The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.

Extra - Por Adam

O filho da puta estava cheio de sorrisos.

Rolei os olhos, me acomodando na cadeira, despreparado psicologicamente para a babaquice que seria a noite, cheia de bajulacões e pedidos implícitos de promoção. Aquele velho imbecil me tratava como se eu fosse seu filho e, só apareci no tal evento por consideração a meu pai que gostava pra cassete do homenageado, e para ver Heather. Se dependesse da felicidade do verme do Reuben, e em memória ao velhos tempos com Daniel, ele sequer ouviria meu nome.

Depois que Daniel deixou os negócios de King, ainda existia a questão de lealdade para mim, por mais que gostasse de perturbar a cabeça dele. Crescemos juntos e eu o tive como um irmão durante muito tempo, até ele simplesmente me tratar como se fossemos diferentes. Me tratar como se eu fosse uma aberração quando, na verdade, aprendi as partes duras com ele. Deveria ser coisa de família, ou coisa dele e Reuben, mas os Fountain eram no fundo e de maneira bem maquiada, lixos. Daniel não escapava, mas tentava arduamente se redimir e chegava a ser comovente.

No que pareceu horas depois, ocorreu o jantar e, novamente voltaram às interações sociais forçadas, onde eu apenas sorri e acenei para não perder uma futura parceria. Do jeito que o salão estava cheio, me choveria propostas depois, principalmente porque muitas mulheres pareciam querer arrumar motivos para me ver outra vez e, não era exagero da minha parte ou meu ego afirmando. As vezes me sentia até vítima das devoradoras. Infelizmente, nenhuma delas sabia como me agradar e acabavam sendo mais rostos bonitos e sem graça na longa lista de espera.

Depois que Heather foi embora, não mais vi Daniel, Dayse voltou sozinha e não comentou nada. Enquanto um grupo de sócios velhos e nojentos conversavam sobre seus negócios fora do país, me aproveitei da distração e saí em busca de minha irmã, acabando por atrapalhar um flerte entre ela e o filho de algum ricaço. O cara se afastou ao meu ver, todos sabiam do respeito que deveriam ter por ela, mas quase nenhum o tinha e ela parecia não fazer questão.

- Você vai tomar jeito quando um desses imbecis fizer o que Daniel fez com você, Dayse!

Ela estreitou os olhos em minha direção, parecendo tanto com nossa mãe que cheguei a temer que tivesse os mesmos ímpetos. Em certos momentos eu precisava jogar na cara a rejeição, na esperança de que ela se contentasse com as escolhas dos outros.
- Veja como fala comigo, Adam, não somos mais crianças e você sabe muito bem quem é o mais velho aqui. Não lhe devo satisfações sobre nada disso, muito menos quando estou ajudando em coisas que poderia muito bem dar as costas ou mesmo piorar. Você sabe que eu o faço! – Ela sibilou.

- Não se atreva a se envolver ainda mais nisso. – A encarei por longos segundos. Não era por ser minha irmã que escaparia do que pudesse vir. – O que o cara disse para vocês?

Um garçom passou, servindo champanhe e tentando não olhar muito para Dayse. Ela bebericou o líquido e fingiu sorrir para um casal que passou lhe acenando.
- Não há o que ser feito, Adam. Eles estão ferrados e, para a alegria de algumas pessoas, Daniel vai provocar o término. Ele precisa. – Ela sorriu ironicamente, deixando-me ainda mais irritado. Apertei sei braço e a virei para me encarar. Ela abriu ainda mais o olhar, fingindo inocência. – Todos sabemos que não daria certo de uma forma ou de outra, mas assim é bastante inesperado!

- Não se meta nisso, Dayse. Tal como não quero que corra riscos, Daniel não quer você e isso já está se tornando humilhante! – Ela fez pouco caso de minhas palavras. Sempre me vi como mais sensato, mesmo sendo mais novo, principalmente porque Dayse fazia o que dava na telha. – Além do mais as coisas não estão boas para o lado dele. Ele pode estar em ascensão aqui, para todos, mas por se meter mais uma vez com King está cavando sua própria cova.

- Ele está verdadeiramente fodido... – Dayse sussurrou.

- Ele sempre fode tudo. – Murmurei, sabendo que iria acabar levando culpa também e, dessa vez, até tentei ajudá-lo.