Má Influência

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Durante o domingo ninguém viu Allyssa que ficou trancada no quarto comendo bobagens. E isso era totalmente normal ao ver de Clara, que por sua vez também saiu do quarto apenas para comer, voltou para assistir qualquer coisa no notebook e ficar em redes sociais.

Isabella sentiu-se sozinha, mas era confortável devido ao costume. Durante a manhã fez compras no supermercado e ao chegar em casa preparou o próprio café da manhã; Bacon, ovos mexidos e suco de frutas. Sentou-se na mesa observando o apartamento silencioso e comeu sem pressa, mexendo no celular. 

Ao entrar na própria rede social, que não abria há bastante tempo, viu que haviam vários pedidos de amizade e os aceitou na mesma hora, indo olhar seus álbuns de fotos. Uma infinidade de fotos do dia anterior enchiam o feed do Ramon e em todas ela achou que saiu tosca. Ficou rindo sozinha olhando mais algumas de outros dias e quando deu por si já tinha devorado toda a comida.

Depois de lavar os pratos e guardar as compras no armário foi trancar-se no quarto também e saiu novamente apenas a noite quando pegou água, salgadinhos e voltou.

Na manhã de segunda encontrou Clara já saindo e após se despedirem foi tomar café. As nove e quarenta e cinco, saiu de casa e foi para o trabalho no restaurante, onde ela prendeu os cabelos num rabo de cavalo, colocou o avental e começou a limpar as mesas.

Onze horas era quando os fregueses começavam de fato a chegar dando início a correria que se prolongava até as duas da tarde, só então era possível sentar e almoçar.

Naquele dia, enquanto limpava a última mesa, antes de ir almoçar notou alguém entrando. Quando seus olhos focaram na pessoa, o reconheceu imediatamente. Era Brad!

Quando Isabella chegou à Los Angeles para estudar, conheceu Brad no campus. Sempre sozinha e mergulhada em livros logo chamou a atenção dele. Ingênua, não demorou a achar que estavam namorando, mas depois da primeira transa ele a ignorou completamente e para livrar-se de vez dela afirmou que transava mal. Aquele foi um dos motivos que levou a garota a desistir do curso. Na tentativa de fugir e com toda a preocupação pelas contas que se acumulavam, Isabella largou tudo e se fechou para o mundo.

— Olha só quem está aqui. — O sorriso cínico estampado no rosto do rapaz enquanto aproximava-se, causava náuseas nela que desviou o olhar voltando a colocar os copos sujos encima da bandeja. — Você nasceu para esse tipo de trabalho. — Ele levantou a mão para tocar na garota que esquivou-se e ao voltar a encará-lo deu um tapa em seu rosto.

— Não fala comigo e não encosta em mim! — Ela deu as costas e avistou o dono do restaurante olhando a cena de cara feia.

Depois de levar uma bronca, seu chefe a mandou para casa e afirmou que teria um corte no salário devido a sua forma grosseira de tratar o cliente. Isabella saiu do restaurante e pegou um ônibus no ponto alí perto. Seus olhos estavam cheios de lágrimas a todo momento. Não queria ficar trancada em casa, pois sabia que iria chorar lamentando novamente ter se entregado um dia ao amor. Como a viajem era rápida, logo estava descendo no ponto de ônibus vazio e aproveitou para sentar-se alí. A rua em que ficava o apartamento era do outro lado da avenida, mas ela não tinha intenção de ir tão cedo.

Entre o vai e vem de carros e pessoas Isabella avistou Clara descendo de um ônibus também cabisbaixa. Ao vê-la sentada a mais nova foi até ela.

— O que faz aqui sozinha? — perguntou Clara sentando ao lado. — Não está na hora do trabalho?

— Consegui uma folga — mentiu. — E você, não tem aula?

— Também consegui uma folga. — Assim como Isabella, Clara preferia não contar o quê de fato tinha acontecido. As duas ficaram em silêncio enquanto os pensamentos trabalhavam torturando cada uma. — Quer beber alguma coisa?

California GirlsWhere stories live. Discover now