por dentro. "E ela é hetero."

"Você é louca? Porra, hetero, Dj? Tantas lésbicas gatas se jogando aos seus pés, e, você escolhe uma hetero?"

"Bom, em minha defesa, eu não estava em sã consciência quando me casei com ela."

"E quem seria ela?"- perguntou curiosa.

"A Normani!"

"Eu não acredito!"

"Pode acreditar!"

"O que vai fazer agora?"

"Nós vamos ficar seis meses casadas, e eu terei de morar temporariamente no apartamento dela porque acabei vendendo o meu!"

"Meu Deus, amiga! Que situação!"

"Pois é!"

"Olha, eu tenho que desligar agora. Mas assim que você pisar em Miami, a gente se encontra para conversar."

"Pode ser! Até mais!"

Dinah finalizou a ligação e voltou à fumar seu cigarro. Seus olhos estudavam atenciosamente a paisagem atrás da janela aberta do restaurante, enquanto a fumaça saia de sua boca.

Essa loucura toda não parecia ter fim. Era como se a cada esquina um novo problema aparecesse.

-Se serve de consolo, eu tenho um quarto de hóspedes lá no meu apartamento.- Normani surgiu, chamando atenção da loira.

-Muito agradecida!- Dinah disse sem desviar a atenção da janela.

-Seis meses passam rápido, Dinah. Você nem irá notar.

-Eu sei. O problema não é esse!- terminou de fumar o cigarro e se virou para a outra.- Eu vendi meu apartamento. Sabe quanto tempo eu fiquei pagando aquele lugar? Foi minha primeira conquista independente!

-Eu não faço ideia do que você esteja sentindo, mas sinto muito por isso.- Normani disse sincera.- Você pode morar comigo até conseguir outro apartamento.

-Obrigada por isso!

Como será que elas se sairão morando no mesmo teto?