Capítulo 7

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Encontro Tia Alice na sala sozinha quando desço, e pergunto se ela está bem. Todos estão na cozinha cochichando e planejando o que não quero saber.

- eu só não aguento tanto falatório sobre anjos e demônios e tudo isso. – ela diz exaustiva.

- te entendo Tia. – digo me sentando ao lado dela no sofá. – sobre o que você disse mais cedo...

- eu sei. – ela toca meu rosto com carinho. – sinto muito, foi um ato impensável, mas quando eu vi essa mancha em sua aura...

- o que isso quer dizer?

- você fez algo maldoso James? Algo comprometedor? Não para outras pessoas, mas para sua própria alma?

- talvez eu tenha Tia. É pior se eu não me sentir mal por isso?

Ela me da um sorriso compreensivo.

- é como é meu menino. As vezes não há explicações e respostas para perguntas que temos, para atitudes que tomamos ou até suas conseguências. As pessoas são boas e más Jemy, e lembre-se você ainda é uma pessoa, um ser humano.

- eu não sei mais o quanto de humano eu ainda tenho.

Ela aperta minha mão solidaria e sorri tranquilizadora.

- eu sei meu menino, eu sei. Ainda é uma boa parte, acredite. – sorrio grato e ela suspira mudando de assunto. – então, o que houve entre você e o outro Nefilim?

- outro Nefilim?

- é, é. O ruivo que saiu daqui aos berros.

Faço uma careta para ela sem entender.

- acho que a senhora está confundindo as coisas Tia, Andy não é...

- não é da sua conta. – Leo diz nos fazendo perceber que ele esta em pé na entrada da sala.

Meu coração gela ao pensar em o que mais ele ouviu.

- não precisa ser grosseiro, ela só estava preocupada. – defendo.

- estou falando de você. – ele diz friamente.

Engulo em seco quando Chris se aproxima e toca o braço do marido.

- Ei, pare com isso. Eles são jovens e você nem sabe o que aconteceu.

- nunca o vi daquela forma. – ele se vira pra mim. – o que você fez?

Levanto dando um beijo na cabeça de Tia Alice e me dirijo para a porta, mas não antes de passar por Leo e sussurrar:

- não é da sua conta.

Isso parece enlouquece-lo. Ele segura meu braço com força me impedindo de avançar.

- olha como fala comigo pirralho...

- ou o que? – desafio sentindo meu sangue borbulhar de novo, sei que é perigoso, mas me sinto muito inconsequente ultimamente.

- Leo, solte-o. – Chris manda firme, mas posso sentir o desespero pendurado em sua voz. Ele está com medo, só não sei por quem exatamente.

Leo continua me encarando, os olhos duros nos meus, irritados pelo filho. Na verdade ele só está sendo super protetor, mas muita coisa já me irritou hoje.

- o que você vai fazer? – digo devagar e desafiador.

Mesmo parecendo ainda mais furioso ele recua.

Símbolos de Sangue (Livro 2 da saga "Anjos da Terra")Where stories live. Discover now