Amor Assassino - Vol. I

Capítulo 25

"Eu agradeço por todas as vidas que você levou; Eu agradeço por cada palavra que você disse; Eu agradeço por ir embora;

Eu agradeço pelas promessas que você quebrou; Por sempre assistir enquanto eu engasgava; Eu agradeço por me ensinar; Sim, eu agradeço pelas suas agressões." - In This Moment ♫

Eu a encarava sem me mexer. Estava paralisado de uma forma que nem eu mesmo sabia que ficaria um dia. Parecia uma das minhas próprias vítimas quando me viam se aproximar delas.

- Não vai falar nada? - Lya diz enquanto me encarava nos olhos.

Eu realmente queria dizer algo, queria pedir perdão, e fazer com que ela entendesse o que aconteceu, mas eu simplesmente não consigo, minha voz não sai. O que há comigo??

- Tudo bem. - Ela se levanta da cama e vai em direção a porta de saído de seu quarto.

- Lya... - Me levanto para ir atrás dela, e ela vira no mesmo instante apontando o dedo para o meu rosto de forma ameaçadora.

- Escuta aqui, eu não sei qual é o seu problema, mas se encostar a mão em mim de novo, reze para que eu morra, porque se eu acordar e ver a sua cara de novo como agora, eu vou enfiar uma faca tão fundo no seu olho, que vão te enterrar com ela.

Engulo em seco.

- Eu não quis fazer aquilo...

- Mas fez. - Ela me interrompe. - Agora se puder, por favor, desaparecer da minha vida de uma vez por todas, eu vou esquecer o que você fez, como se eu nunca tivesse te visto em toda a minha vida de merda.

Não era isso que eu queria. Não queria ir embora, e nem que ela me apagasse de suas lembranças dessa forma. Estar com ela não se tratava mais de uma obrigação necessária, se tratava de algo que acabou indo muito mais além do que eu poderia imaginar. E eu não quero que isso termine, não por minha causa.

Seu olhar estava fixo em mim, seu pedido era completamente sério, e não existia se quer nenhum arrependimento em fazê-lo. Ela estava decidida, e já há algum tempo, mas só agora depois do que eu fiz, ela teve mais certeza do que queria.

Lyanna

Eu não aguento mais olhar para o rosto dele. Vai embora logo, que inferno. Um turbilhão de ideias passa pela minha mente para me vingar do que Ben havia feito. Desde rasgar sua barriga com uma faca quente, a abrir seu crânio com um machado e jogar ácido dentro.

O olhar dele parecia arrependido pelo que fez, e pelo que me lembro antes de desmaiar, ele parecia não estar se sentindo bem. Mal conseguia se conter enquanto golpeava a própria cabeça e repetia aquelas coisas estranhas para si mesmo. Não fazia ideia do que aconteceu com ele assim do nada, e não posso mais confiar nele, não depois disso. Não depois de saber que ele pode acabar fazer isso de novo ou coisa pior, e ainda por cima, vir até mim parecendo um cachorro arrependido com o rabo entre as pernas, achando que isso vai resolver as coisas.