The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.

Capítulo 36

- Se me permitem...? - Isla e Lilian acenaram positivamente, nos observando de forma curiosa.

Fomos até a porta de vidro que dava passagem a um lance curto de escadas, depois seguia um caminho de pedras até sumir entre a areia, porém não descemos. Sua mão segurava forte a minha enquanto dávamos a volta na casa, encontrando uma pequena porta. Olhei para o loiro, querendo que ele me explicasse, mas Dan apenas sorriu e pegou uma chave no bolso da bermuda, destrancando a fechadura e dando passagem a mais uma escadaria. Era longa o suficiente até alcançar a altura do segundo andar da mansão e passava a sensação claustrofóbica por ser totalmente fechada, o que mudou completamente ao atingirmos o topo.

Um corredor amplo e arejado, de paredes claras, se estendia com duas portas ao longo, distantes uma da outra, com o caminho forrado por um carpete bege e o cheiro fresco de limpeza no ambiente.
- Onde estamos?
Daniel continuou me guiando pelo corredor até chegarmos à segunda porta.
- Em um apartamento anexo à casa. Inicialmente, ela pertencia inteiramente aos pais de Angel, meu avô deu como presente de casamento, mas, com o tempo, a família fez algumas negociações. - O lugar era imenso e a construção deveria ser muito bem dividida, tanto que de fora, esse anexo que chegava a ser amplo nem era visível. - A vantagem de ser o primeiro sobrinho de um casal que precisava de crianças está nos presentes.

- E Ang... Thomas? - Me corrigi e Daniel sorriu como um garoto travesso, fazendo os olhos azuis chamuscarem.

- Ele nasceu depois dos acordos entre meu pai e meus tios. Eu já tinha a minha parte garantida no maior patrimônio e, ele pode ficar com a maior parte da casa. Há outro anexo, que pertence a Cliff, e Ewan controla a casa de barcos, ele reformou e fez um trabalho muito bom. Todo mundo está feliz no final das contas.

Daniel abriu a porta e adentramos uma área espaçosa e confortável, mais luxuosa do que a sala de estar da casa principal. Eram dois ambientes compartilhados, num lado existia uma espécie de sala de estar moderna, com poltronas laranjas, móveis pequenos e uma tela imensa instalada na parede, que ficava ao lado de uma porta branca. Do outro lado, uma imensa cama de casal jazia próxima à uma das visões mais belas que já tive. Como no quarto de Daniel, havia um painel de vidro, só que com uma porta de correr, com acesso a uma varanda baixa, que continha uma jogo de mesa, e a espetacular paisagem da praia.

Curiosa, e já à vontade, caminhei rapidamente até a porta, deslizando com facilidade para deixar a brisa fresca invadir o local. Fechei os olhos enquanto o vento vigoroso da tarde me embalava, apoiando-me no corrimão do parapeito em vidro, absorvendo a sensação deliciosa de paz que enchia meu peito. Olhei para o outro lado, enxergando na ponta oposta da casa uma porta no solo e, nos altos, um lugar parecido ao qual eu estava.

Inspirei profundamente, sentindo o cheiro característico da água do mar que parecia purificar meus pulmões, levantei o queixo e me deixei aliviar naquele instante. Senti Daniel se aproximar, acabando com toda a distância possível entre nós dois e jogando-nos num abismo de tensão, tal formada pela antecipação ao toque, ao calor, à eletricidade de uma paixão que chegava a ser mais forte e mais única que o nome. Seus braços pareciam muros de uma fortaleza ao meu redor, me guardando protetoramente, ao passo em que seu peitoral me garantia segurança, ardor apaixonante e um carinho mais forte do que eu poderia colocar em palavras.

Há coisas que sabemos sem precisar verbalizar e, as palavras de Lilian só faziam aumentar minhas certezas em relação a sentimentos. Respirei fundo, encostando minha cabeça em seu ombro, acalmando meu coração para evitar falar alguma bobagem da qual eu me arrependeria ou assustaria a Daniel, que resfolegava forte contra minha pele. Se me concentrasse, poderia sentir com facilidade o ritmo de seu coração, mesmo com a ventania, com as roupas e o som das ondas quebrando com força.