cartas limpas

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Pov narrador

Depois de curtirem mais um pouco a festa, as garotas decidiram que era melhor irem embora. Dinah procurou insistentemente por sua melhor amiga entre todos aqueles jovens para dizer que já estava de saída. A mesma estava jogando sinuca com uns garotos, valendo bebida. Dinah riu e negou com a cabeça, Kehlani era muito louca mesmo.

Após se despedir, elas se retiraram da casa, onde o som alto ainda podia ser ouvido perfeitamente do lado de fora. Normani ligou para o táxi, que não demorou muito para chegar. Enquanto esperavam o motorista, nenhuma das duas trancaram uma só palavra. Dinah murmurava baixinho a letra da música que tocava dentro da casa e Normani fingia estar prestando atenção em algo na tela do seu celular.

Depois de finalmente ter caido a ficha de que ela tinha feito sexo com Dinah no banheiro de uma casa desconhecida por ela, onde a maioria das pessoas eram universitários alcoolizados, Normani se sentia envergonhada.

Durante esses dias todos ao lado de Dinah, ela vinha tentando entender o que estava acontecendo com ela. Bom, ela sempre se relacionou com homens, seu primeiro beijo foi com um garoto da sua sala, que depois se tornou seu namorado mas não durou muito tempo. Nunca tinha beijado outra mulher antes. Ai vem Dinah, destruindo todas as suas barreiras e confundindo a sua cabeça. Ela gostava de beijar Dinah e depois de ter feito sexo com ela, ela amava o sexo com ela. Mas isso ia contra todos os seus princípios. Afinal, ela é hetero, ou era?

-Mani, vamos? O táxi chegou.- Dinah a despertou, tocando seu ombro com cautela.

-Oh, vamos!- saiu do sua pequena briga interna.

Dinah abriu a porta do carro para que Normani pudesse entrar primeiro e logo depois deslizou para dentro do carro também. Ditou o endereço para o taxista e observou rapidamente Normani pelo canto do olho. A negra olhava distante pela janela, vendo o carro logo ganhar movimento. A loira decidiu que seria melhor deixa-la quieta naquele momento. Elas tinham outros momentos para conversar sobre o que estava acontecendo.

Logo, o carro parou em frente ao prédio de Normani. As duas sairam do carro depois de Dinah ter pagado a corrida. Agradeceu ao motorista, então o carro se afastou.

O caminho no elevador até o andar do apartamento que elas dividiam, foi feito em completo silêncio. Assim que adrentou o apartamento, Normani se jogou no sofá, se livrando dos seus sapatos. Dinah fez o mesmo, mas não precisou sentra-se no sofá, apenas se apoiou na parede para não cair.

-Mani?- a negra tremeu com a voz grave da loira.

Ela não estava pronta para ter essa conversar.  Na verdade ela não queria ter essa conversar com a mulher. Estaria ela sendo covarde?

-Sim?- levantou o olhar, encarando a mulher que agora estava se sentando ao seu lado no sofá.

-Nós precisamos conversar, sabe?- perguntou cautelosamente.

-Sobre o que você quer conversar?

-É serio que você não sabe, Normani?- questionou com a sobrancelha levantada. A negra deu de ombros, desviando a olhar.- Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu lá naquele banheiro! Ou você vai me dizer que não significou nada para você?

-Não é isso, Dinah! Olha, nós podemos conversar sobre isso amanhã? Nem eu e muito menos você estamos com condições para conversar.

-Isso é uma desculpa para fugir do inevitável?

-Não, amanhã a gente conversa de verdade. Eu te dou a minha palavra.

-Tudo bem, boa noite!

A loira subiu as escadas antes mesmo que Normani pudesse retribuir o seu boa noite. Ela sabia que Normani não queria falar sobre o que tinha acontecido, mas elas precisavam colocar as coisas nos eixos. Se não acabariam estragando uma boa convivência.

Normani subiu logo em seguida para o seu quarto, a porta do quarto da loira já estava fechada. Mani seguiu o seu caminho até o seu quarto, fechou a porta e foi direto para o banheiro. Precisava de um banho morno para recobrar 90% dos seus sentidos e da sua sanidade.

A água quente do chuveiro caia sobre a pele da negra e lembranças de horas atrás invadiram a sua mente sem piedade. Dinah tinha um jeito diferente e, Normani não podia negar e muito menos evitar de lembrar. Seus dedos tinham um toque diferente e sua boca era macia e muito gostosa. Não tinha como negar. Mas ela não deveria estar pensando coisas desse tipo sobre a sua amiga. Mas como evitar?

Assim que terminou o seu banho, ela vestiu o seu pijama para dormir. Mas quem disse que ela conseguiu dormir tranquilamente? Ela só conseguia pensar em Dinah. No beijo de Dinah. Na boca de Dinah em seu pescoço. Dos dedos de Dinah deslizando para dentro de si. Quando finalmente pegou no sono, o sol já dava seus primeiros sinais de vida.

[***]

Normani desceu as escadas determinada a preparar o café como sempre fazia, mas seus planos foram cortados na metade da escada quando o cheiro de panquecas invadiu suas narinas.

Dinah tinha acabado de colocar suas panquecas em um prato, jogou calda por cima e se serviu com um copo de suco. Normani entrou na cozinha, ganhando a atenção da loira.

-Bom dia, fiz panquecas!- Dinah disse sorrindo gentilmente.

-Bom dia!- disse retribuindo o sorriso.

Logo se juntou à Dinah na mesa, se servindo com algumas panquecas e café. A loira observou atentamente os movimentos da negra, esperando o melhor momento para aborda-la.

-Mani, sobre ontem...- ela começou calma.- eu só queria te dizer que eu lembro perfeitamente sobre tudo que aconteceu e até os mínimos detalhes se quer saber. E eu não me arrependo de nada do que rolou entre nós. Eu só queria saber o que você tem a me dizer...

-Eu... eu..- se enrolou nas palavras, encarando fixamente seu prato de panquecas.- Eu também me lembro de tudo e, estaria mentindo se disse-se para você que não significou nada para mim. Mas, é só que, eu estou confusa. Muito confusa na verdade e eu gostaria que você entendesse isso.

-Sim, eu te entendo.- disse tentando conter o sorriso de alívio por saber que Normani se lembrava de tudo e, o principal, também tinha gostado.- Eu só não queria que você ficasse me evitando como da última vez. Eu gosto de você, Mani! Só queria que soubesse disso.

-Eu sei, sim eu sei, Dinah!- suspirou.- Eu só preciso de um tempo para colocar meus pensamentos no lugar.

-Você tem esse direito e eu vou respeitar isso. Só não me evite, por favor?

-Tudo bem e obrigada!

-Não precisa agradecer!- lançou um sorriso reconfortante para ela, que sorriu em agradecimento.- Como as suas panquecas e depois a gente pode assistir tv?

-Claro, por que não!?

E então, o que acharam do capítulo?

Bjs e até a próxima!

Casadas in Las Vegas (correção)Where stories live. Discover now