Capítulo 44

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_____Muna_____

Acordei pensando que nada daquilo tivesse acontecido e fosse apenas um pesadelo, a realidade veio à tona ao enxergar meu rosto frente ao espelho. Lembro perfeitamente de cada agressão sofrida e lágrima de dor caídas como as mesmas que meus olhos estão derramando, como ele pode.

Lembrando...

— Hadhi não por favor para

— Cala sua boca, hoje serás minha a força

Tento me soltar de seus braços mas acabo provocando mais sua fúria, em troca recebo dois tapas deixando meu rosto dormente. Minha visão se ofusca por alguns instantes, a dificuldade de respirar surge após ele apertar meu pescoço.

Sinto seu penis roçando a minha coxa me fazendo tremer de desespero, meu Deus não permita que ele abuse de mim logo na minha primeira vez. Será horrível lembrar o jeito pela qual perderei a virgindade, mais dois tapas bem dados na face.

Olho pra o lado e vejo meu celular desbloqueado, aproveito uma brecha e ligo para o Kuntuala. Sem ele dar conta a chamada foi atendida, pra não levantar suspeitas virei pra outra direção aumentando o som dos gritos.

Pra me manter em silêncio colocou uma mordaça na boca, me virou de bruços. Senti meu biquíni sendo retirado, lambeu a minha intimidade passando a língua uma única vez, depois daquilo me senti completamente perdida, quase introduzir seu penis a porta foi arrombada pelo Kuntuala e mais dois jovens.

Estava sem forças mas vi os dois jovens batendo forte no Hadhi, fui carregada até ao banheiro, de lá só ouvia gritos dele apanhando. Minutos depois a polícia chegou e o levou, me sentia inunda após tudo que passei.

Lembranças terminada...

Kuntuala surgiu com uma bandeja mas não me apetecia comer, bem ao seu jeito convenceu-me a alimentar-se e tive mesmo que acabar. Deitei em seu colo e comecei a desabafar tudo, tirando toda raiva e ódio por aquele canalha.

Em alguns instantes me sentia culpada pelo ocorrido, estava acabada psicologicamente por ser algo muito pavoroso e não desejaria até para o meu pior inimigo. Além disso não gostaria voltar a vê-lo, tenho nojo e desprezo de sua pessoa.

Só espero que a dor intensa desse abuso não chegue a desenvolver uma profunda depressão em mim, não iria suportar tanto. Lágrimas e mais lágrimas, algo que estava sendo inevitável.

— Ficará tudo bem Princesa, de agora em diante ficarei mais perto de si pra que ninguém mais te machuque

Disse o Kuntuala, meu amigo e anjo da guarda... Aí como o amo e gostaria de dizê-lo, é por amá-lo que nunca me entreguei ao Hadhi.

— Me leva pra fora, vamos para a pista de skate, andar de mota, beber água de côco na praia como sempre a gente fez. Quero esquecer por um instante que isso tudo aconteceu

Sem pensar duas vezes ele aceitou na boa, deu-me um beijo na testa e retirou-se pra que me trocasse.

_____Hadhi______

Arrependimento e mais arrependimentos após estar dentro da sala de interrogatório, não me reconheci ao lembrar da merda feita há horas. Meu advogado se fez presente com minha Mãe, pra minha infelicidade meu caso era grave mas tinha como pagar fiança só que naquela noite fui obrigado a dormir aí.

Fui transferido pra cela onde tinha mais uns seis detentos, aquilo causou-me um calafrio e um medo nunca antes sentido. Seus rostos  eram aterrorizadores, seus olhares fixos em mim não transmitiam nada de bom.

— Carne fresca na área, o jantar hoje será diferente... Diziam eles logo que a cela foi aberta pelo guarda

— Qual foi seu crime? Arranjadinho

Mantive-me em silêncio e não respondi à pergunta do cara mais assustador aí dentro, parecia ser o dono do xadrez, meu silêncio foi quebrado pelo guarda ao dizê-lo o motivo de estar aí encadeado, por último disse à eles "divirtam-se rapazes, agora ele é todo vosso" e retirou-se.

Durante o resto do dia fui repreendido severamente por todos pelo erro cometido por mim, houve ameaças em certas ocasiões, encontrava-se em um autêntico pesadelo ainda acordado.

A noite caiu e não quis pregar o olho de jeito de nenhum, o receio de passar por algo pior era grande mas pra o meu azar acabei dormindo.

Senti a mão de um deles a despir-me vagarosamente, me espantei todo atordoado, um deles colocou mordaça em minha boca, viraram-me de barriga a baixo, não tive como me defender por estar com um dos braços quebrado. 

Toda aquela situação me fez arrepender-se ainda mais ao que fiz com a Muna, passar por isso é extremamente horrível.

Fui abusado por todos eles, chorei tanto feito uma criança, meu anus parecia estar rasgado devido à tamanha dor. Engano meu ao pensar que tudo tinha terminado, me colocaram sentado sem se importar com meu estado emocional depois daquela tortura.

Tiraram a mordaça, um deles se aproximou com seu penis e mandou-me abrir a boca e chupar seu órgão.

Minhas súplicas foram em vão, até proposta de dar-lhes dinheiro recusaram, cerrei os dentes pra evitar aquilo mas tive que ceder quando foi colado um objecto cortante em minha garganta, ou morre ou chupa.

Era tanto nojo sentir seu órgão em minha boca, minha auto-estima não será a mesma depois disso.

Quando o segundo preparava-se pra substituir o outro, um guarda apareceu e todos eles se afastaram, fui transferido pra sala de enfermagem, depois de ser observado mandaram-me pra solitária, único lugar onde poderia dormir sossegado.

Se Eu Soubesse Where stories live. Discover now