#18

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Bruna: posso saber para aonde você está me levando?_ pergunta assim que eu ligo o carro para ela. Digamos que eu meio que estou sequestrando a garota que eu to afim.

Normal.

Nicola: não, pelo menos não agora. É uma surpresa!_ falo rindo ao ver pelo canto do olho que ela revirou os olhos e fez um biquinho muito, mais muito fofo mesmo.

Bruna: chato.

Nicola: então eu sou o chato mais gostoso que você já conheceu._ falo me divertindo com as caras e bocas que ela faz.

Bruna: já te falaram que você é um convencido?

Nicola: já. Mais eu sou o mais santo da minha família._ falo dando de ombros.

Bruna: como assim? Você fez da piscina uma gelatina gigante, o corredor em um matadouro de galinha de tanta pena que você colou lá, você colou a bunda do professor de filosofia na cadeira dele, pintou o cabelo da professora de química de rosa que brilha no escuro! Se você é santo tenho medo de conhecer o resto da sua família.

Nicola: minha vida foi quem criou a mochila de pegadinhas, minha avó fugia da escola para encher a cara com o meu avô, meu pai transformava a escola num inferno quando alguém mexia com a minha mãe. Sou santo.

Bruna: medo._ fala e eu dou risada.

Nicola: sem falar que o meu pai era um safado. Ele pegava várias ao mesmo tempo. Não sei como a minha mãe teve tanta paciência com ele._ falo a realidade.

Bruna: amor?

Nicola: não sou muito crente sobre esse sentimento._ vejo Bru me olhar de descrença.

Bruna: como pode falar isso? Seus pais se amam!

Nicola: isso eu sei, mas... sei lá, acho que o amor não gosta de mim._ dou de ombros._ Acho que essa é a principal razão para eu ficar, nunca namorar.

Bruna: você nunca namorou?

Nicola: pode rir, eu deixo. Mas eu acho que pra ter algo sério com alguém eu preciso sentir algo a mais do que uma simples vontade de levá-la para a minha cama.

Bruna: não sei se eu fico com nojo disso ou acho fofo._ fala revirando os olhos e olhando para a paisagem._ Você tem carta de motorista?

Nicola: tenho. Sou antecipado. Tive que me antecipar para poder comprar um apartamento no centro, perto da nossa antiga escola.

Bruna: se arrepende?

Nicola: não, ele foi da minha bisa, tive que comprá-lo do meu pai._ dou de ombros prestando bastante atenção no trânsito.

Bruna: o que você acha sobre ter uma irmã agora?_ excelente pergunta.

Nicola: eu gosto. Ela é legal, mas...

Bruna: mas?_ fala para que eu termine a frase.

Nicola: mas eu tenho medo de fracassar com ela. Antes, se eu fracasse eu só iria decepcionar os meus pais. Agora, eu tenho uma irmã mais nova! Eu sou o exemplo que ela pode e vai usar como inspiração para ser uma adulta melhor nesse mundão._ falo meio que desabafando com a garota de cabelos escuros.

Bruna: hum... sei que você sabe que eu tenho um irmão mais novo, ele tem seis anos. E... eu nem ao menos posso vê-lo direito por causa da escola.

Nicola: é por que você não estuda lá? Perto do seu pai?

Bruna: por que eu tenho certeza de que ele é a minha madrasta iam fazer a minha cabeça para eu virar modelo. E eu não quero isso. Sei que você tem milhares de amigas modelos, mas eu acho uma profissão tão superficial. Elas literalmente são pagas para serem bonitas!

Nicola: bom, eu sou modelo._ a vejo ficar vermelha. Com toda certeza ela se esqueceu disso.

Bruna: aí Velho, que vergonha._ fala pondo as mãos no rosto toda cheia de vergonha. E eu dou uma risadinha._ para de rir!

Nicola: não da. Isso além de ser engraçado você fica muito linda quando está com vergonha.

Bruna: então acho que você vai amar sair comigo e com a Marce. Ela só me faz passar vergonha! E olha que eu já faço isso sozinha.

Nicola: com um pouco de medo, talvez eu saia um dia com vocês._ falo sorrindo para ela e estacionando o carro._ Chegamos meu anjo._ falo e então saio do carro e abro a porta para ela saia.

Estendo a mão para ela e então ela aceita saindo do carro. Fecho o carro por que, afinal, estamos no Brasil e no Rio de Janeiro. Mesmo eu achando que São Paulo seja mais perigoso do que o Rio.

Bruna: uau._ fala olhando à vista. Ela põe as mãos na boca impressionada com a vista. Vou atrás dela a abraçando pela cintura e por trás, beijo a sua nuca.

Nicola: gostou?

Bruna: você ainda pergunta?!_ ela se vira e me abraça._ Muito obrigada Nicola, aqui é lindo! Como você achou esse lugar lindo?

Nicola: andando por aí._ falo dando de ombros._ e ainda não acabou._ falo a soltando e abro o porta malas mostrando a minha pequena surpresa para ela. Os bancos traseiros escavam abaixados e então com um colchão, cobertas, uma sesta de piquenique com as comidas que eu mandei preparar para nós dois, travesseiros, almofadas, e luzes pisca pisca brancas.

Bruna: Nicola..._ olho para a sua cara, a mesma está com os olhos brilhando, sua boca forma um "o" perfeito, e assim que vira me abraça. Um abraço forte._ Muito obrigada mesmo, mesmo mesmo. Ahh!

Nicola: por nada meu anjo.

Entramos dentro do porta malas, tiramos os sapatos, e ficamos ali, deitados, juntinhos, olhando para a incrível vista da cidade olhada por cima, pego o meu celular e coloco para tocar uma música lenta, calma, e perfeita para esse momento.

Bru está com a cabeça apoiada em meu peito e então começo a fazer cafuné nela.

Um garoto tanto quanto complicado - L04Onde as histórias ganham vida. Descobre agora