The Same Shadows

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Respirei fundo olhando para os dois caminhos a minha frente, os dois com luzes fracas piscando, água podre, ratos e limo.

Pareciam iguais, a não ser pelas grades que tampavam ambos, ferros entrelaçados, enferrujados e finos,
uma cerca nos túneis redondos.

Mas uma delas estava furada, como se algo tivesse aberto passagem por ela rastejando. Os ferros estavam retorcidos para dentro.

Minha intuição gritava para eu ir por esse caminho, e a julgar pela lógica, eu iria por ali.

Eu andei até perto da cerca e tive certeza que era ali quando senti aquela energia, a presença... Alea estava ali, presente. Eu sentia ela.

Me abaixei e fiquei de joelhos no chão imundo, tendo arrepios com as baratas enormes rastejando por cima de minhas mãos.

Principalmente quando lembrava que muitas delas eram minha comida durante todas as semanas que passei nos corredores desse maldito lugar.

Rastejei para dentro da grade e me pus de pé, vendo a minha frente um longo corredor sem nenhuma porta, e com muito musgo, até a luz era esverdeada, enquanto o ar era pouco e húmido.

Eu estava exausta, e agora que havia parado para ver isso eu tinha notado. Exausta e imunda.

Meu macacão estava todo rasgado, sujo de sangue, e sei lá mais o que, meu corpo com dezenas de ferimentos, minha perna com a ferida latejando, minha mão irradiada pela ferrugem que penetrara nela quando abri a grade dos esgotos. Minha barriga grande e suja... Quantos meses eu estaria? Era um menino? Uma menina?

Era parecido com Harry?

Eu conseguiria vê-lo?

Eu viveria pra isso?

Ignorando o aperto no meu coração eu respirei fundo e decidi me focar no que tinha vindo aqui pra fazer.

No meu bolso, as chaves e a caixa de Alea. Eu me perguntava, que porra que tinha naquela caixa?

Comecei a andar e andei por muito tempo, o túnel parecia infinito, e era todo igual, nenhuma mudança nos vários metros, apenas grandes retas quebradas por curvas.

Até que, depois de passar por outra piscina de corpos, eu subi uma escada rumo à escuridão.

As luzes eram muito fracas, me deixando na penumbra e na escuridão quando decidiam desligar.

O musgo ia até metade do corredor, a única cor que havia ali em baixo terminava a uns 5 metros à frente de mim, os ratos e insetos não ultrapassavam aquele limite, assim como as plantas.

Quando a cor e as pequenas formas de vida ali acabavam, começava apenas pedra humida. Ramos mortos e pretos e ossos de sapos e ratos, e após isso, uma porta redonda, escura, enferrujada e trancada.

Havia naquela porta dezenas de correntes de ferro e cadeados, trancas e travas, impedindo contato com a maçaneta redonda.

A energia que emanava de lá era suja, fria, cruel.

Alea estava ali, eu tinha certeza disso. Ainda mais quando a caixa em meu bolso pareceu esquentar com a proximidade.

Quando dei meu primeiro passo, uma onda de energia passou por mim. Era como se me puxasse para trás, me impedindo de chegar ali.

Ao meu redor, nos corredores, tudo ficou mais negro, e sombras se agitavam por toda a parte.

Elas sabiam o que eu estava fazendo. Sabiam o que eu faria. Elas não queriam que eu libertasse Alea, elas queriam continuar fazendo aquela criança sofrer... Passar pelo inferno eternamente.

Isso não aconteceria mais.

-vocês não vão me parar.- eu falei alto, e senti um sobressalto ao meu redor, era como se elas estivessem gritando pra mim.

-Vocês não vão mais se aproveitar de Alea!- eu gritei e dessa vez eu ouvi os gritos em resposta. Milhões de vozes, me arrepiando.

Dei meus primeiros passos para frente, andando com força, enquanto sentia elas me puxando para trás.

Não iam me impedir.

Quando eu estava quase chegando ao limite do musgo de dos animais, faltando alguns metros apenas para entrar no território de Alea, eu senti tudo se aquietar. Os gritos cessaram de repente e passaram a ser sussurros, e algo, uma sensação em minhas costas me arrepiou profundamente, dos pés à cabeça.

E quando olhei pra trás tudo piorou.

"-Caralho você bem?- ele disse e eu apenas concordei com a cabeça, e ele me puxou pelos ombros para um abraço forte.

Fechei meus olhos, respirando fundo, e ouvi o chiado das grades de ferro outra vez.

Nos separamos imediatamente e eu lancei a luz para o corredor. Arregalei meus olhos ao ver que estava vindo até nós. Uma onda de sombras, o corredor estava tomado por elas enquanto rastejavam até nós.

-fique parada.- Harry disse e elas em um milésimo de segundo foram até ele, se enrolando em seu pescoço, teria sido impossível fugir dequele ataque.

As sombras levantaram ele do chão, me fazendo obviamente ir até ele rapidamente, para ajudá-lo. Ele estava sendo sufocado... E se eu não chegasse logo..."

Eram elas.

A mesma onda de sombras.

Que matou Harry

Aquelas sombras diferentes das demais.

Elas estavam jorrando em minha direção, quase chegando até mim.

Meu coração bateu tão rápido que começou a doer.

E eu corri o mais rápido que pude.

RUN 2 - Harry Styles horror fanfic-  EM PAUSA Où les histoires vivent. Découvrez maintenant