--67-- Perseguição

20.1K 1.2K 606
                                    

UMA SEMANA E CINCO DIAS DEPOIS

BELA

- Só isso querida ? - Perguntou a senhora que passava minha compras no supermercado

- Sim senhora, só umas coisinhas que estavam faltando mesmo! - Respondo para dona Margarete, uma senhora de pouco mais de 60 anos que trabalhava ali.

O supermercado não era tão grande, mas era um dos mais antigos daqui, e Dona Margarete está nele acho que desde sua fundação, seu falecido marido o construiu e na sua morte o deixou de herança para Margarete e seus dois filhos, que hoje já nao vivem mais com ela.

- Como está seu irmão meu amor ? - Perguntou a senhora.

- Está bem, vai ser papai agora, acredita ? - Respondo animada

- Mas ele tem idade para ser pai ? - Perguntou dona Margarete aspantada

- Tem Sim, ele é mais velho do que a senhora pensa dona Margarete, já vai fazer 28 anos, ou sera 29? - meu Deus eu esqueci a idade do meu irmão - mais ou menos isso ! - falei entre risos.

- O tempo está mesmo passando, to cada vez mais velha minha filha... aproveite sua juventude... Divirta-Se, ame muito, por que o tempo voa!

Fiquei com um pouco de pena daquela senhora diante de mim. Coitada, perdeu o marido cedo, nunca mais se casou, e seus filhos logo saíram de casa, que vida solitária dona Margarete levava.

- É verdade dona Margarete, olha, aparece lá em casa, vou fazer uma almoço pra senhora, ta bom? - Vontade de levar ela pra minha casa e cuidar dela.

- Vou sim minha querida - ( risinhos) - de um beijo e um abraço no seu irmão por mim. E toma aqui um doce! - Que linda, ela me deu um bombonzinho daqueles caseiros, que por sinal eu amo.

- Dou sim, muito obrigada dona Margarete! - Mandei um beijo no ar para ela e acenei, enquanto me afastava para pegar o corredor que levava para o estacionamento que ficava na parte de trás do supermercado.

Já eram 20:26, a noite estava bem fria e mal se via a lua no céu, com isso o estacionamento estava bem escuro e gelado. Solitário e silencioso. - Da próxima vez vou vir mais cedo, esse estacionamento está me dando arrepios.

Quando peguei a chave do carro do meu irmão, na qual havia pego emprestado para levar as compras, olhei em volta e notei que tinham poucos carros, meio espalhados, e apenas eu ali, indo embora.

Quando destravei o alarme ouvi um barulho vindo dos fundos, la havia dois carros, um pequeno, popular, e uma caminhonete preta, bem alta, umas rodas enormes e brilhantes.

Olhei na direção do barulho, parecia algum tipo de metal que foi chutado sem querer, ou talvez por querer, não sei...

- Olá! Tem alguém Ai?? - perguntei enquanto dava alguns passos na direção de onde veio o barulho. - Precisa de ajuda ? - silencio- Posso chamar alguém pra ajudar se preferir... - o mesmo silêncio se seguia.

- Eu em... - Quando ia me virando novamente outro barulho. Um pouco mais forte, nessa altura um vento gelado havia batido, meu coração disparando e o medo tomando conta do meubcorpo.

Dei uma outra olhada e meu corpo foi travando no lugar. - Olá! - Assim que terminei de falar um barulho ainda mais alto soou e um gato saiu de trás da caminhonete.

- Meu Deus gatinho, você quer me matar do coração ? - Falei enquanto ia em direção ao gato, e ele vindo na minha. - Você está perdido? - O peguei no colo e olhei a medalhinha que estava pendurada em sua coleira, nela estava escrito Margarete e um número de telefone.

- Então você é da dona Margarete ne malandrin... - antes que eu terminasse a frase os faróis da caminhonete se ascenderam e em seguida ela ligou, o gato que estava tranquilo em meu colo se assustou e pulou no chão, correndo em direção a uma porta que dava para parte de dentro do fundos do supermercado, nela havia aquelas portinha pequenas para animais.

