A Aposta - Suga (Parte 2)

7K 247 17
                                    

Gênero: Romântico.

Aqui está a segunda parte! Essa ficou grandinha, espero que gostem. Desculpe os erros de português, se tiver algum! *u* 
------------------------
(S/N)
1º Dia da Aposta:
Eu caminhava ao lado de Yoongi, sua mão estava muito perto da minha, parecia que a qualquer momento poderíamos dá-las. Min me levou para o lado leste da cidade e rua pela qual seguíamos se encontrava estranhamente vazia, pensei que estaria mais cheia por ser o horário em que algumas pessoas vão almoçar, ou estariam voltando do intervalo. O silêncio já estava me deixando desconfortável, então resolvi dizer alguma coisa.
-… Já estamos chegando? – Suga balançou sua cabeça negativamente, esfregando as mãos. Seus olhos não se viraram para mim desde o momento em que saímos da frente do apartamento – Tem… Algo que queira me perguntar? – Finalmente olhou para mim, sua expressão parecia ter mudado de repente. Como ele não havia dito nada, perguntei: Você está bem? Não parece tão bem igual há alguns minutos. 
-Estou bem. Só um pouco nervoso. Nada de mais. Mudando de assunto, algo que eu queira perguntar? – Olhei para o chão quando seus olhos encontraram os meus. Suga abriu um sorriso – Por que nunca tentou se divertir com alguns amigos ou ir em alguma festa? 
-Entre sair para ir em baladas e ficar em casa na companhia de um bom livro e meu celular, escolho a segunda opção. 
-Concordo com você, também penso assim. Mas sair com os amigos de vez em quando não faz mal pra ninguém, deveria tentar um dia desses. 
-E quem me levaria? Você?  
-Por que não? – Corei instantaneamente ao ouvi-lo dizer isso. 
-Não sou convidada para festas, as pessoas sabem que não vou, por isso nem perdem tempo tentando. 
-Conversamos sobre isso depois. Vou entrar para pegar meu carro, só um instante – Suga saiu, entrando em uma casa perto de onde estávamos. Não sabia que ele morava tão perto de mim, não andamos nem vinte minutos. Pouco tempo depois, uma Hilux branca saiu da garagem anexada a casa de dois andares. Yoongi a dirigia com cuidado, até parar para que eu entrasse. O fiz assim que ele destrancou a porta para mim. 
-Por que não foi me buscar de carro? – Perguntei enquanto colocava o cinto.
-Não tenha pressa S/N, temos muito tempo ainda. Só quero que ambos de nós aproveitem cada segundo – Respondeu-me, acelerando o automóvel. 
Durante todo o percurso o único som que tomava conta de nossos ouvidos eram as músicas do rádio, tocaram algumas que eu conhecia e acabei por me segurar para não cantar. No meio do caminho, Min para o carro e olha para mim. 
-Ok, feche os olhos.
-Por quê? 
-Só fecha, por favor – Obedeci com certo receio do que poderia acontecer, esperei poucos segundos antes de sentir sua mão nos meus cabelos. Primeiro, pensei que estivesse acariciando minha cabeça, logo percebi que estava colocando algo em mim. 
-Suga, o que está fazendo? – Perguntei, ainda de olhos fechados. 
-Você vai ver, não agora, para falar a verdade. Pode abrir os olhos se quiser – Fiz o que pediu e apenas vi o preto, uma escuridão. Instintivamente coloquei as mãos para cima, para que pudesse tocar o que ele havia posto em mim – Não tira, é minha touca. Vai ficar de olhos vendados até chegarmos. Falta pouco. 
-Está de brincadeira? Suga é sério, por que não posso ver? 
-Porque quero que seja uma surpresa. E me promete uma coisa? 
-Depende.
-Vai fazer tudo o que eu pedir hoje? Juro que vai ser para sua diversão. Nada para te prejudicar – Percebi que estava ficando mais animado, o tom de sua voz estava mais alto e ele parecia estar sorrindo pelo jeito que o som saía de sua boca. 
-Tudo bem, eu prometo – Respirei fundo e o cheiro da touca invadiu meu nariz, um perfume masculino com um aroma muito bom. Meu coração acelerou pela décima vez no dia e eu estava sentindo que essa não seria a última. Senti o carro fazer várias curvas e então parar. 
