Bruna: posso saber para aonde você está me levando?_ pergunta assim que eu ligo o carro para ela. Digamos que eu meio que estou sequestrando a garota que eu to afim.
Normal.
Nicola: não, pelo menos não agora. É uma surpresa!_ falo rindo ao ver pelo canto do olho que ela revirou os olhos e fez um biquinho muito, mais muito fofo mesmo.
Bruna: chato.
Nicola: então eu sou o chato mais gostoso que você já conheceu._ falo me divertindo com as caras e bocas que ela faz.
Bruna: já te falaram que você é um convencido?
Nicola: já. Mais eu sou o mais santo da minha família._ falo dando de ombros.
Bruna: como assim? Você fez da piscina uma gelatina gigante, o corredor em um matadouro de galinha de tanta pena que você colou lá, você colou a bunda do professor de filosofia na cadeira dele, pintou o cabelo da professora de química de rosa que brilha no escuro! Se você é santo tenho medo de conhecer o resto da sua família.
Nicola: minha vida foi quem criou a mochila de pegadinhas, minha avó fugia da escola para encher a cara com o meu avô, meu pai transformava a escola num inferno quando alguém mexia com a minha mãe. Sou santo.
Bruna: medo._ fala e eu dou risada.
Nicola: sem falar que o meu pai era um safado. Ele pegava várias ao mesmo tempo. Não sei como a minha mãe teve tanta paciência com ele._ falo a realidade.
Bruna: amor?
Nicola: não sou muito crente sobre esse sentimento._ vejo Bru me olhar de descrença.
Bruna: como pode falar isso? Seus pais se amam!
Nicola: isso eu sei, mas... sei lá, acho que o amor não gosta de mim._ dou de ombros._ Acho que essa é a principal razão para eu ficar, nunca namorar.
Bruna: você nunca namorou?
Nicola: pode rir, eu deixo. Mas eu acho que pra ter algo sério com alguém eu preciso sentir algo a mais do que uma simples vontade de levá-la para a minha cama.
Bruna: não sei se eu fico com nojo disso ou acho fofo._ fala revirando os olhos e olhando para a paisagem._ Você tem carta de motorista?
Nicola: tenho. Sou antecipado. Tive que me antecipar para poder comprar um apartamento no centro, perto da nossa antiga escola.
Bruna: se arrepende?
Nicola: não, ele foi da minha bisa, tive que comprá-lo do meu pai._ dou de ombros prestando bastante atenção no trânsito.
Bruna: o que você acha sobre ter uma irmã agora?_ excelente pergunta.
Nicola: eu gosto. Ela é legal, mas...
Bruna: mas?_ fala para que eu termine a frase.
Nicola: mas eu tenho medo de fracassar com ela. Antes, se eu fracasse eu só iria decepcionar os meus pais. Agora, eu tenho uma irmã mais nova! Eu sou o exemplo que ela pode e vai usar como inspiração para ser uma adulta melhor nesse mundão._ falo meio que desabafando com a garota de cabelos escuros.
Bruna: hum... sei que você sabe que eu tenho um irmão mais novo, ele tem seis anos. E... eu nem ao menos posso vê-lo direito por causa da escola.
Nicola: é por que você não estuda lá? Perto do seu pai?
Bruna: por que eu tenho certeza de que ele é a minha madrasta iam fazer a minha cabeça para eu virar modelo. E eu não quero isso. Sei que você tem milhares de amigas modelos, mas eu acho uma profissão tão superficial. Elas literalmente são pagas para serem bonitas!
Nicola: bom, eu sou modelo._ a vejo ficar vermelha. Com toda certeza ela se esqueceu disso.
Bruna: aí Velho, que vergonha._ fala pondo as mãos no rosto toda cheia de vergonha. E eu dou uma risadinha._ para de rir!
Nicola: não da. Isso além de ser engraçado você fica muito linda quando está com vergonha.
Bruna: então acho que você vai amar sair comigo e com a Marce. Ela só me faz passar vergonha! E olha que eu já faço isso sozinha.
Nicola: com um pouco de medo, talvez eu saia um dia com vocês._ falo sorrindo para ela e estacionando o carro._ Chegamos meu anjo._ falo e então saio do carro e abro a porta para ela saia.
Estendo a mão para ela e então ela aceita saindo do carro. Fecho o carro por que, afinal, estamos no Brasil e no Rio de Janeiro. Mesmo eu achando que São Paulo seja mais perigoso do que o Rio.
Bruna: uau._ fala olhando à vista. Ela põe as mãos na boca impressionada com a vista. Vou atrás dela a abraçando pela cintura e por trás, beijo a sua nuca.
Nicola: gostou?
Bruna: você ainda pergunta?!_ ela se vira e me abraça._ Muito obrigada Nicola, aqui é lindo! Como você achou esse lugar lindo?
Nicola: andando por aí._ falo dando de ombros._ e ainda não acabou._ falo a soltando e abro o porta malas mostrando a minha pequena surpresa para ela. Os bancos traseiros escavam abaixados e então com um colchão, cobertas, uma sesta de piquenique com as comidas que eu mandei preparar para nós dois, travesseiros, almofadas, e luzes pisca pisca brancas.
Bruna: Nicola..._ olho para a sua cara, a mesma está com os olhos brilhando, sua boca forma um "o" perfeito, e assim que vira me abraça. Um abraço forte._ Muito obrigada mesmo, mesmo mesmo. Ahh!
Nicola: por nada meu anjo.
Entramos dentro do porta malas, tiramos os sapatos, e ficamos ali, deitados, juntinhos, olhando para a incrível vista da cidade olhada por cima, pego o meu celular e coloco para tocar uma música lenta, calma, e perfeita para esse momento.
Bru está com a cabeça apoiada em meu peito e então começo a fazer cafuné nela.
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Um garoto tanto quanto complicado - L04
Teen FictionSeja safado como um Saltiman Seja Tarado como um Visser Seja delicada como uma Holder E o mais importante de todos... Viva como um Albuquerque! Bruna: por que você é tão complicado? Nicola: é de família. Bruna: está me falando que isso é genética? ...