Símbolos de Sangue (Livro 2 da saga "Anjos da Terra")

Capítulo 2

Na casa dos meus avós eu fico sentado no sofá encarando a lareira apagada.

Ouço Andy chegar com Chris e depois de falar com todos sobre o que aconteceu ele vem até mim e senta do meu lado.

Apenas o olho questionando.

- ela está bem. – ele responde sem que eu precise dizer. – sã e salva em casa. Foi meio complicado explicar como foi que você sumiu depois de ter surtado, mas dei um jeito.

Assenti agradecido. Ele me estudou por um momento.

- Sinto muito pelos seus pais. – disse solidário.

- eles estão vivos. – digo na necessidade de explicar.

- eu não quis dizer...

- eu sei. – o corto ríspido. Respiro fundo passando a mão no rosto. Andy me da tempo para falar. – eu sinto eles.

- sente?

- sim, como parte de mim.

- você é parte deles. – rebate e quase sorrio.

- você entendeu. – murmuro.

Andy coloca a mão em minhas costas em um gesto solidário.

- isso é bom, certo?

- estão sofrendo An. Eu sinto... – solto baixo e frustrado.

Mesmo todos estando na cozinha discutindo o que fazer sei que podem ouvir.

- ok, talvez não seja totalmente bom, mas eles estão vivos Jemy.

Respiro devagar.

- o que eu faço?

- o que você quer fazer?

- qualquer coisa que traga-os de volta, sãos e salvos.

Andy contem a tensão e olha para trás vendo se tem alguém por perto.

- o que ele disse? – pergunta num sussurro.

- que é para mim ir busca-los. Que vou ser dele. – respondo sentindo minha voz falhar no final.

- então vamos busca-los. – ele diz simplista.

O encaro incrédulo.

- eu, não você. – rebato.

- quando é que existiu você sem mim? – força uma careta.

- por cerca de 14 anos. – jogo as palavras e vejo que teve efeito inverso porque ele está sorrindo. – você não vai. – firmo a voz, mas ele não cede.

- veremos.

Bufo.

- não tem essa de "veremos" Anderson! Não vou te colocar no meio disso tudo.

- não é como se eu já não estivesse, nem como se você fosse me impedir...

- ah eu posso impedir.

Seu olhar queima no meu.

- não vou te deixar ir sozinho.

- ele não vai sozinho. – a voz de Josh nos desperta de nosso conflito. – ele nem sequer vai a algum lugar.

Ele está se sentando no sofá ao lado com todos os outros o seguindo.

- o que quer dizer? – pergunto com medo da resposta.