-Chegamos! – Agora a animação em sua voz se assemelhou com a de uma criança. Comecei a tirar o chapéu de minha cabeça e senti a mão de Suga sobre a minha – Não tire, eu que vou fazer isso quando for a hora certa. Deixa que te ajudo a descer – Escutei ele sair do carro e logo em seguida a porta a meu lado se abrir. Min pegou minha mão e me puxou para fora com cuidado. Acabei por tropeçar, onde eu não fazia ideia, e senti sua outra mão, a que não estava segurando a minha, em minha cintura. Aquele foi um momento constrangedor para ambos de nós, mas tenho que admitir que gostei de ter quase caído dessa vez. 
-Obrigada, posso tirar isso da minha cabeça agora? – Perguntei, apontando para minha cabeça.
-Ainda não, me espere aqui, volto em um segundo – Escutei seus passos se afastando de mim. A tentação de dar uma espiadinha e ver onde estávamos era grande, mas não queria estragar a surpresa dele. Tentei ouvir com atenção aos sons das coisas que estavam em volta de mim. Ouvi pessoas gritando, barulhos altos, rodas de metal e música. Tinha uma pequena ideia de onde Suga havia me trazido – Voltei! Não olhou né? 
-Não. Pode confiar em mim.
-Apesar de ter te conhecido hoje, acha que não confio? 
-Suga, sua mãe não te ensinou a não confiar em estranhos. 
-Não somos mais tão estranhos, e no fim do dia vamos estar bem longe disso. Prometo para você – Ele pegou em minha mão, eu a soltei. 
-Por que está agindo assim? Tão diferente de hoje de manhã. Tratando-me como se fosse sua namorada? - Falei olhando para o chão, já que não fazia ideia de onde ele poderia estar.
-Você não é minha namorada, realmente. Mas estou te tratando diferente de hoje na escola? Sim, estou. Não me pergunte o porquê, simplesmente acho que devo fazer isso, quero que esse dia seja especial para você já que é o primeiro fora da rotina. 
-Bem, obrigada Yoongi. Não sabia que se importava comigo.
-Acha mesmo que eu estaria fazendo isso se não me importasse? Como eu disse hoje quando fui falar com você, tenho te observado e vejo que está sempre sozinha. Ninguém merece ficar sozinho desse jeito. 
-E como eu já disse, eu gosto de ficar sozinha. 
-Vou tentar respeitar isso, mas não hoje. Vamos? – Ele tocou em minha mão, pedindo permissão para pegá-la. Dessa vez, deixei. Suga segurava em mim firmemente, me levando para mais perto do barulho que estava escutando antes. Passamos por uma catraca e Min finalmente disse que iria tirar aquela coisa da minha cabeça. Tirando ela de mim devagar pude ver que o lugar onde estávamos era colorido o bastante para ser visto do espaço. Seus olhos encontraram os meus, sua expressão era um misto de ansiedade e felicidade – Gostou?! – Ele abriu um sorriso para mim, apontando para as Montanhas-russas e todos os outros brinquedos daquele parque. 
-Sim… Sim! Claro que sim! Não é meu lugar favorito do mundo, mas da para o gasto – Sorri olhando para ele e levantando uma das sobrancelhas. Suga me deu um soco fraco no braço, sorrindo também. Por um momento pensei nas pessoas ao nosso redor. Quem nos visse com certeza nunca pensaria que acabamos de nos conhecer, tecnicamente falando. 
-Em qual quer ir primeiro? 
-Eu disse que faria tudo o que você quisesse então decide aí, só vou seguir suas regras hoje.
-Tudo bem, que tal irmos naquele? – Ele apontou para uma torre de cento e dez metros de altura, erguida na vertical. Era um banco para quatro pessoas, e o que as prendia para não saírem voando não me parecia muito seguro. Prendi minha respiração e comprimi meus lábios em uma linha fina. Com certeza Suga havia escolhido aquele apenas para implicar comigo. 
-Tudo bem, vamos. Vai ser divertido, não tem nada de errado – Falei, tentando parecer corajosa, mas já me consolando sobre o que estava fazendo. 
Dessa vez, Min não segurou em minha mão, não era mais necessário. Senti-me uma idiota por querer que ele fizesse aquilo novamente, mas o lado racional do meu cérebro vivia me lembrando de que conheci o garoto hoje. Não tínhamos nenhuma intimidade, mas no fundo de mim eu queria ter. 
