Capítulo 20

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Depois do sonho, só continuei acordada para almoçar um macarrão com queijo rápido e depois voltei para o maravilhoso sofá, na tentativa de ter mais sonhos deliciosamente eróticos, mas só tive daqueles sem sentido, como andar nua pelas calçadas ou aparecer em lugares inusitados.

Acordei a noite, com o lado esquerdo do rosto quente e úmido e tontura, eu deveria estar toda marcada pelas divisórias do móvel. Sabia que iria dormir mal durante o resto da semana, mas eu estava vivendo meu intenso e feliz presente solitário, cheio de cochilos e comilanças. Fui até a cozinha para beber água e na sala meu telefone celular começou a tocar, assutando-me. Não fazia ideia de quantas horas se passaram, mas não poderia ser tão tarde, o que me dava esperança na ligação. A aflição se desenvolveu no caminho até a mesinha de centro, perturbando-me com o desejo de que fosse Daniel. Peguei o aparelho com cuidado e vi que o número não estava registrado. Não hesitei em atender.

-Quem é?
Fiz a impreterível pergunta totalmente afobada.

-Adam, querida. E com outro número novamente. - Enquanto ele parecia divertido, murchei no sofá. - Posso buscar você em meia hora?

-O que?
Distraída e indiferente, perguntei tentando relembrar o assunto. Olhei para o relógio de parede ao lado da porta, que marcava 9:30.

Adam ficou calado por alguns instantes.
-Você pode jantar comigo hoje, Heather?

Poder eu podia, mas não queria. Eu precisava ficar longe de tudo aquilo pelo menos uma vez na vida antes de enlouquecer.
-Adam, eu...
Silêncio novamente.

-Tudo bem, já entendi. Você também não precisa ir à boate hoje a noite, precisa de descanso, pelo menos uma vez na semana. Domingo não vai fazer muita falta, já que movimento é mais no bar. Falamos sobre isso depois.

-Tudo bem. Obrigada, Adam. Nós podemos marcar outro dia, mas hoje eu realmente prefiro adiar.

-Claro, podemos sim.
E desligou. Sua voz soou irônica, como se eu tivesse falado alguma besteira necessariamente descartável.

Sentei no sofá e olhei para a tela do celular, que debochava de mim, como eu mesma fazia naquele momento. Ah, fala sério! Eu iria parar de pensar naquelas pessoas e tentar manter minha calma. Eu precisava deixar aquela confusão de lado, mesmo Daniel. Precisava estar preparada para o momento em que conversaríamos e não falar compulsivamente o que me viesse à mente, já que toda vez nossos diálogos se desenvolviam de forma bruta aos sentimentos não descobertos.

O celular tocou novamente, vibrando com muita intensidade e me assustando. Dessa vez atendi com mais calma, sem olhar para o visor.

-Boraa prima!
Uma gritaria terrível se iniciou. Fiz cara feia e afastei o celular do rosto.

-Heaaat!
Louis gritou-me em um tom dramático.

-Apressa, aí gata. Se arruma que estamos passando para te buscar.
A voz de Stephan saiu mais baixa, parecendo mais distante que os outros.

- O quê? Meu Deus, parem de gritar! O que tá acontecendo?
Acabei gritando também, só que atordoada.

-Nós vamos sair, Heather. Apressa que em 30 minutos estamos aí.
Rick desligou na minha cara.

Olhei mais uma vez para o bendito celular na minha mão, que só mostrava o papel de parede de gatinho. Não era eu quem queria minha antiga vida de volta? Eu iria me arrumar para sair com meus amigos ao invés de ficar me martirizando. Joguei o celular no sofá e corri para o banheiro.

Me lavei rápido, tendo tempo só para pensar que não deveria me embebedar. Fui até o guarda-roupas e peguei o primeiro vestido que vi, um branco de alças que tinha mangas soltas, só para fazer charme nos braços e deixando os ombros mostra. Vesti rápido e depois peguei os saltos. Penteei meus cabelos, quase arrancando-os do couro cabeludo e fui até o espelho do banheiro me maquiar. Como minha pele estava boa, fiz a base da maquiagem, acendi os olhos e passei um batom rosado, bem discreto e natural.

The 2 Of Us - Livro 1. Duologia The 2 Of Us.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora