Se Eu Soubesse

Capítulo 54

A minha primeira consulta estava marcada para as dez horas, fui acordada pela minha Rainha, se dependesse de mim acordaria bem tarde.

Com tanta preguiça fui até ao banheiro fazer as higienes, em seguida me arrumei pra ir suportar um monte de perguntas chatas, fazendo isso pelo Kuntuala.

Lá estávamos nós a caminho do consultório, meu Pai teve que voltar devido seu trabalho deixando minha Dinda cuidando de mim.

Durante o nosso trajecto conversávamos sobre o Kuntula, ela falava-me da forma alegre que lhe informava do meu herói, pena não lembrar ainda nada sobre ele.

Mas em fotos e vídeos noto que existia uma enorme cumplicidade entre nós, cai uma lágrima sempre que me esforço em reviver tudo na minha mente e não consigo. Oxalá isso mude logo e que esse psicólogo me cure, ainda não fui visitar sua Mãe devido às memórias apagadas.

Após estacionar o carro nos dirigimos para a sala de espera, só demorou uns quarenta minutos e fui chamada à entrar, de tão jovem que era custou-me acreditar que já era um psicólogo renomado e não gostei nada a forma que ele fez leitura corporal em meu corpo.

Saudações e apresentações feitas, começamos a conversar de forma descontraída. Perguntando coisas pessoais, o que ainda lembro do passado e tantas outras coisas.

_______Psicólogo____

Assim que vi ela entrando na sala um sentimento inapropriado pra aquela ocasião surgiu, não saberia explicar se é paixão ou atração mas sua beleza me encantou porém estava aí como seu psicólogo.

Depois de sentar perguntei seu nome, esperei com uma ânsia ouvir ela dizer.

— Muna

— Desculpa pelo meu jeito impertinente, és muito esbelta e tens um nome lindo

— És sempre assim com suas pacientes?

— Confesso que não, foste à excepção da minha regra. Já agora sou o Asad

— Demoraste tanto em dizer, cheguei a pensar que não tens um nome fora o psicólogo

— Hahah, vamos dar início à consulta

Após saber o motivo de cá vir constatei uma enorme tristeza em seu passado, uma jovem mulher linda e com belos encantos, ter passado por todos esses cenários. Me comovi bastante e decidi ajudar com tudo ao meu alcance, fiquei em alerta pra saber como me dirigir à ela.

A primeira consulta é pra recolher informações, definir o problema e estabelecer contato. Por essa razão ainda é cedo para começar a terapia e dar uma solução, ouvi todas suas inquietações e o real motivo da consulta.

Sei que às vezes à razão é um pedido de ajuda mas é necessário saber por parte do paciente para ajudar a esclarecer os objectivos que são realmente prosseguidos, assim facilito que ela confie e possa se expressar livremente.

Muna sabia exatamente o que dizia e estava disposta a colaborar em todos procedimentos para ser ajudada, segundo consultas médicas que obtive em seu relatório, seu problema não é pra ser tratado por um neurologista ou até mesmo um psiquiatra mas sim por mim.

Seu caso exige um tratamento psicológico, sou a pessoa indicada pra ajudá-la a recuperar suas memórias, pelos vistos são mais tristes do que felizes. Pra o seu caso, estabelecerei objetivos específicos.

Por hoje não delonguei a consulta pra não parecer exaustivo pra ela, agradeci pela sua cooperação e em seguida retirou-se da sala.

______Mãe da Muna____

É difícil pra uma Mãe ver sua filha passar por tantos problemas em tão pouca idade, gostaria de sofrer no seu lugar e livra-lá desse desalento.

Por decisão própria recorreu à um psicólogo para com suas ferramentas e métodos a possa ajudar, algo que achei bom pra ela e não só.

Vi ela saindo da sala com um semblante melhor de quando entrou, já um pequeno passo foi dado pra essa longa caminhada, a recebi com beijo na testa e um abraço. Com quem diz "estou aqui filha, conta comigo", caminhamos até ao carro.