Quanto mais chegávamos perto daquele brinquedo, mais assustador ele ficava. A fila, para minha infelicidade, não chegava nem a duas pessoas. Isso queria dizer que eu e Suga seríamos os próximos. Olhei paras as pessoas descendo, o pânico atingiu meu peito com força me deixando sem ar. Yoongi olhou para mim, preocupado.
-Tudo bem? Tem certeza de quer mesmo ir nesse? Tem outros mais leves… 
-Não, estou bem. Eu consigo. Obrigada por perguntar – Respondi, sem deixá-lo terminar.
-Posso te fazer uma pergunta – Assenti – Já foi em algum parque de diversões antes? 
-Só quando era menor e minha mãe me levava, mas nunca fui em brinquedos assim. Acho que a última vez que fui a um parque tinha uns doze anos. 
-Sua vida é realmente sem graça. Sem ofensas. 
-Obrigada por me lembrar disso. Posso fala a verdade? Estou torcendo para que você vença essa aposta e mude alguma coisa na minha vida – Ele hesitou por um tempo antes de falar. 
-Lembra que vai ter que fazer o que eu quiser por um dia inteiro né? 
-Não me importo, confio em você. Sinto que devo, é muito idiota?
-Se for, somos idiotas juntos. Também sinto isso vindo de você, nunca senti isso antes. Não tão rápido.
Finalmente os bancos chegaram e a nossa vez também, meu coração parou por alguns segundos quando as pessoas desceram e tivemos que sentar. As pessoas que foram junto com a gente pareciam ter vinte anos cada uma, eram duas meninas. O Suga era o único menino dali, de alguma forma, eu sentia seu desconforto nessa situação. Os metais que nos prendiam nos bancos pareciam frouxos e minha mente já estava branca, sem conseguir pensar em nada. Com a garganta seca, olhei para Suga. Parecia tranquilo, queria saber como ele podia estar assim em uma situação como essa. Não, ele deveria estar acostumado a sair para se divertir, não era tão antissocial como eu. Os assentos começaram a subir, não aguentei, involuntariamente peguei na mão de Suga e a segurei como se minha vida dependesse dele. O senti apertando a minha de volta e acariciando minha pela com o dedão, confortando-me. Ele parecia saber que eu estava surtando e fazia tudo que podia no momento para me acalmar. 
Perdida em meus pensamentos, mal notei que já havíamos chego ao topo. Era agora. Ficamos lá em cima por cerca de seis segundos, pude observar vagamente o quão lindo eram todas aquelas cores misturadas e as pessoas andando entre elas, com um tranco os bancos desceram. Dei o meu máximo para não gritar e acabar ficando rouca no fim da tarde, mas não foi o suficiente. No meio da descida, meu cabelos todos na minha cara, um grito alto saiu involuntariamente de mim, ao mesmo tempo em que minha respiração ficava mais irregular do que nunca. 
Minhas unhas arranhavam o metal em volta do meu pescoço quando atingimos o chão, as outras duas meninas saíram normalmente como se nada tivesse acontecido, Suga também. Fui a única a sair mais branca que o normal, Min pareceu preocupado a me ver, foi correndo até mim. 
-Tudo bem S/N? Vai vomitar? Se for vomitar, tudo bem – Disse, colocando a mão em meu ombro. 
-Não, tudo bem. Foi só um pouco… Demais para mim, não sou de fazer coisas assim. Mas foi divertido, novas experiências sempre contam como um ponto positivo né? – Ele assentiu, sorrindo.
-Quer escolher agora? Assim vai ficar mais confiante sobre o que está fazendo e não vai precisar agarrar minha mão, além de machucá-la – Suga falou, me mostrando os cantos de sua mão que estavam com marcas fundas das minhas unhas. 
-Me desculpe, foi momentâneo. Não queria ter segurado a sua mão – Queria sim – Foi involuntário. 
-Não precisa se explicar está tudo bem. Ok, em qual vamos agora? 
-Que tal uma montanha-russa? Podemos ir naquela – Falei, apontando para uma cheia de curvas e loops. 
-Tem certeza? 
-Tenho toda a certeza do mundo. Vou ficar bem. 
