Capítulo 30

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Acordei sentindo meus pés gelados e me estiquei sob o lençol fino, que roçava delicadamente em meus pontos sensíveis. Abri os olhos, enquanto me espreguiçava e olhei para o lado, encontrando apenas o local onde Daniel descansou, deparando-me com uma cena quase comum, eu dormindo enquanto ele sumia. Sentei vagarosamente na ponta da cama, olhando através do imenso painel de vidro o lindo jardim colorido em torno da grande piscina, que refletia nas águas claras a luz do sol. Os raios entravam de forma preguiçosa, clareando o quarto e me dando uma sensação gostosa.

Alisei os cabelos, sentindo os fios negros passarem sedosos entre meus dedos, para prendê-los no topo da cabeça em seguida. Levantei da cama, deixando o único pano que me cobria cair e revelar meu corpo satisfeito, totalmente nu e, agora sem pudores. A vergonha à qual tinha direito era de não estar com meu loiro. Me dirigi ao banheiro e escovei os dentes, notando o cheiro fresco de sabonete e, só de imaginar o cheiro de Daniel naquele momento, borboletas se espalhavam por meu corpo todo, relembrando minha consciência de que eu tinha direito à tudo aquilo.

Voltei ao quarto, procurando minha camisola e a vesti, para sair rapidamente do cômodo e procurar meu algoz do sexo, louca para tocar sua pele quente e bronzeada, ouvir sua voz grave me chamar de "morena" e receber o olhar de adoração de suas íris azuis celeste, afetando todo o meu ser. Eu estava totalmente viciada.

Desci os degraus da escada, tão compenetrada em achar Daniel que não me passava pela cabeça a ideia de que poderíamos estar acompanhados, não até encontrar a mesma mulher que me recepcionou na primeira vez que estive na mansão. O cabelo castanho estava bem preso num coque perfeito e seus olhos quase soltaram das órbitas ao me ver no final da escada, na camisola curta e bastante reveladora, paralisada com o susto de vê-la.
— Me desculpe, eu. Eu já estou subindo.
Indiquei, ficando totalmente vermelha, dos pés à cabeça e fazendo menção de subir novamente.
Ela, tão sem graça quanto eu, negou e tentou sorrir.
— Não se preocupe, senhorita Colbert, estou de saída. Não precisa se dar o trabalho, eu que devo me desculpar.
— Só Heather, por favor. A senhora não tem culpa dessa pouca vergonha.
Praticamente enterrei meu rosto numa das mãos. Ela apenas meneou a cabeça positivamente e, antes de se despedir, me disse que Daniel estava na cozinha à minha espera.

Assim que a mulher, que eu não tinha certeza do que fazia e nem sabia seu nome, saiu, passei pela sala e me direcionei à cozinha, ainda constrangida com o episódio. Eu precisava consertar duas coisas para não sofrer mais esse tipo de situação, parar de pensar que Daniel era tão independente quanto eu e ensinar para ele que não dá pra fingir que não existem pessoas ao nosso redor, observando principalmente.

Quando cheguei ao portal que separava a sala de jantar da copa, senti meu corpo todo se eriçar e o ar se esvair lentamente, substituindo o oxigênio por líbido pura e tóxica. Daniel estava encostando na imensa bancada que ocupava o centro do ambiente, com uma das mãos apoiada na beirada e a outra levando uma garrafinha de água próximo aos lábios, para beber o líquido lentamente enquanto parecia tentar acalmar a respiração pesada. Seu peito estava nu, subia e descia de forma agitada, ao passo em que pequenas gotículas de suor acentuavam que fizera algum esforço físico. Ele trajava apenas uma bermuda preta, deixando que a natureza sexual destacasse tudo o que poderia, apenas para me secar a boca. Os fios loiros estavam desalinhados, como se tivéssemos acabado de transar novamente, tirando o fato de que eu estava sem seu cheiro e mais do que sensível, enquanto o abdômen bem marcado montava uma trilha irresistível, destacada por seus músculos oblíquos que formavam o "v" mais sexy que já tinha visto, exaltando seu membro potente, mesmo que ainda não estimulado.

Meus pés me guiaram de modo automático ao loiro que, ao me ver, colocou a garrafinha sobre a bancada e cruzou os braços sobre o peitoral, sorrindo para mim. Toda vez que o via, eu tinha a sensação de que nunca poderia me satisfazer, de que nada era o suficiente e que sempre iria precisar de mais dele. Toquei seu peitoral e espalmei minhas mãos, enquanto me colocava na ponta dos pés para beijá-lo, deslizando meu toque para seu abdômen, que se contraiu, deixando-me sentir seus músculos perfeitamente divididos. Daniel soltou os braços e me colou contra seu corpo, pressionando minha lombar e me envolvendo, o que me fez facilitar a entrada de sua língua em minha boca. Gemi, apertando minhas coxas uma na outra no momento em que sua língua encontrou a minha, enrolando-se sensualmente e descobrindo meu gosto. Dan virou meu corpo rapidamente, invertendo nossas posições ao me encostar na bancada, ainda me segurando e me beijando com calma, extraindo tudo o que podia de mim. Nossos lábios eram lentos e as mãos desenhavam linhas imaginárias com rastros de desejos por onde podiam, as dele no meu corpo e, as minhas no corpo dele.

The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.Where stories live. Discover now