Santa Mônica - Parte 1

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Era noite, Allyssa pintava as unhas dos pés sentada no chão da sala, olhando de vez em quando na direção de Clara, que estava sentada a mesa comendo, enquanto Isabella a observava com os olhos semicerrados e roendo a unha do mindinho, pensando que tinha alguma coisa estranha com ela. A mais nova pegou a travessa e virou a cadeira de costas para elas e voltou a comer.

— Por que vocês estão me olhando? —  Sua boca cheia quase não permitia que as outras duas entendessem.

— Foi você, não foi? — Clara virou-se novamente para Isabella.

— Fui eu o quê?

— Que fez aquilo na porta do restaurante. — Allyssa começou a rir e Clara não estava entendendo nada.

— Você quem fez cocô na porta do restaurante? — perguntou a morena e Clara engasgou com o que comia.

— Eu não lembro de ter feito aquilo, então foi você — afirmou Isa.

— Eu não fiz nada disso! — Ela tomou o resto do refrigerante, levantou e foi até a pia lavar a louça suja. — Vocês andaram se drogando naquele buraco que foram com o Ramon?

— Por falar nisso, estou quebrada. Boa noite meninas. — Bocejando, Isabella levantou e foi para o quarto.

Enquanto ela passava pela sala Allyssa a observou de cima a baixo e sorrio mordendo o lábio inferior.

— Que cara de safada é essa urso-malaio? — Clara estava atenta a amiga que levantou do chão e correu para se encostar na pia.

— Ela não é uma delicia?

— Ah, meu Deus, já ouvi essa frase antes e uma semana depois você estava no elevador aos beijos com a garota do andar de baixo.

— Não sei se devo. Vou acabar espantando ela.

— Tira isso da cabeça porque a garota mal chegou e estamos nos dando super bem. Além do mais... Acho que ela é do tipo que namorada sério, não quer ficar se pegando com alguém como você que só fica uma vez e parte pra outra.

— Como você sabe?

— Apenas sei.

— Será que... Não! Você está afim dela também?

— Allyssa me erra, vai pintar tuas unhas! — exclamou jogando um pouco de água na outra que riu afastando-se.

No dia seguinte Allyssa seguiu a rotina de sempre; acordar tarde, almoçar fora. No fim da tarde foi para a academia, depois de quase duas semanas sem se exercitar. Encontrou algumas conhecidas e acabou indo jantar com uma delas.

Como era de se esperar, depois do jantar deu uns amassos com a garota quando foi deixá-la em casa e enquanto voltava para o apartamento ela refletia sobre o fato da garota ter dito que ligaria depois. Não desejava ficar com ela novamente.

Logo o pensamento levou a Isabella. Sabia que seus desejos eram coisa passageira, depois que conseguia o queria simplesmente descartava. Assim como os pais, a morena não se apegava a nada nem ninguém. Viver usufruindo de suas mordomias já era suficiente para achar que era feliz.

Isabella entrou no apartamento as duas e meia da madrugada e avistou as outras duas conversando no sofá. Ela estranhou Clara acordada tão tarde, mas sorriu animada indo dar as últimas notícias, parando de frente a elas.

— O Falcatrua foi no restaurante e recuperou o arquivo.

— E aí, tinha a gente? Seu chefe não viu? — perguntou Clara ansiosa.

— Tinha a gente, mas ele conseguiu fazer o trabalho direito. Por sorte o chefe não estava na hora e quando chegou apenas viu o que interessava. Mas a melhor parte é que nós não fizemos cocô na porta.

California GirlsWhere stories live. Discover now