-Então vamos, mas se lembra de que se sentir medo pode segurar minha mão – Ele sorriu para mim – Não me importo.
-Suga, nos conhecemos hoje. Não é uma coisa muito normal de se fazer. 
-As pessoas não sabem disso. 
-Mas a gente sabe. Só vamos, por favor – Disse enquanto levantava as mãos. Eu ria e ele começou a rir também. 
(…)
O resto do dia foi perfeito, fomos em quase todos os brinquedos do parque. Eu não fazia ideia de que sair com alguém poderia ser tão legal. Suga fez meu dia melhor, tinha que admitir. Além de brincar como crianças, eu e ele comemos tantos doces que minha barriga doía. Na volta para casa, conversamos muito.
-Suga, os meninos não vão ficar irritados com você por ter ido a um parque de diversões no intervalo? – Perguntei enquanto o carro estava parado na frente do hotel.
-Se eles brigarem, tudo bem. É só dizer a verdade. 
-Vai falar da aposta para eles?!
-Não posso? 
-Poder pode, mas sei lá. Pensei que ficaria entre a gente. 
-Se você quiser assim, então não conto. Invento qualquer coisa. O mais importante agora é: Foi divertido? 
-E como! Vou lembrar-me desse dia para sempre! – Eu dizia sorridente.
-Que bom. Fico feliz por você e por mim, que venci a aposta de hoje. Mais seis dias e alguém aqui vai ser uma perdedora. 
-Vai achando isso vai, senhor Min Yoongi – Rimos – Boa noite, obrigada por hoje. Foi realmente importante para mim.  
-Boa noite. Pode ir se acostumando, temos um bom tempo disso ainda – Ele sorriu para mim, eu sai do carro e vi Yoongi indo para longe, voltando para os ensaios. 
Subi para o meu apartamento parecendo uma mulher que acabara de ser pedida em casamento. Cheguei em casa e me joguei no sofá, tentando processar o que tinha acontecido. Peguei o celular e mandei mais uma mensagem de agradecimento. Mal podia esperar pelo amanhã, o que será que Suga teria planejado? 
(…) 
No dia seguinte, cheguei à escola e todos estavam olhando para mim. Perguntei-me o que havia acontecido. Fui até a sala de aula e me sentei na carteira, como se nada daquilo estivesse acontecendo. As pessoas olhavam para mim e apontavam. Cansada dessa coisa toda e fui falar com Christina, uma menina que sempre vinha me pedir para que fosse em dupla com ela. 
-Ei Christina, o que está acontecendo? Por que todos estão assim? 
-Como foi o encontro com o Suga ontem? – Minha pele corou e meu coração entrou em colapso. 
-O que? Como assim?! 
-Vocês foram em um parque de diversões e uma pessoa da escola estava lá, não acreditando em seus olhos, tirou foto dos dois e mandou para todo mundo. Pareciam felizes, estão namorando? 
-Christina me faz um favor e cala essa boca. Agradeço que tenha me dito o que aconteceu, mas se vai perguntar alguma coisa, não pergunta merda. 
-Se não estão, por que ele te levou para sair? 
-Te interessa? Minha vida pessoal não tem nada haver com a de vocês. E se eu estiver namorando ele, o que vai mudar de vida de todo mundo? Nada, exatamente isso, nada!  Então me deixa em paz. 
-Você que veio me perguntar o que aconteceu. 
-Perguntei pelo o que aconteceu, não pelo o que você queria saber sobre mim – O sinal tocou, indicando o começo da aula.
Não sei por que fiquei tão nervosa, vou coisa do momento. Mas o que falei estava certo, nada daquilo importava para ninguém, no que eles estavam querendo se meter? 
Todos estavam sentados em seus lugares, mas ninguém prestava atenção na aula de geografia. Eu desenhava coisas aleatórias na mesa até que um papel voou e bateu na minha cabeça, caindo na mesa. O peguei e desamassei. Era a minha foto com Yoongi, realmente parecíamos felizes, e estávamos. Mas não era só a foto, desenharam vários corações em volta e xingamentos como ‘’Vaca’’ e ‘’Vadia’’. 
Esse era um dos motivos pelos quais eu não tinha amigos próximos. Enquanto o número de amizades cresce, a quantidade de inimigos aumenta junto. 

Continua… 

imagines btsHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin