Capítulo 25

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Obrigada pela ajuda, migaa 😂💕

°°°

Que droga, o que ele queria dessa vez?

- Por favor, não atenda.
Daniel me olhava sério, mas seus olhos expressavam seu pedido quase suplicante.

- Eu não vou atender, mas preciso ir, Dan. Eu preciso do dinheiro.

Daniel passou a mão pelos cabelos, num gesto nervoso que me lembrou seu pai, e desviou o olhar.
- Você não precisa desse dinheiro.
- Essa conversa de novo não, por favor.
Cruzei os braços na defensiva, eu não tinha mais o que falar sobre seu comentário desde a última noite em que estivemos juntos na boate.
- Eu nunca quis dar a entender que deixasse de trabalhar para que eu sustentasse você, morena. Claro que, se possível, eu faria isso com muito prazer, mas tenho outros meios pra te ajudar.

Soltei o ar com força. Eu sabia que era orgulhosa, mas queria viver minha vida conforme eu pudesse fazê-lo, não às custas de benefícios que outras pessoas me proporcionassem.
- Mas agora, você poderia me levar à boate?

Daniel cerrou os dentes e meneou lentamente a cabeça, tornando a olhar para mim.
- Onde você quiser, mas ainda não terminamos isso.

Dei de ombros.
- Se está dizendo.

Levantamos ao mesmo tempo, peguei meu terninho e o celular antes de ser conduzida por ele até o lado externo da casa. Leopold, o motorista que me levou à casa de Daniel, estava a postos, mas dessa vez ao lado de um modelo vermelho de BMW e entregou a chave para o loiro. Embarcamos no veículo ostensivo, enquanto eu continha minha surpresa sobre o luxo em sua vida ser gritante, já que ele não parecia fazer questão de demonstrar isso. Ele tinha tudo para ser a pessoa mais soberba que eu poderia conhecer, mas era justamente ao contrário, menos no que dizia respeito à sua vaidade já que ele gostava tanto de exalta-la. Ainda mais quando era pra me cobrar uma resposta.
Ao ligar a chave na ignição, o motor respondeu com um ronco grave e potente, baixo de um modo ameaçador, passando o sentimento de superioridade por tamanha sofisticação e modernidade. Dan conduziu calmamente o veículo para fora da propriedade, enquanto mordia o lábio inferior de modo pensativo.

- O jantar estava ótimo, Dan.
Observei seu olhar brincar pela paisagem, atento à condução e sorri.
- Minha mãe é mais uma das pessoas que dizem que se conquista alguém pelo estômago.
Olhou rapidamente para mim, jogando uma piscadela travessa, ao entrar na pista principal.
- Se não der certo, pelo menos você pode se tornar um cozinheiro de torta de frango.- Dan sorriu, entrando na brincadeira e concordando.- Ficou deliciosa, mas acho que sou suspeita pra falar.
- É mesmo?- Desconfiei que havia algo errado ao notar o tom de Daniel, como se o que eu falasse fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- É mesmo, eu sempre gostei de torta de frango. Acho que eu poderia comer umas três num dia.
Ri sozinha.
- Eu sei, seu irmão me disse.

Parei de respirar, voltando minha atenção total às últimas palavras de Daniel, sem entender o que ele queria dizer.
- O quê?
Ele abriu aquele sorriso vitorioso que eu teria admirado se não estivesse espantada.
- Essa semana fui até Soulburn para fechar contrato com uma transportadora, por um novo negócio da família, e conheci Bruce.

Minha mente ainda estava confusa enquanto eu assimilava calmamente o que ele dissera. Conheceu Bruce graças a um negócio. Daniel conheceu meu irmão. Muitas perguntas surgiram na minha mente, sobre como ele estaria e o que fazia, mas precisaria conter meus problemas familiares antes de dizer a Dan que o queria na minha vida. Antes de qualquer sentimento de felicidade, veio o receio de perguntar sobre o que falaram e como ele chegou à mim. Depois foi a vergonha sobre o que Bruce poderia ter dito e o que Daniel guardou.

The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.Where stories live. Discover now