Imagine Jungkook
Gênero: Normal, Fofo.
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/SN/
Mudei-me para a Coreia com dez anos e desde que tinha essa idade já pensava em algum dia cantar em cima de palcos para enormes plateias. Por isso assim que completei doze anos fiz um teste para entrar na SM, incrivelmente fui aceita e comecei a ser Treinee na mesma semana. Fiquei na empresa durante três anos até que resolvi sair, eles pegavam muito pesado e eu não era assim tão talentosa.
Naquela mesma época uma onda de audições para entrar em outra empresa estava me chamando atenção, seu nome era Big Hit. Como ainda não queria desistir do meu sonho, pensei Por que não? Os testes eram durante duas semanas, e pela data do folheto que estava pendurado no poste em frente a minha casa restavam apenas quatro dias. Subi correndo para meu quarto e preenchi a ficha de inscrição, animada. Eu e minha mãe fomos até o local das audições no dia seguinte e aquele lugar estava lotado, sem ao menos espaço para sentar. Ficamos esperando durante 3 horas até que finalmente meu nome foi chamado e eu andei, nervosa com as pernas bambas, até a sala que definiria meu futuro com aquela empresa.
A sala era pequena, tinha duas grandes janelas na parede e na frente delas, uma mesa com cinco pessoas me encarando seriamente juntamente com uma câmera apontada para mim.
-Olá – Disse a mulher de cabelos escuros sentada na ponta direita da mesa – Presumo que você seja S/N certo? – Apenas assenti – Seu teste irá ser dividido em três partes: Vocal, Rap e Dança nessa ordem. Veremos em qual se encaixa melhor, quando estiver pronta.
A música que eu havia escolhido era bem clichê, mas a única que me deixava confiante para cantar. Os jurados não expressavam nenhuma emoção, apenas olhares vazios e aquilo me fazia querer sair correndo dali, meu nervosismo só aumentava quando lembrava que não havia ensaiado vezes suficientes.
Fiz um sinal positivo para o homem que estava atrás de mim com vários computadores ao seu redor, e logo a batida de Rolling In The Deep de Adele começou a tocar. A voz saia do meu corpo sem ao menos precisar que eu pensasse, o ritmo entrou em sintonia com meu coração. Aquela música acabou diante de meus olhos, para mim haviam se passado apenas alguns segundos. Não se ouvia um som vindo da mesa em minha frente, apenas a mulher com cabelos pretos simplesmente dizendo:
-Rap – A voz dela agora estava mais baixa e séria, o que fez meus pelos se arrepiarem.
Rap não era meu estilo de música favorito, mas se era necessário para essa audição acabei por aprender Look At Me Now de Chris Brown. Sim, essa foi a pior escolha que poderia ter sido feita por mim. O som já bem conhecido pelos meus ouvidos começou a sair da caixa de som e eu iniciei minha performance. Não consegui terminar, parei no que parecia ser 1:15 da música. Todos ali me olharam confusos, apenas dei de ombros:
-Esse é meu limite, desculpe – Nenhuma resposta.
-Dança.
Escolhi uma coreografia que conhecia bem, The Boys Girls Generation. Eu achava que aquela música poderia mostrar meu potencial na dança. Durante essa fase do teste nada muito interessante aconteceu. Terminada a performance, novamente nada foi dito.
-Obrigada pela sua audição, vejo grande potencial em você – Adivinha quem disse isso? Exatamente, a mulher de cabelos pretos. Fiquei lá por mais alguns segundos, parada, até que percebi que deveria sair e me direcionei para a porta.
Sentia a palma da mão tão suada que poderia ser comparada com uma piscina. Ao sair de lá, um garoto passou por mim. Seus cabelos eram escuros e ele era um pouco mais alto que eu. Tenho que admitir, seu rosto era lindo, pena que a vista não durou muito tempo. Encontrei minha mãe na porta de saída me esperando com um grande sorriso, expressando quase mais ansiedade do que eu.
Para resumir a história, os resultados saíram duas semanas depois e eu havia passado, e mesmo durante esse tempo o garoto não sumia da minha cabeça. Acabamos por sair para jantar com alguns familiares em um restaurante perto de nossa casa. No meio do jantar não acreditei em meus olhos, o mesmo menino do dia do teste estava sentado não a muitas mesas de distância. Durante o resto da noite tentei comer sem olhar para ele, o que parecia ser uma missão impossível. Finalmente chegou o momento em que o menino misterioso foi embora, mas entrei em desespero quando meu tio disse:
-Vamos? Acho que já estamos todos bem alimentados! – Os presentes na mesa riram menos eu. Isso queria dizer que teria de ficar novamente perto daquele menino. E foi exatamente o que aconteceu: Os adultos foram para o caixa pagar e a única jovem da família ali naquele momento ficou na porta, de frente para o garoto que tanto perturbava seus pensamentos.
Eu não conseguia olhar para cima, mas percebia que ele me olhava. Mais ou menos um minuto de vergonha depois ouvi uma voz doce, masculina e que me atraía.
-Boa noite – Ele disse.
-Boa noite.
-Percebi que me olhou a noite toda, algum motivo em especial? Tem alguma coisa no meu dente? – Pela primeira vez desde que estava ali, olhei para cima e vi que o menino mostrava os dentes para mim de uma maneira brincalhona apesar de essa ser a nossa primeira conversa. Ri involuntariamente daquilo e ele sorriu, rindo junto comigo.
-Qual seu nome? – Perguntei.
-Jeon Jungkook, mas pode me chamar só de Jungkook. Posso saber o seu? – Ele ergueu uma das sobrancelhas para mim.
-S/N/I, mas pode me chamar de S/N.
-É um prazer S/N.
-O prazer é meu, Jungkook.
…
Desde essa conversa, já se passaram dois anos e descobri que Jungkook também havia conseguido uma vaga na Big Hit. Mesmo no começo, quando ambos de nós éramos Treinees, ele sempre conversava comigo. Até saíamos juntos ás vezes, com alguns amigos, claro. Jungkook foi colocado em uma banda, BTS ou Bangtan Boys, que já havia debutado ano passado. O sucesso deles era enorme, mesmo em começo de carreira, e aquilo me impressionava.
Jungkook adorava me mandar selcas e mensagens sempre que podia. Nossa comunicação nunca parou. Enquanto a distância física entre nós aumentava, a sentimental só diminuía cada vez mais.
Era noite de Halloween e a Big Hit iria fazer uma festa para todos os Treinees e cantores, ou seja, essa seria a primeira vez em meses que eu veria Kookie. O relógio já marcava sete horas e a festa seria ás dez, a vontade de me arrumar com a fantasia que havia escolhido estava muito pequena, mas mesmo assim fui. O vestido curto azul, a meia-fina branca que chegava até o joelho e a tiara com um laço vermelho esperavam-me dentro do armário.
Depois de ter vestido a fantasia de Alice, fui me olhar no espelho. Tenho que admitir, não digo isso sempre, mas dessa vez era verdade: Eu estava bonita. E era exatamente isso que queria que Jungkook pensasse. Minhas amigas já sabiam e eu também, por mais que não quisesse falar a verdade, sabia que estava apaixonada por Kookie. Desde que o vi na audição para Treinee sabia que ele tinha despertado alguma coisa em mim.
Fiquei esperando Ailee ir me buscar e enquanto estava sentada no sofá minhas pernas não paravam um segundo por causa da ansiedade. Esperei cerca de 30 minutos até que a buzina de seu carro foi ouvida em frente ao hotel onde eu morava sozinha. Corri para fora e entrei.
-Ansiosa? – Ela me perguntou sem nem sequer esperar com que eu me arrumasse no banco.
-Você sabe muito bem a resposta, nem ouse perguntar coisas idiotas agora. Não estou muito bem para isso – Ailee apenas riu e começou a dirigir, o que fez meu estômago se revirar.
O lugar estava perfeitamente enfeitado com várias coisas referentes ao Halloween, inclusive aranhas, uma de minhas maiores Fobias. Enquanto andamos até a porta tomei cuidado para passar bem longe dos enfeites com oito pernas. A música lá dentro não era nem um pouco assustadora, mas sim muito dançante.
-Vou lá com o pessoal, você vem? – Ailee me perguntou. Fiz um sinal negativo com a cabeça e ela sorriu, me deixando sozinha. Sentei-me em um banco que estava perto de mim e olhei meu celular, nenhuma mensagem. Guardei o celular e procurei algum sinal dele entre as pessoas que estavam lá, não o encontrava em lugar algum. Suspirei pesadamente até sentir uma mão no meu ombro.
-Oi moça perdida, precisa de alguma ajuda? – Jungkook se encontrava de pé ao meu lado, tirando sua mão do meu ombro e a oferecendo para mim.
-Seu sem graça, nem para me assustar. É Halloween lembra? Cadê a graça dessa data comemorativa?
-… – Ele pensou – Nas decorações?
Eu ri, dando um tapa em seu ombro e pagando sua mão, que ainda estava estendida para mim. Ele me puxou para o meio das pessoas para dançar Fantastic Baby que tocava alto. Jungkook me mostrava suas habilidades sobre a coreografia o que apenas me fazia rir até minha barriga doer. Ficamos ali por mais ou menos uma hora, quando nos cansamos fomos para a rua pegar um pouco de ar. Sentamos na grama, a música tocava de uma maneira abafada na parte de dentro da festa.
-O dia hoje está agradável né? – Ele me perguntou.
-Vindo com essas perguntinhas de quem não tem assunto pra cima de mim por quê? Temos muito assunto, por exemplo, como foram os shows?
-Foram bons… – Jungkook parecia querer dizer alguma outra coisa, mas hesitou. Ele olhava fixamente para o céu, parecia pensar seriamente sobre alguma coisa.
Olhando para ele daquele jeito, estava tão lindo. Havia mudado tanto desde que o conheci, apenas por fora, por dentro continuava a mesma criança brincalhona que adora jogar videogames. Mal percebi, mas eu olhava para ele fixamente, sem ao menos piscar.
-O que está fazendo olhando para mim desse jeito? – Jungokook disse, agora olhando para mim.
-Tem uma coisa na sua boca… – Eu disse meio envergonhada, inventando qualquer coisa.
-Então por que você não tira com a sua? – Ele me disse, erguendo uma sobrancelha. Arregalei os olhos.
-QUE? – Segurando suavemente meu queixo, depositou um beijo suave em meus lábios. Meu coração acelerou e minha pele ficou vermelha em questão de segundos. O contato macio de sua boca com a minha me fazia explodir por dentro, mas ao mesmo tempo era uma sensação tão relaxante. Meu Deus o que esse menino faz comigo. Suas mãos agora acariciavam minhas bochechas de leve, percebi que sua mão estava suada. Ele estava nervoso. Eu já estava imersa no seu beijo, que teve de ser interrompido por falta de ar.
-Maldito ar… – Jungkook murmurou. Eu ri e repeti o que ele disse.
-Maldito ar.
Deitei minha cabeça no seu ombro, sentindo seu cheiro. Ele pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos enquanto dava um beijo na minha testa. Nenhum de nós precisou dizer uma palavra para saber que aquilo era só o começo de uma linda e divertida relação.
Espero que tenham gostado não separei porque fiquei com priguica