A caminhonete começou a se mover lentamente e eu entrando em pânico. - Nao tinha ninguém no estacionamento e ninguem apareceu para entrar nessa caminhonete desde que entrei aqui. Meus Deus, tinha alguém ali o tempo todo ? - A essa altura meu coração já estava na boca, acelerei o passo destravei a porta do carro e entrei.

Minhas mãos estavam trêmulas e meus pés também, demorei pra conseguir por a chave na inanição - Vamos, vamooos - A essa altura a caminhonete já estava mais próxima, indo na direção da saída e automaticamente, na minha!

Consegui ligar o carro e quando tentei arrancar ele morreu, graças as minhas pernas tremendo de medo e nervoso.

- Vou ser sequestrada, estuprada, mutilada, meus órgãos.. ai meu Deus ele ta mais perto...- Dei mais uma olhada para tentar enxergar quem dirigia, mas os faróis estavam muito altos quase me cegando, ficando impossível ver quem era.

Consegui sair com o carro e acelerei, cantei pneu e tudo que tenho direito pra esse cara, sei la, ficar para trás.

A caminhonete seguia atras de mim ainda três quadras depois.

- Mas que merda é essa? Qual é desse cara??? - logo adiante o semáforo acabará de ficar amarelo, então acelerei e passei por ele, deixando o meu perseguidor preso no mesmo que logo ficou vermelho atras de mim.

Aproveitei e entrei na primeira rua que encontrei para sumir das vistas dele.

- Jesus, Maria, José, o que foi isso brazeeel? Por que eu fui seguida? Por que esse carro estava no estacionamento e resolveu brincar com a minha saúde cardíaca? Me sinto em velozes e furiosos em "desafio cardiológicos" - Eu falava e ria ao mesmo tempo enquanto seguia falando comigo mesma. - eu to rindo mais é sério e cada k é uma lágrima.

Passando mais alguns quarteirões e cheguei ao AP, e logo lembrei, estacionamento de casa. - Ah, otimo, mais um estacionamento na minha vida, pelo menos não vai ter aquela bosta de caminhonete preta assustadora aqui. - falava em voz alta enquanto entrava no estacionamento do meu prédio.

MAIS TARDE

Já são 2h da manhã e eu estou sentada do lado de fora da cobertura, peguei uma das cadeiras da beira da piscina e a coloquei de frente ao para peito de vidro do prédio, olhando para baixo tudo tão pequeno, pouco movimento por causa do frio e da hora.

Minha noite está sendo longa e nao consigo dormir, ainda assustada pelo ocorrido de mais cedo, e pensando no que a Dona Margarete me disse sobre amar mais.

-- Acordado ? -- enviei sms para Lipe.
-- Sim, e vc está pq ?
-- Não consigo dormir...
-- Eu posso ir ai, te fazer companhia se quiser
-- está tarde
-- É, está, mas amanhã eu não trabalho, me dei folga haha
-- Se deu folga hj tbm ne? E ontem, e ontem de ontem...
-- ontem de ontem foi domingo kkkk e talvez eu possa ter me dado uma semana de folga, relaxa, eu não vou ne demitir
-- kkkk bobo
-- To indo prai
-- okay
-- okay ;)

Guardei o celular e fiquei ali parada, retomando os pensamentos para nao pensar no tempo que o Felipe demoraria para chegar.

Já haviam se passado 35min desde que falei com Lipe, então senti a porta de correr atrás de mim se abrindo lentamente. - Ele chegou - fingi não perceber que ele tinha chegado, ansiosa para ver como ele se aproximaria de mim.

Então seu perfume alcançou minhas narinas, mesmo em um lugar aberto e com vento, o melhor cheiro do mundo ainda me alcançava. O cheiro do Felipe.

Ele surgiu ao meu lado se inclinando sobre mim e enfiando seu rosto entre meu pescoço e cabelos.

- O Cheiro da mulher da minha vida!

Eu e o melhor amigo do meu irmão - ATUALIZANDO 2019Onde as histórias ganham vida. Descobre agora