O Fenômeno Curtis

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-Estou falando do olheiro. Ele deu de ombros correndo até o meio do ginásio e chutou a bola, acertando o gol de um modo certeiro. - Eu conheço Robert Jones, ele veio para o jogo mas, você já tinha sido substituída quando ele chegou.

-Você falou com ele? Ela questionou boquiaberta, vendo ele acenar despreocupado. -E por que fez isso? Você nem me conhece...

-Eu conheço potencial, já fui como você um dia. Gabriel falou caminhando até o gol e pegou a bola novamente enquanto caminhava na direção dela.

-Já teve seios? Stacy ergueu a sobrancelha com um sorriso torto no rosto e o garoto riu, parando ao lado dela.

-Muito engraçada Stacy Curtis. Aceita uma partida? Ele perguntou olhando na direção dela, que ainda estava um tanto incrédula quanto ao que ele havia acabado de lhe revelar. - Ou tem medo de enfrentar garotos? Ele disse ao mesmo tempo que ela tomou a bola da mão dele, colocando-a no chão e correu até o meio do ginásio, como se aquilo fosse um jogo comum.

-Então você acha que pode vencer o fenômeno Curtis? Ela disse ainda correndo com a bola pelo ginásio e Gabriel analisava os passos dela pronto para tomar a bola de seus pés.

-Você está de frente com o fenômeno Johnson, não se sinta tão poderosa assim. Ele brincou tomando a bola dos pés da garota e correu em direção á trave oposta, chutando a bola diretamente no gol. - Eu disse para você.

-Sem goleiro até eu. Stacy retrucou pegando a bola e disparando pelo ginásio, vendo ele perto de seu ombro ela chutou a bola para mais longe e correu para o outro lado fazendo um gol, que quase acertara na trave. -Empatados. A garota sorriu para ele que ria rolando os olhos.

-Posso te treinar se quiser. Gabriel disse chutando a bola para fora do gol e seguiu na direção da trave oposta, numa sucessão de dribles, terminando com um gol de bicicleta.

-Acho que o time já tem um treinador. Ela respondeu rindo e encarou o azul do olhar dele, o garoto estava se divertindo mas, de alguma forma ela sabia que ele estava oferecendo mesmo ajuda. - Mas eu talvez precise de uma ajuda extra, só que se você ficar no chão o tempo todo eu não sei o que vou aprender além de como fazer cosplay de grama.

-Engraçadinha. O garoto riu se levantando rapidamente do chão e jogou a bola em uma das cestas á qual o treinador estava arrumando mais cedo. Stacy já estava com o uniforme totalmente suado, os cabelos grudentos na nuca e um calor tomava seu corpo, como sempre acontecia depois do treino.

-Por que não entrou para o time? Você é ótimo. Stacy falou ainda sem olhar para ele ao saírem do ginásio, em direção aos vestiários. - Eu não perderia uma oportunidade dessas.

-Futebol faz parte do meu passado, não é algo que eu possa voltar á fazer. Gabriel respondeu parando em frente ao vestiário feminino e a garota ergueu as sobrancelhas, encarando ele como se aquilo tudo fosse besteira.

-Você não é velho demais, ainda pode jogar, conhece olheiros, seu pai é o diretor. Qual seu problema? Ela perguntou calmamente mas, havia saído em um tom inquisitivo.

-Tenho muitos. Ele sorriu divertido e suspirou olhando para a porta á sua frente. -Te vejo na sala. O garoto disse caminhando pelos corredores vazios, e por um instante Stacy ficou encarando a silhueta dele se reduzir á uma sombra borrada distante. Ela abriu a porta e foi direto para o chuveiro, trocou a roupa e voltou para seu armário, percebendo que algumas pessoas já haviam chegado na escola, depois de pegar seus cadernos novamente Stacy trancou o armário e caminhou para o corredor principal, topando com Guilherme, que havia acabado de entrar.

-Bom dia. Alguém chegou cedo hoje. Ele falou batendo no ombro da garota com o seu e encarou o cabelo dela. -Estava treinando. Muito bem.

-Eu preciso ser a melhor, Guilherme. Stacy respondeu sorrindo ao passarem pela sala de música, onde um som de piano escapava pela fresta da porta aberta. -É o meu sonho.

-E vai conseguir, você já é a melhor amor. Guilherme falou em um de seus tons divertidos e os dois seguiram rindo pelo corredor.

              Stacy estava praticamente dormindo na aula de história, e tinha certeza que iria precisar de muito mais que um café para deixar seus olhos abertos, a garota encarou a tela á sua frente onde a professora passava slides falando sobre uma guerra de séculos atrás e aquelas imagens, de repente lhe trouxeram á mente o rosto de seu pai. Ela sentiu uma dor estranha no peito e ficou imaginando o quão feliz o pai ficaria em saber as notícias.

-Quero um trabalho para semana que vem, sobre as batalhas da idade média. Escolham uma das batalhas e me entreguem um trabalho com os principais motivos e acontecimentos.  Já escolhi as duplas, podem encontrar seus nomes e de seus parceiros na lista aqui na minha mesa. 

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora